sexta-feira, 14 de junho de 2019

Aptidões de um patógeno: Tétano

APTIDÕES DE UM PATÓGENO: TÉTANO 
   
     O tétano é uma infecção aguda grave, causada por uma neurotoxina produzida pelo bacilo tetânico, o Clostridium tetani. Os esporos desta bactéria podem estar presentes, na maioria das vezes, no solo e, sem causar a doença, nos intestinos/fezes de animas e de seres humanos. 
     O Clostridium tetani produz três toxinas chamadas de tetanospamina neurotóxica, neurotoxina não convulsivante tetanolisina. Dessas três toxinas citadas, apenas uma é considerada como a porção de importância patogênica do tétano, a tetanospamina.
       A toxina tetânica é produzida no meio intra-celular da bactéria, onde permanece por volta de 1 ou 2 dias, sendo liberada através da permeabilidade da membrana ou por ratura da célula. 
        Há duas formas de transmissão desta doença: a primeira é através do tétano acidental que se dá pela introdução dos esporos do bacilo tetânico pelos ferimentos externos causados, geralmente, por objetos perfurantes (principalmente pregos enferrujados) que podem estar contaminados com solo, poeira, esterco, etc.
        A segunda forma de adquirir esta doença é denominada de tétano neonatal que ocorre em gestantes que estão sem tomar a dose da vacina antitetânica e, dessa forma, não conseguem passar para seus filhos anticorpos protetores. Logo, se os objetos usados para cortar o cordão umbilical estiverem contaminados pelos esporos do Clostridium tetani ou se houver a utilização de substâncias pouco higiênicas para cobrir o coto, a probabilidade do recém-nato (crianças nascida com até 28 dias) de estar infectada serão grandes.
        O desenvolvimento do tétano a partir de um foco da infecção está na dependência de vários fatores: a presença do esporo do bacilo tetânico no ferimento e estes precisam ser toxinogênicos; condições de baixo potencial de oxirredução; presença de bactérias associadas que facilitam a germinação do esporo mas podem reduzir sua capacidade de produzir a toxina; ausência da dose da vacina antitetânica; entre outros. 
        A toxina produzida pelo Clostridium tetani pode chegar ao sistema nervoso por via vascular e por via nervosa. Uma vez que esta toxina está presente no sistema nervoso e se fixa por cerca de 30 minutos após a inoculação na medula, ela agirá ao nível de transmissão sináptica dos neurônios motores inferiores, mais precisamente, na sinapse dos neurônios internunciais da medula, impedindo sua ação inibidora. Além desta toxina agir de maneira central, vários autores admitem que a mesma possui uma ação periférica ao nível da placa motora, agindo na liberação ou destruição da acetilcolina.
       Os esporos da bactéria Clostridium tetani conseguem escapar pelas defesas de um organismo devido a sua resistência. Além disso, estes esporos possuem proteínas em sua superfície que interferem no contato dos fagócitos com o mesmo. Por não apresentarem uma molécula de ferro, os esporos da bactéria não serão atacados pelos sideróforos (proteínas que se ligam ao ferro que é secretado pelos patógenos).
        O bacilo tetânico é uma bactéria gastrointestinal, ou seja, o seu modo de sair do corpo do hospedeiro é pelas fezes. 

 Imagem ilustrativa de Cloristidium tetani

Representação da contração muscular generalizada que pode ser causada pelas toxinas tetânicas


PREVENÇÃO
     
        O tétano não é uma doença contagiosa e não pode ser eliminada pelos anticorpos de nosso organismo. Desse modo, para se prevenir desta infecção, é necessário que o indivíduo tenha tomado todas as doses da vacina antitetânica. 
    Em casos de ferimento que podem estar contaminados com os esporos do Clostridium tetani, é de suma importância que a pessoa tenha tomado as três doses de toxóide tetânico (vacina antitetânica), sendo a última dose aplicada em menos de dez anos, para que não haja a infecção causada por esta bactéria. 
      Para a prevenção do tétano neonatal, a única maneira de se proteger é através da vacinação de todas as mulheres em idade fértil (entre 12 e 49 anos). Antes do parto, a gestante deverá ter tomado pelo menos duas doses da vacina antitetânica e, caso a última dose tenha sido há mais de cinco anos (lembrando que esse valor é apenas para o tétano relacionado com a gestação), a mesma deverá tomar uma dose de reforço.

