Figura 1. A Coxiella burnetii
A bactéria Coxiella Burnetti é
o agente etiológico, ou seja, causador, da Febre Q, uma doença que, apesar de
haver poucos relatos no Brasil, tem ampla ocorrência nos continentes europeu e
asiático. Essa bactéria é um cocobacilo pleomórfico (pois pode assumir formas
diferentes), acidófilo, gram-negativo e que apresenta enorme resistência a
agentes físico-químicos por conta da formação de esporos (spore-like). Como
qualquer patógeno bacteriano, a Coxiella
Burnetti apresenta sete aptidões sobre as quais se discorrerá durante o
texto.
A primeira aptidão sobre a qual é importante escrever é a capacidade da
bactéria em manter um reservatório. No caso da Coxiella Burnetti, seus reservatórios primários são bovinos,
ovinos, caprinos, bem como alguns mamíferos, como gatos e cachorros. Por conta
disso, trata-se de uma zoonose. O homem não pode ser classificado como um
reservatório, visto que se limita a uma doença clínica quando a bactéria está
em seres humanos. Esse microrganismo,
normalmente, pode ser encontrado na urina e fezes dos seres infectados,
entretanto também é encontrada em restos placentários de animais abortados ou
nascidos prematuramente.
A segunda aptidão que um patógeno apresenta é sua capacidade de sair de
um reservatório e entrar em um hospedeiro, que, no caso, é o ser humano. A
passagem da Coxiella Burnetti do
reservatório para o hospedeiro se dá pela inalação de partículas contaminadas
no ar, na maioria das vezes. Entretanto, o microrganismo também pode adentrar
no hospedeiro quando este tem contato com o muco vaginal, leite, fezes, urina
ou até mesmo o sêmen de animais infectados, porém, isso não é tão usual. Uma
vez dentro do hospedeiro, é necessário que a bactéria adira à superfície do
corpo. Os alvos preferenciais da Coxiella
Burnetti são os alvéolos pulmonares e os tecidos hepáticos, nos quais o
microrganismo buscará atacar os macrófagos alveolares e as células de Kupffer,
respectivamente.
Atacando as células citadas anteriormente, a Coxiella Burnetti consegue “burlar” os mecanismos de defesa do
corpo. A bactéria é endocitada pelos macrófagos (utilizando-se da fagocitose)
formando um vacúolo parasitóforo. Dentro da estrutura, a bactéria consegue
diminuir o processo de defesa do organismo, não deixando que ocorra a ligação
entre o lisossomo e o local onde está inserida, durante algumas horas. Após a
passagem do tempo, é inevitável que ocorra a fusão entre a vesícula lisossômica
e a membrana de onde a bactéria localiza-se (vacúolo parasitóforo).
O processo de fusão acidifica o meio em volta, em virtude de o lisossomo
apresentar enzimas digestivas (pH aproximadamente 5,0), e consequentemente ocorre
o processo de multiplicação da bactéria, visto que apresenta resistência a essa
faixa de pH ácida.
Por fim, o patógeno, completando o ciclo, sai do corpo do hospedeiro em
direção de volta ao reservatório em que se inseria ou de um novo hospedeiro. A Coxiella Burnetti sai do corpo do
hospedeiro da mesma forma que os animais transmitem para o ser humano, isto é: pelo
muco vaginal, leite, fezes, urina e restos placentários. Uma vez no ar, a
bactéria pode ser espalhada pelo vento e ser inalada mais facilmente. A
transmissão entre hospedeiros (interpessoal) é incomum, entretanto existem
relatos de contagio por relações sexuais e transfusão de sangue.
Microwork Innovation:
- Bruno Alexander
- Gustavo Mendonça
- José Felipe
- Luana Gonçalves
- Raílla Braga
Referencias bibliográficas:
http://www.scielo.br/pdf/csc/v23n12/1413-8123-csc-23-12-4231.pdf (Acessado em 14/06/2019)
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC281568/?page=1 (Acessado em 14/06/2019) http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/1035/1/16858_Estudo_da_preval00EAncia_de_anticorpos.pdf (Acessado em 14/06/2019) |
sexta-feira, 14 de junho de 2019
Coxiella Burnetii e suas aptidões - Por Microwork Innovation
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