quinta-feira, 13 de julho de 2017
Testes Bioquímicos - Identificação de Bactéria
I. Introdução:
Uma forma rotineira de identificação de bactérias são os testes bioquímicos.
Os testes bioquímicos usam o conhecimento de reações enzimáticas dos diferentes tipos de microrganismos, podendo assim identificar a espécie presente no meio.
Antes de nos aprofundar um pouco mais nos tipos de teste bioquímico e como funcionam, é de suma importância o conhecimento do que é o meio de cultivo.
Nesta prática foram realizados os seguintes testes bioquímicos:
1. OF(oxidativo/fermentativo):
As bactérias metabolizam carboidratos por oxidação ou fermentação, a diferença entre esses dois processos se deve ao fato de que a oxidação é um processo aeróbio, ou seja, necessita de O2 para que ocorra e a fermentação é anaeróbia, ou seja, ocorre sem a utilização do O2.
Para que ocorra a melhor diferenciação desses processos no teste OF, são utilizados dois tubos, um com óleo impedindo o contato do meio com o O2 da atmosfera, e outro sem óleo, permitindo esse contato.
2. Descarboxilação:
Este teste tem como objetivo determinar a capacidade de descarboxilação das bactérias em relação a 3 diferentes substancias, Ornitina, Lisina e Arginina.
3. SIM (Sulfeto/Indol/Mobilidade):
O meio SIM consiste em 3 testes para a identificação de bactérias:
• Produção de H2S (Sulfeto)
• Produção de Indol
• Mobilidade
4. LIA (Lisina Iron Ágar)
O teste LIA é utilizado na identificação de enterobactérias. Esse teste possui peptonas e extrato de leveduras que favorecem o crescimento bacteriano. A fermentação de glicose abaixa o pH e este fica amarelo. Se ocorrer atividade da enzima lisina descarboxilase o pH aumentará, e o meio voltará a apresentar uma coloração roxa.
5. TSI (Triple Sugar Iron)
O meio de TSI fornece uma série de reações bioquímicas que dão uma visão geral do metabolismo bacteriano. O TSI ou tríplice açúcar e ferro é um meio sólido inclinado semeado com agulha por punctura na base e estrias na superfície. Após o crescimento da bactéria é possível observar alguns resultados, como:
A bactéria não fermenta qualquer dos açúcares, ficando inalterado o meio.
Fermenta somente a glicose de tal sorte que os ácidos formados mudam o pH do meio apenas na base, que se torna amarela e a inclinação vermelha.
Fermenta a lactose ou a sacarose com mudança do indicador de todo o meio para amarelo, tanto a base como a inclinação permanecem ácidas.
Há também a possibilidade da bactéria analisada produzir H2S, por respirar anaeróbiamente.
6. Citrato
O teste é feito semeando-se a bactéria no meio sólido inclinado de citrato de Simmons, contendo azul de bromotimol como indicador, o qual em pH 6,8 a 7,0 apresenta-se verde.
A prova positiva resulta no transporte do citrato pela permease e a sua utilização pela enzima citratase resulta na formação de oxaloacetato e acetato.
O consumo do citrato induz a clivagem do fosfato de amônia, alcalinizando o meio. Também, com o metabolismo do citrato há formação de carbonatos que alcalinizam o meio, de modo que a cor do indicador vira para azul.
Na prova negativa o meio não se altera pois não há crescimento microbiano. Por esse motivo a inoculação deve ser feita com agulha e em linha reta para não haver influência de ingrediente do meio de onde se originou a cultura, dando resultados falso-positivos.
7. MRVP
O objetivo é determinar a capacidade dos microrganismos produzirem produtos finais não ácidos ou neutros, como o acetilmetilcarbinol, a partir dos ácidos orgânicos que resultam da metabolização da glicose.
Nesta prova o indicador de pH, vermelho de metila, detecta a presença de grandes concentrações de produtos finais ácidos, pois tem um ponto de viragem baixo. A pH 4, o vermelho de metila vira para vermelho, o que indica uma reação positiva.
Quando o pH é 6, apesar de ainda ser ácido, como há uma concentração menor de íons de hidrogênio, o indicador muda para amarelo e é uma prova negativa.
II. Objetivo
Determinar através de testes bioquímicos, qual bactéria estava presente no tubo de ensaio, através das mudanças nos meios de cultura devido a suas funções metabólicas em diferentes situações
III. Materiais e Métodos
II.A Materiais
-Tubos de ensaios;
-Bactéria a ser determinada (E. coli);
-Bico de Bunsen;
-Agulha de transferência e
-Meios de cultura.
II.B Métodos
No início da prática foi diluida uma bacteria desconhecida até a 10-6, com um auxílio de uma pipeta esterelizada, um bico de bunsen e seis tubos. Após este processo pode-se fazer uso desta bactéria para transportar para os tubos onde continham os meios: Prova de Vermelho de Metila (MR), Prova de Voges- Proskauer (VP), Citrato, Meio Agar Lisina Ferro (Lia), Tripla Sugar Iron Agar (TSI), Base sem aminoácido, Lisina, Ornitina, Arigilina, Meio Agar MacConkey (LAC), Glic e SB.
Para todos os tubos houve o mesmo procedimento, o qual com o auxílio de uma alça introduziu no tubo o qual continha a bactéria diluida até 10-6, e introduziu nos tubos que continham os meios, após a incubação de sete dias pode-se averiguar os resultados onde no tubo onde continha o meio MR adicionou-se Indol, que é um indicador de coloração avermelhada, para saber se o teste de crescimento de bactéria nesse meio deu certo, com os outros tubos que continha os outros meios fora feita a comparação de antes e depois da incubação de uma semana
IV. Resultados
Figura 1: Meio para teste Methyl Red e Voges-Parker.