Nossas referências:

TAVARES, Walter. O Clostridium tetani e o tétano. Disponível em <www.scielo.br/pdf/rsbmt/v7n1/a07v7n1.pdf>. Acesso em 14 de Junho de 2019. 

MARTINS, Fernando S. V.; CASTIÑEIRAS, Terezinha Marta P.P. Tétano. Disponível em <http://www.cives.ufrj.br/informacao/tetano/tetano-iv.html>. Acesso em 14 de Junho de 2019. 

Tétano: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/tetano-sintomas-transmissao-e-prevencao>. Acesso em 14 de Junho de 2019. 

Um abraço, 

Aureus 💛

Empresa formada pelos alunos do ensino médio integrado ao técnico em Biotecnologia: Anderson Lage, Eduardo Macedo, Gabriela Louise, Karolina Esteves e Laurissa Lima. 

A LEPTOSPIROSE ...

A empresa Grammex reconhece que a Leptospirose é uma doença que causa muitas preocupações em períodos de enchentes, devido aos riscos que traz à saúde pelas águas contaminadas. Por esse motivo e com o objetivo de propagar algumas informações sobre essa doença, a Grammex traz um post sobre a Leptospirose.

A leptospirose é uma doença infecciosa, sendo causada por espiroquetas do gênero Leptospira, é primariamente uma zoonose, e esses animais portadores podem ainda ser assintomáticos da bactéria. Os sintomas dessa doença incluem: sangramento, dor muscular, calafrios, olhos vermelhos, dor de cabeça, além de vômitos.
Imagem relacionada
Bactéria Leptospira

 Os reservatórios principais desse patógeno são os animais, sendo este onde se encontra o patógeno anteriormente e após a infecção. Os animais bovinos, caprinos e ovinos também podem ser reservatório, no entanto, os principais são os roedores sinantrópicos, sendo os mais comuns das espécies Rattus norvegicus, Rattus rattus e Mus musculus.

A entrada do patógeno no hospedeiro se dá pelas superfícies do corpo, como pele, nariz, boca, conjuntiva e etc, de forma que essa transmissão pode se dar a partir do contato com água ou solo contaminados pela urina dos animais portadores, sendo essa a maneira mais comum de contaminação. Além disso, pode ocorrer penetração do micro-organismo pela pele lesada ou mucosa, entretanto, também é possível através do contato com água contaminada por longo tempo da pele integra. Há também outras modalidades de transmissão possíveis como, contato com sangue, tecidos e órgãos de animais infectados. É importante ressaltar ser incomum a transmissão entre humanos podendo ser feita pelo contato com urina, sangue, secreções e tecidos de pessoas infectadas.  

 A leptospira apresenta uma membrana celular dupla que vai ter uma importancia para seu papel. De forma que a leptospirose vai chegar a corrente sanguínea, havendo disseminação por vários orgãos e tecidos, como o fígado, rins e músculos, onde apresentará grandes impactos. Um dos mecanismos envolvidos na patogênese desse patógeno é a existência de uma  endotoxina que acaba por promover lesões no endotélio e a degeneração celular. A leptospirose pode ser subdividida também em duas fases, a septicêmica e a imune.

Fase septicêmica. Nessa fase, a bactéria apresenta-se mais delgada e móvel, penetrando pela pele não íntegra ou mucosas, dessa forma facilitando a infecção. Estando o patógeno na corrente sanguínea e tecidos há lesão endotelial de pequenos vasos. A leptospiremia leva ainda à reação inflamatória que vai por fim originar alterações da barreira endotelial. Além disso, os  antígenos da bactéria ficam aderidos às células do epitélio tubular, endoteliais de capilares e aos macrófagos.

Fase imune. A bactéria na circulação traz resposta imunológica, ou seja, ocorre a produção de anticorpos e há excreção da leptospira pela urina. A diferença é observada então no número de linfócitos T e B, havendo diminuição. Nesta etapa, há o comprometimento de vários orgãos.

