Bom dia, boa tarde, boa noite ! Quando falamos sobre a expansão das indústrias, é comum que termos como "progresso", "crescimento econômico" e "desenvolvimento tecnológico" façam parte da conversa. E de fato, as indústrias são muito importantes para o desenvolvimento socioeconômico de um país. Porém, junto com essa expansão, ocorre também uma maior produção de lixo industrial, que é despejado na natureza e contamina o ambiente. A mineração, as indústrias de tinta e metalúrgicas são campeãs no seguinte quesito: liberar metais pesados em rios, lagos e solo, afetando todo o ecossistema com esse material tóxico sendo despejado diariamente. A vitalidade da natureza não seria um preço alto demais para se alcançar o progresso? Pensando em uma solução para esse deplorável problema, o Instituto de Ciências Biomédicas da USP desenvolveu uma técnica surpreendente para a retirada de urânio de zonas contaminadas: os fungos.
Quando se trata de metais pesados, a grande questão é que eles não podem ser destruídos pela ação humana. Portanto, uma saída encontrada foi usar fungos encontrados no local de contaminação e tratá-los em laboratório, já que estes fungos possuem a capacidade de absorver o urânio na natureza, como uma esponja. Assim, quando esses organismos são retornados à natureza, funcionam como um filtro, já que insolubilizam o urânio, evitando que este se espalhe no ambiente. Essa alternativa de biorremediação, além de ser mais barata, traz baixos prejuízos ecológicos, tem uma maior eficácia, pode ser utilizado em larga escala e é um processo mais rápido se comparado a outros tratamentos químicos. Esse processo já é aplicado em áreas no Brasil que sofreram com a extração de minerais, como a jazida de uma mina esgotada na cidade de Caldas, no interior de Minas Gerais. Mas mesmo assim, os estudos acerca desses fungos continuam, já que potencializar esse tratamento também é uma prioridade dos pesquisadores.
Questionar a ação do homem na natureza e ficar atento acerca da importância da conservação do meio ambiente é o primeiro passo para criar soluções esplêndidas para problemas que assolam o ambiente e comprometem o futuro do planeta. Analisando essa descoberta acerca do uso de fungos encontrados na própria natureza, fica claro como a biotecnologia é fundamental para a preservação do ecossistema e para o avanço da sociedade como um todo. Portanto, caro leitor, talvez a seguinte pergunta venha à sua cabeça: "Seria então o investimento na biotecnologia ambiental tão importante quanto o investimento em indústrias pesadas ?". Essa pergunta pode ter mais de uma resposta, mas de algo eu tenho certeza: a biotecnologia não precisa destruir o meio ambiente para prevalecer no mercado, mas muito pelo contrário. Uma relação saudável entre a ciência e a natureza é essencial para o verdadeiro triunfo do setor científico. Pode-se dizer o mesmo sobre indústrias pesadas ? Outro questionamento para se pensar a respeito.
Referências:
- http://www.qualital.com.br/metais-pesados/
- https://paineira.usp.br/aun/index.php/2018/06/28/fungos-removem-uranio/?fbclid=IwAR1bgGQcvE_V538ZQ8tqJUVKY9IEf0edfxmbv8y89dtaBTTmeEalah1stSg
Componentes: Caroline Borges, Gabriel Nunes, Maria Vitória, Moisés Brito e Pedro Andrade
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