Figura 2: Representação do resultado positivo para Methyl Red, como obtido neste experimento.
Figura 3: Representação do resultado negativo para Voges-Proskauer, como obtido neste experimento.
Figuras 4 e 5: Ambos os testes de Sorbitol tiveram resultados negativos.
Figura 5 e 6: Ambos os testes de Glicose tiveram resultado positivo.
Figura 7 e 8: Ambos os testes de Lactose tiveram resultado positivo.
Figura 9 e 10: Teste negativo de OF.
Figura 11 e 12: Teste negativo para Lisina.
Figura 13 e 14: Teste negativo para Ornitina.
Figura 15 e 16: Teste negativo para Arginina.
Figura 16:: No teste SIM, o meio ficou totalmente turvo.
Figura 15: Teste negativo para H2S e positivo para formação de gás.
Figura 16: Resultado positivo.
Figura 17: Teste negativo.
V. Discussão
De acordo com os resultados obtidos, pode-se concluir que a bactéria inoculada foi a Escherichia Coli.
Tendo dado positivo, o teste de Methyl Red, essa bactéria é capaz de fazer fermentação mista ácida com glicose, gerando um pH menor que 4,5. Isso porque, ao colocar o vermelho de metila, observou-se a formação de um arco rosa na parte superior do meio.
O teste de Voges-Prosker indicou que a bactéria produz acetoína, após o término do teste, era a mesma.
De acordo com o teste SIM, essa bactéria é móvel pois só se reproduziu além da região em que a agulha foi inserida. É possível ver que ela se reproduziu dessa forma pois o meio se apresenta totalmente turvo. A produção de Indol foi negada pelo mesmo teste, pois não houve uma transformação da cor do meio para vermelho. Assim como a produção de sulfeto, pois não se observa formação de precipitado negro.
O meio de Lisina Iron Agar se tornou roxo, demonstrando que a bactéria possui uma enzima chamada descarboxilase lisina. A reação chamada de descarboxilação oxidativa é a remoção irreversível de um CO2 do piruvato, gerando o grupo acetilque se liga à coenzima A (CoA), formando Acetil-CoA no Ciclo de Krebs.
O meio Agar TSI (triple sugar iron) contêm glicose em pequena concentração, lactose em concentração superior, o indicador de pH, vermelho de fenol, para detectar a produção de ácidos resultantes da fermentação dos hidratos de carbono, tiossulfato de sódio, substrato para a produção de H2S, e sulfato de ferro para a detecção desse produto final. Pode-se concluir que todas essas substâncias estavam presentes pois o teste ficou todo vermelho, ou seja, positivo.
O ágar citrato permaneceu verde indicando que a Escherichia coli não utiliza o citrato como única fonte de carbono para o seu metabolismo.
O teste de Indol feito no meio SIM prova que o microorganismo não produz indol a partir da molécula de triptofano ou outros aminoácido presentes no meio SIM. Quando ocorre a degradação deste aminoácido por bactérias que possuem a enzima triptofanase ocorre a formação de: Indol, ácido pirúvico e amônia. O negativo desse teste é verdadeiro pois o meio não ficou vermelho.
VI. Bibliografia
Acharya, Tankeshwar. Triple Sugar Iron Agar (TSI: Principle, Procedure and Interpretation. Disponível em:https://microbeonline.com/triple-sugar-iron-agar-tsi-principle-procedure-and-interpretation/. Acessado em: 11 jul. 2017
Marques, Leila Larissa M.Contagem de coliformes a 35°C(totais) e 45°C (termotolerantes) em alimentos
Disponível em:http://paginapessoal.utfpr.edu.br/leilamarques/Micro%20alimentos%20Tecnologia/microbiologia-de-alimentos/coliformesroteiroparte2.pdf. Acessado em: 11 jul. 2017
Voges-Proskauer Reagent Droppers. Disponíve em:http://www.bd.com/europe/regulatory/Assets/IFU/US/L001126%280306%29_PT.pdf. Acessado em: 11 jul. 2017
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No TSI a fermentação do açúcar pode produzir CO2 faendo com que o meio de desloque no tubo e em alguns casos até fragmente o meio de cultura. A informação no TSI esta incorreta: Há também a possibilidade da bactéria analisada produzir H2S, por respirar anaeróbiamente. (A informação correta é a seguinte: a bactéria pode produzir H2S que reage com os sais de ferro presente no meio e ocorre a formação de precipitado negro)
ResponderExcluirNo Lia a produção de H2S também pode ser evidenciada pela presença de ppt negro.
7. MRVP O objetivo é determinar a capacidade dos microrganismos produzirem produtos finais não ácidos ou neutros (A informação correta seria: MR – determina se o micro-organismos realiza fermentação ácido mista) o teste do VP indica a formação de acetoina a partir da metabolização da glicose. A acetoína reage com alfa-naftol em meio básico gerando uma coloração vermelho tijolo (teste positivo)
Não foi feita diluição nesta prática e sim na de quantificação microbiana!
Formatação! As subseções do relatório poderiam ter sido melhor organizadas.
Na Discussão:
O teste de Voges-Prosker indicou que a bactéria produz acetoína: a E. coli é negativo para este teste.
“De acordo com o teste SIM, essa bactéria é móvel pois só se reproduziu além da região em que a agulha foi inserida” Não tem como a bactéria só se desenvolver além da região em que a agulha foi inserida. Motilidade Negativa: bactéria só cresce no local da picada da agulha; Motilidade positiva: bactéria cresce por todo o meio
A E. coli é indol positivo, ou seja, formação de anel vermelho ao adicionar o reativo de Kovacs na superfície.
Bisel vermelho no TSI é característica de Salmonella e não E. coli.