 A bactéria, leptospira, é excretada pela urina após alguns dias de infecção, estando presente nela durante certo período.
Resultado de imagem para leptospirose

Referências

http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1441
http://www.siicsalud.com/des/expertoimpreso.php/20415
http://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/leptospirose
https://www.leforte.com.br/leptospirose-contagio-e-prevencao/


Autores: Grammex (Caio Henrique Berdeville; Matheus Luckas; Matheus Henrique; Juliana Pani; Samara)


Coxiella Burnetii e suas aptidões - Por Microwork Innovation

Figura 1. A Coxiella burnetii

           A bactéria Coxiella Burnetti é o agente etiológico, ou seja, causador, da Febre Q, uma doença que, apesar de haver poucos relatos no Brasil, tem ampla ocorrência nos continentes europeu e asiático. Essa bactéria é um cocobacilo pleomórfico (pois pode assumir formas diferentes), acidófilo, gram-negativo e que apresenta enorme resistência a agentes físico-químicos por conta da formação de esporos (spore-like). Como qualquer patógeno bacteriano, a Coxiella Burnetti apresenta sete aptidões sobre as quais se discorrerá durante o texto. 

         A primeira aptidão sobre a qual é importante escrever é a capacidade da bactéria em manter um reservatório. No caso da Coxiella Burnetti, seus reservatórios primários são bovinos, ovinos, caprinos, bem como alguns mamíferos, como gatos e cachorros. Por conta disso, trata-se de uma zoonose. O homem não pode ser classificado como um reservatório, visto que se limita a uma doença clínica quando a bactéria está em seres humanos.  Esse microrganismo, normalmente, pode ser encontrado na urina e fezes dos seres infectados, entretanto também é encontrada em restos placentários de animais abortados ou nascidos prematuramente. 

         A segunda aptidão que um patógeno apresenta é sua capacidade de sair de um reservatório e entrar em um hospedeiro, que, no caso, é o ser humano. A passagem da Coxiella Burnetti do reservatório para o hospedeiro se dá pela inalação de partículas contaminadas no ar, na maioria das vezes. Entretanto, o microrganismo também pode adentrar no hospedeiro quando este tem contato com o muco vaginal, leite, fezes, urina ou até mesmo o sêmen de animais infectados, porém, isso não é tão usual. Uma vez dentro do hospedeiro, é necessário que a bactéria adira à superfície do corpo. Os alvos preferenciais da Coxiella Burnetti são os alvéolos pulmonares e os tecidos hepáticos, nos quais o microrganismo buscará atacar os macrófagos alveolares e as células de Kupffer, respectivamente. 

      Atacando as células citadas anteriormente, a Coxiella Burnetti consegue “burlar” os mecanismos de defesa do corpo. A bactéria é endocitada pelos macrófagos (utilizando-se da fagocitose) formando um vacúolo parasitóforo. Dentro da estrutura, a bactéria consegue diminuir o processo de defesa do organismo, não deixando que ocorra a ligação entre o lisossomo e o local onde está inserida, durante algumas horas. Após a passagem do tempo, é inevitável que ocorra a fusão entre a vesícula lisossômica e a membrana de onde a bactéria localiza-se (vacúolo parasitóforo). 

          O processo de fusão acidifica o meio em volta, em virtude de o lisossomo apresentar enzimas digestivas (pH aproximadamente 5,0), e consequentemente ocorre o processo de multiplicação da bactéria, visto que apresenta resistência a essa faixa de pH ácida.

         Por fim, o patógeno, completando o ciclo, sai do corpo do hospedeiro em direção de volta ao reservatório em que se inseria ou de um novo hospedeiro. A Coxiella Burnetti sai do corpo do hospedeiro da mesma forma que os animais transmitem para o ser humano, isto é: pelo muco vaginal, leite, fezes, urina e restos placentários. Uma vez no ar, a bactéria pode ser espalhada pelo vento e ser inalada mais facilmente. A transmissão entre hospedeiros (interpessoal) é incomum, entretanto existem relatos de contagio por relações sexuais e transfusão de sangue. 


Microwork Innovation:
- Bruno Alexander
- Gustavo Mendonça
- José Felipe
- Luana Gonçalves
- Raílla Braga


Referencias bibliográficas:

Clostridium tetani e o tétano



Muitas das vezes nos machucamos e não damos muita importância, achando que é apenas um “machucadinho” e que não daria em nada. Porém, mal sabem que ali é uma porta de entrada para muitas bactérias infecciosas e que podem levar a morte.
Existe uma Bactéria chamada Clostridim tetani, que é adquirida através de feridas não tratadas devidamente, e por la elas conseguem entrar na nossa corrente sanguínea, deixando milhares de complicações, principalmente no nosso sistema nervoso central.
Como será que essa bactéria age no nosso organismo?



Clostridium tetani


Bom, antes de entender como ela age, vamos aprender um pouco sobre sua morfologia e onde ela é encontrada. Há muito tempo atrás em 1894, Arthur Nicolaier fez uma descrição sobre a C. tetani, declarando que esta é uma bactéria anaeróbica, ou seja, ela não tem a capacidade de sobreviver em ambientes oxigenados (com presença de oxigênio), PORÉM, ela consegue ficar em lugares enferrujados, que é propício apresentar um baixo potencial de oxirredução ao meio. Outra observação é que ela, quando jovem é gram positiva e quando madura, é gram negativa.
Essas Bactérias existem em dois tipos: em forma de bacilos e em esporo, sendo este último que devemos nos preocupar. Os esporos, ao contrário dos bacilos, apresentam uma resistência enorme, e é justamente este que está presente nos solos, fezes de animais ou humanos, instrumentos cortantes e perfurantes enferrujados que estejam contaminados. A do tipo bacilos é encontrada em intestino de cavalos e humanos.

Como ocorre a transmissão?
A transmissão no geral ocorre:
        Via feca-oral indireta (água e alimentos que tiveram contato com fezes contaminadas);
        Por ferimentos que entrem em contato com a C. tetani ou sejam provocados com materiais contaminados, podendo ser via transmissão vertical perinatal (pouco tempo após o parto) ou via transmissão parenteral (ex: prego enferrujado).

Adentrando no corpo
O é patógeno dependente das adesinas e dos receptores dos tecidos  para entrar no corpo. O processo baseia-se no reconhecimento por parte das adesinas, de elementos da matriz extracelular como a lamina, colágeno, e receptores a exemplo das caderinas e intergrinas (receptores que integram a matriz extracelular ao citoesqueleto da célula). Após isso, os bacilos atravessam a células, e em casos de tétano generalizado se alastram pelo corpo.

Reprodução do patógeno
Após se instalar no corpo humano, a C. tetani começa a se multiplicar. Os sintomas decorrentes e a eventual morte do hospedeiro decorrem em relação a uma das toxinas produzidas pela bactéria, a exotoxina tetanospamina (altamente letal, precisando somente de 0,25 mg para matar um homem). A tetanospamina é uma toxina proteica que interage somente com os receptores de células nervosas. Isto causa a inibição de neurotransmissores inibitórios, resultando em grande escala numa rigidez/contração muscular generalizada, podendo interferir no coração e nos pulmões, levando o indivíduo a óbito.

Voltando ao reservatório
A bactéria pode retornar ao reservatório dela similarmente ao modo em que ela é transmitida: através de fezes contaminadas, podendo ser tanto humanas quanto de gado, podendo contaminar água e solo.

E como evitar essa doença?
Essa doença é horrível né? Mas temos uma notícia boa.

Existe uma vacina para o tétano. Sendo a principal forma de prevenção contra a doença, o método é indicado para crianças, recém nascidos e gestantes.

A população desde a infância deve ser vacinada com vacinas com o componente do tétano, como por exemplo a vacina penta (que protege contra 
tétano, difteria, hepatite B , Haemophilus influenzae B e pertussis), com doses aos 2, 4 e 6 meses de idade, com o primeiro reforço depois de 15 meses e o segundo reforço com 4 anos de idade com a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) e ainda a cada 10 anos um reforço com a vacina dupla adulto.

Outra medida importante é a vacinação do tétano nas mulheres em idade fértil e de suma importância as gestantes, haja vista que os anticorpos contra a toxina tetânica passam a barreira placentária protegendo passivamente o recém-nascido contra o tétano.

A contaminação pela C. tetani não induz no corpo a imunidade contra o téteno, podendo ocorrer uma outra infecção, sendo necessário a vacina. O tratamento para a cura do tétano consiste no uso do soro antitetânico (produzido a partir do soro geralmente de cavalos) ou do IGHAT (soro antitetânico produzido a partir do plasma de pessoas imunes) e antibióticos (como a penicilina g cristalina) em casos leves, e em casos mais graves o uso de remédios para a resolução do desconforto muscular (“reprodução do patógeno”) e próteses respiratórias.
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Agora depois de ver sobre como essa bactéria é perigosa, vamos dar mais atenção aos nossos machucadinhos, não é verdade?.


FONTES:

Impetigo

Bom dia, boa tarde, boa noite caros amados, a Bio-Logic veio hoje tratar de um amplo e complexo assunto, muito recorrente na boca do povo, as doenças. Vamos focar em doenças causadas por bactérias, em especial o Impetigo.
Existem vários tipos de sintomas que as doenças bacterianas podem causar, como náuseas, febres, vômitos, espirros e tosse seca, diarreia, fraqueza, inflamações, dores, etc. Ou seja, diferentes tipos de microrganismos afetam distintas regiões do corpo. O Impetigo é uma doença que atinge muito crianças e se caracteriza por uma infecção da camada mais superficial da pele.




É uma doença bastante contagiosa, uma vez que os microrganismos se proliferam na pele e próximos as narinas, a secreção nasal e a área com os ferimentos são formas de se contagiar com a doença, inclusive tocar em utensílios ou outros objetos nos quais entraram em contato com os doentes também pode provocar a doença (fômites), então cuidado!
As bactérias que causam o Impetigo são a Staphylococcus aureus e a Streptococcus pyogenes. Essas bactérias geralmente não fazem mal ao nosso organismo, porém, basta uma queda no nosso sistema de defesa e algumas lesões e elas mostram seus dentes. E é exatamente por estas condições, e pelo fato da falta de higiene auxiliar na proliferação desses microrganismos, que as crianças são as principais afetadas.
Staphylococcus aureus:



Bactéria gram-positiva esférica, do tipo cocos, desenvolve suas colônias na pele e em fossas nasais.
Alguns de seus fatores de virulência são:
  1. Enzima Hialuronidase, permite a degradação do meio extracelular, composto de ácido hialurônico, e mais rápida invasão dos tecidos;

  1. Proteína A: presente na parede celular do Staphylococcus aureus. Ela prende anticorpos circulantes da classe IgG, neutralizando a sua função. Impedindo a adesão de imunoglobulinas, não deixando assim a ativação do complemento;

  1. Toxina esfoliatina: causam síndromes esfoliativas na pele. Há duas formas ETA e ETB (toxinas esfoliativas A e B). Promovem a clivagem do extrato granuloso da epiderme (desmossomas) que unem as células da pele umas às outras, resultando em perda da camada superior da pele (esfoliação);

  1. Enterotoxinas: são proteícas pirogênicas e termoestáveis, resistentes aos sucos agressivos gastrointestinais. Provocam ativação imprópria do sistema imune, levando à produção de citocinas, causando danos aos tecidos;

  1. Alfatoxina: toxina capaz de lisar as hemácias, em infecções mais graves também causa danos as plaquetas;

  1. Toxina TSST-1: provoca febre e erupções cutâneas descamativas;

  1. Presença de uma cápsula que dificulta a fagocitose.


Streptococcus pyogenes:



Bactéria gram-positiva esférica, do tipo cocos, causadora de várias outras doenças como a faringite bacteriana e a escarlatina.
Alguns de seus fatores de virulência são:
  1. Sua cápsula constituída de ácido hialurônico, que o protege contra fagocitose, uma vez que o ácido também é presente no tecido conjuntivo dos mamíferos, sendo antigenicamente indistinguível;

  1. Presença de proteínas do tipo M, que se ligam a alguns tipos de anticorpos, impedindo-os de atuar;

  1. Estreptolisinas S e O, que destroem as membranas de eritrócitos e outras células, matando-as;

  1. Exotoxinas pirogênicas: são superantígenos e ativam os linfócitos de forma não especifica, provocando uma resposta imunitária desapropriada, com febre, e até choque e insuficiência de órgãos;

  1. Enzimas DNAse: destroem o DNA, um componente importante no pus, tornando-o mais líquido. Por esta razão o pus dos estreptococos costuma ser mais líquido, e o dos estafilococos, mais pastoso e granuloso;

  1. Proteína F: dá aderência ao meio, impedindo-a de ser arrastada facilmente;

  1. Enzima Hialuronidase;

  1. Presença de Peptideoglicano, tóxico para as células.

Existem 3 tipos de Impetigo, distinguidos pelo tipo de microrganismos causador e gravidade da infecção, são eles:
  • Impetigo Comum: principal causador é a Streptococcus pyogenes, se caracteriza pelo aparecimento de pequenas bolhas cheias de pus, principalmente próximas do nariz e da boca. Quando rompem e vazam, essas bolhas dão lugar a feridas avermelhadas que, depois, são cobertas por uma crosta amarronzada, que cai sem deixar cicatrizes.



  • Impetigo Bolhoso: É causado pelo Staphylococcus aureus, que produz toxinas que favorecem o aparecimento de vesículas maiores, cheias de líquido amarelado. Se instalam em diversas regiões do corpo, como os membros e as nádegas principalmente de bebês e crianças na idade pré-escolar, e podem vir acompanhadas de febre e mal-estar. Quando rompem, deixam no lugar uma lesão vermelho-vivo, inflamada e úmida, que não dói, mas pode coçar e desaparece sem deixar marcas.



  • Ectima: Uma vez que sua infecção vai para além da epiderme, é considerado o tipo de Impetigo mais grave. Geralmente é causada pelo Streptococcus pyogenes, embora possa ocorrer uma infecção simultânea pelo Staphilococus aureus. Pode haver uma ou mais infecções, que resultam em úlceras profundas, dolorosas e cheias de pus, e deixam cicatrizes depois de curadas. Outro sinal de ectima é a presença de linfonodos (gânglios linfáticos) aumentados na cadeia próximas das feridas, como resposta do sistema de defesa do organismo contra o agente agressor.


O tratamento dá doença se dá principalmente pelo uso de antibióticos, seja de forma oral ou através de pomadas (para aplicação da pomada, é necessário que as crostas sejam amolecidas com água morna antes). Para ectima, o tratamento é semelhante, porém as crostas precisam ser retiradas e a área devidamente limpa com água e sabão para o uso da pomada.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:



Bactérias e eletricidade. Como assim?

Bactérias e eletricidade. Como assim? 👀🤔
Você já parou para pensar em outra forma de gerar eletricidade, sem ser pelo meios tradicionais que conhecemos hoje, como as termo e hidroelétricas? E se essa forma utilizasse bactérias? Essa possibilidade que parece ter sido tirada do roteiro de um filme de ficção científica pode, na verdade, estar bem próxima de se tornar eletricidade. 
Cientistas, pela primeira vez, conseguiram demonstrar como as bactérias são capazes de descarregar pequenas correntes elétricas, a partir de suas estruturas. Essa fascinante descoberta possibilita a criação das denominadas máquinas "bioelétricas", na qual uma grande quantidade de bactérias é ligada a eletrodos que recolhem sua energia. Além disso, têm-se também como possibilidade de que alguns desses microrganismos, por se alimentarem de poluentes, possam ser utilizados para converter lixo industrial, radioativo e esgoto em eletricidade! Que incrível!!! 😱
Todas as bactérias, enquanto se livram de elétrons indesejados, que são o subproduto de converter comida em energia, geram um poucas correntes elétricas. O ponto interessante do uso das bactérias é que elas fornecem energia constantemente, sem depender dos ventos ou da luz do Sol. Outra grande vantagem é o fato delas conseguirem produzem eletricidade ao degradarem o esgoto e a poluição. Por conta disso, imagina-se ser possível a construção de uma usina que gera sua própria energia, ao mesmo tempo em que se livra do lixo. 👏
Um estudo publicado no periódico estadunidense "Proceedings of the National Academy of Science" demonstrou a estrutura molecular dos “fios” que as bactérias usam para descarregar eletricidade. “Queremos usar esse conhecimento para conectar os micróbios a eletrodos mais eficientemente”, disse Tom Clarke, chefe da pesquisa, realizada na Universidade de East Anglia (Inglaterra). Atualmente, a quantidade de energia gerada pelos organismos ainda é muito baixa.

Um abraço,

Aureus 💛
Empresa formada pelos alunos do ensino médio integrado ao técnico de biotecnologia Anderson Lage, Eduardo Macedo, Gabriela Louise, Karolina Esteves e Laurissa Lima.

Nossas referências:

Eletricidade gerada a partir de bactérias está mais próxima da realidade. Disponível em <https://veja.abril.com.br/ciencia/eletricidade-gerada-a-partir-de-bacterias-esta-mais-proxima-da-realidade/?fbclid=IwAR0fHbJr0KWGBcfEW8qSUkVZkxkh67V8ACZ-r9InZclp_iBqpTe3Ni6nrrQ>. Acesso em 13 de Junho de 2019.


quinta-feira, 13 de junho de 2019

Os fungos como alternativa para a biorremediação do Urânio


       Bom dia, boa tarde, boa noite ! Quando falamos sobre a expansão das indústrias, é comum que termos como "progresso", "crescimento econômico" e "desenvolvimento tecnológico" façam parte da conversa. E de fato, as indústrias são muito importantes para o desenvolvimento socioeconômico de um país. Porém, junto com essa expansão, ocorre também uma maior produção de lixo industrial, que é despejado na natureza e contamina o ambiente. A mineração, as indústrias de tinta e metalúrgicas são campeãs no seguinte quesito: liberar metais pesados em rios, lagos e solo, afetando todo o ecossistema com esse material tóxico sendo despejado diariamente. A vitalidade da natureza não seria um preço alto demais para se alcançar o progresso? Pensando em uma solução para esse deplorável problema, o Instituto de Ciências Biomédicas da USP desenvolveu uma técnica surpreendente para a retirada de urânio de zonas contaminadas: os fungos.
       Quando se trata de metais pesados, a grande questão é que eles não podem ser destruídos pela ação humana. Portanto, uma saída encontrada foi usar fungos encontrados no local de contaminação e tratá-los em laboratório, já que estes fungos possuem a capacidade de absorver o urânio na natureza, como uma esponja. Assim, quando esses organismos são retornados à natureza, funcionam como um filtro, já que insolubilizam o urânio, evitando que este se espalhe no ambiente. Essa alternativa de biorremediação, além de ser mais barata, traz baixos prejuízos ecológicos, tem uma maior eficácia, pode ser utilizado em larga escala e é um processo mais rápido se comparado a outros tratamentos químicos. Esse processo já é aplicado em áreas no Brasil que sofreram com a extração de minerais, como a jazida de uma mina esgotada na cidade de Caldas, no interior de Minas Gerais. Mas mesmo assim, os estudos acerca desses fungos continuam, já que potencializar esse tratamento também é uma prioridade dos pesquisadores.
       Questionar a ação do homem na natureza e ficar atento acerca da importância da conservação do meio ambiente é o primeiro passo para criar soluções esplêndidas para problemas que assolam o ambiente e comprometem o futuro do planeta. Analisando essa descoberta acerca do uso de fungos encontrados na própria natureza, fica claro como a biotecnologia é fundamental para a preservação do ecossistema e para o avanço da sociedade como um todo. Portanto, caro leitor, talvez a seguinte pergunta venha à sua cabeça: "Seria então o investimento na biotecnologia ambiental tão importante quanto o investimento em indústrias pesadas ?". Essa pergunta pode ter mais de uma resposta, mas de algo eu tenho certeza: a biotecnologia não precisa destruir o meio ambiente para prevalecer no mercado, mas muito pelo contrário. Uma relação saudável entre a ciência e a natureza é essencial para o verdadeiro triunfo do setor científico. Pode-se dizer o mesmo sobre indústrias pesadas ? Outro questionamento para se pensar a respeito.


Referências: