Introdução
:
Os microrganismos
apresentam especificidades e similaridades, as quais podemos identificar por
meio de recursos diversos. As bactérias são classificadas em gram positivas e
gram negativas, a partir da coloração de gram, por exemplo. O método desenvolvido
pelo cientista Hans Christian Gram consiste em tornar as células das bactérias
violáceas, para depois descolorir as mesmas com o solvente orgânico
etanol-acetona. As células descoloridas, assumem um tom rosa e pertencem às
bactérias gram negativas. Já as células que permanecem com a coloração roxa,
são referentes às bactérias gram positivas. Amplos estudos foram desenvolvidos
para determinar propriedades inerentes às classes supracitadas, com o objetivo
de compreender as divergências observadas em experimentos práticos e
desenvolver teorias que comportem uma explicação coerente com os resultados
obtidos.
A aula prática promoveu alguns testes
bioquímicos. Os testes bioquímicos aplicados aos microrganismos estabelecem
algumas das importantes características bacterianas. A realização de testes em determinada colônia
desconhecida, pode prover esclarecimentos que indicarão a espécie em questão.
Dentre elas, o comportamento metabólico de determinada espécie, conferirá uma
confirmação bioquímica da espécie em análise.
Os ensaios realizados avaliaram a motilidade,
descarboxilação da descarboxilação da lisina, produção de gás,utilização de citrato como fonte de carbono e a fermentação por consumo de glicose,lactose e sorbitol.
Objetivo:
Interpretação
de resultados de transformação metabólicas ocorridas em algumas provas
bioquímica empregadas para identificação de bactérias em diferentes ambientes,
as características como: metabolismo, capacidade de degradar determinados
substratos, produção de gases, mudança de cor.
Materiais:
Indicador de pH vermelho de metila
Reagente Voges-Proskauer (KOH 40%).
Reagente de Kovac
Agulha bacteriológica
Alça bacteriológica
Bico de Bunsen
Amostra da bactéria.
Tubo de ensaio contendo meio de cultura Ágar Lisina
Ferro (LIA)
Tubo de ensaio contendo meio de cultura Ágar citrato
de simmons
Tubo de ensaio contendo meio de cultura Ágar TSI –
triplo açúcar ferro
Tubo de ensaio contendo meio de cultura Methyl Red-Vogel
Proskauer (MRVP)
Tubo de ensaio contendo OF + Sorbitol (SB)
Tubo de ensaio contendo meio de cultura SIM
Tubo de ensaio contendo meio base para aminoácidos +
arginina (ARG)
Tubo de ensaio contendo meio base para aminoácidos +
ornitina (OR)
Tubo de ensaio contendo meio base para aminoácidos +
lisina (LIS)
Tubo de ensaio contendo meio básico para aminoácidos
Tubos de ensaio contendo OF + Lactose (LAC)
Tubos de ensaio contendo OF + Glicose (GLI)
Procedimentos:
Primeiramente
os tubos foram perfeitamente identificados, a bactéria foi incubada no OF(
lactose, glicose, sorbitol ).
O meio com
óleo, sem identificação, foi utilizado como controle. Nos meios sem óleo foram
feitos 3 testes ao mesmo tempo (produção de sulfeto, indol e motilidade ), no
meio indol foi adicionado reativo de kovacs depois do crescimento.
Os outros testes foram nos meios: LIA, TSI, Citrato, MRVP (
metil red, voges-proskauer ), no meio citrato se usou indicador de ph azul
bromofenol e no MRVP, usou-se vermelho de metila e KOH + NAFTA após o
crescimento.
Trabalhou-se
atrás da chama, flambando os tubos 3 vezes antes e depois de abertos, e a
agulha corretamente esterilizada.
Resultados:
SIM-
|
SIM- Depois da incubação |
Lactose c/ óleo -
|
Lactose c/ óleo - depois da incubação |
Lactose s/óleo-
|
Lactose s/óleo - Depois da incubação |
Sorbitol s/ óleo
|
Sorbitol s/óleo-Depois da incubação |
Sorbitol c/óleo e Glicose
|
Sorbitol- Depois da incubação |
Glicose-depois |
Base de aminoácido c/óleo
|
Base de aminoácido - depois da incubação |
TSI inoculado antes da incubação |
TSI depois da incubação |
LIA-
|
LIA-Depois da incubação |
Citrato inoculado- Antes da incubação |
Citrato-Depois da incubação |
Arginina-inoculado- Antes da incubação |
Arginina - Depois da incubação |
MRVP-
|
Depois da incubação |
Depois da incubação |
Ornitina-
|
Depois da incubação |
Discussão:
O Tubo de OF contendo Glicose e o Tubo de OF contendo
Glicose e Óleo não viraram, ou seja, não mudaram de cor. Isto indica que a
bactéria inoculada não utiliza Glicose em nenhuma via metabólica, pois se
utilizasse ocorreria mudança de cor, visto que a Glicose presente no meio seria
consumida.
O Tubo de OF contendo somente Sorbitol virou, isto é,
apresentou mudança de coloração (passando de verde para azul). Este resultado
mostra que a bactéria analisada possui capacidade de oxidar o Sorbitol, pois
realiza degradação básica de proteína através dos aminoácidos.
Porém, o Tubo de OF contendo Sorbitol e óleo não virou, ou
seja, não mudou de cor. A partir do resultado deste tubo observa-se que a
bactéria utiliza oxigênio para degradação, pois como o óleo impede o contato
com o ar a bactéria não pôde usufruir do oxigênio. Logo, não possui capacidade
de fermentar o Sorbitol.
O Tubo de OF contendo Lactose e óleo, assim como o Tubo de
OF contendendo somente Lactose, não apresentaram mudança de cor. Isto indica
que a bactéria não utiliza lactose na via oxidativa nem na via
fermentativa.
O Tubo SIM apresentou
apenas uma coloração rosa, em forma de anel, na superfície da solução. Isto
mostra que a bactéria não produziu Sulfeto, pois caso contrário teria
apresentado coloração preta resultante da reação de Sulfeto com Ferro. Além
disso, a bactéria produz Indol (a partir do Triptofano) e é imóvel, visto que
só cresceu na região que entrou em contato com a agulha.
O Tubo TSI apresentou ligeiro escurecimento de cor,
deixando-o praticamente inalterado. Este resultado mostra a possibilidade da
bactéria inoculada ser gram positiva, pois uma bactéria gram negativa mudaria
drasticamente a cor.
O Tubo de Citrato não mudou sua cor e permaneceu verde. Este
resultado aponta que a bactéria analisada não utiliza o Citrato como única
fonte de Carbono, ou seja, não possui a enzima Citrato Permease que absorve
citrato.
O Tubo LIA também não apresentou mudança de cor, ou seja, não
virou o meio. Isto mostra que a bactéria não é capaz de fazer a descarbonilação
da lisina e não possui ferro.
Os Tubos de Arginina e Ornitina não viraram devido ao fato
da bactéria não fermentar glicose, como observado anteriormente no Tubo de OF
contendo Glicose. Dessa forma, não transformou Arginina em Ornitina e nem o
contrário.
Por outro lado, o Tubo de Lisina virou, ou seja, mudou de
cor devido a fermentação da Glicose por parte da bactéria, pois a enzima
descarboxilase transforma Lisina em Amina Primária.
No Tubo MRVP 1 analisou-se os testes MR, onde a coloração
observada foi vermelho significando positivo. Este resultado indica pH ácido
(visto que o ponto de viragem do MR é em torno de 4,5), devido a produção de
ácido oriundo da fermentação de glicose.
No Tubo MRVP 2 analisou-se os testes VP, onde o resultado
foi negativo, pois a bactéria inoculada não produz ceretoína através da
Glicose.
Com base na análise de todos os resultados e comparação com
tabela concluiu-se que a bactéria inoculada foi a Micrococcus Luteus, que é gram
positiva, pois os resultados encontrados são característicos de bactérias gram
positiva.
Conclusão:
Ao termino dos experimentos, e 1 semana na estufa,
podemos concluir que tivemos os resultados desejáveis, para descobrirmos qual
bactérias estávamos trabalhando, utilizando as características apresentadas. A
partir das características descobrimos que se trata de Micrococcus Luteus que é
gram positiva.
Bibliografia:
MADIGAN,M.T.;MARTINKO,J.M.;DUNLAP,PV;LARK,D.P. Microbiologia de Brock. 12. ed., Porto Alegre: Artemes, 2010. 1160p.
Introdução:
ResponderExcluir“Amplos estudos foram desenvolvidos para determinar propriedades inerentes às classes supracitadas, com o objetivo de compreender as divergências observadas em experimentos práticos e desenvolver teorias que comportem uma explicação coerente com os resultados obtidos.” Confuso: os testes bioquímicos foram desenvolvidos para verificar as características das bactérias e identifica-las com base nos resultados de vários testes bioquímicos.
“O meio com óleo, sem identificação, foi utilizado como controle. Nos meios sem óleo foram feitos 3 testes ao mesmo tempo (produção de sulfeto, indol e motilidade ), no meio indol foi adicionado reativo de kovacs depois do crescimento.”
Creio que vocês estavam se referindo ao meio SIM *sulfeto, motilidade e indol. O meio base para aminoácidos com óleo sem aminoácidos foi utilizado para comparar o resultado dos 3 meios de aminoácidos (Arginina, ornitina e Lisina)
“ O Tubo de OF contendo Glicose e o Tubo de OF contendo Glicose e Óleo não viraram, ou seja, não mudaram de cor. Isto indica que a bactéria inoculada não utiliza Glicose em nenhuma via metabólica, pois se utilizasse ocorreria mudança de cor, visto que a Glicose presente no meio seria consumida.”
É mais provável que a bactéria tenha morrido do que não utilizar a glicose por nenhuma das vias.
“O Tubo de OF contendo somente Sorbitol virou, isto é, apresentou mudança de coloração (passando de verde para azul). Este resultado mostra que a bactéria analisada possui capacidade de oxidar o Sorbitol, pois realiza degradação básica de proteína através dos aminoácidos.” O resultado esperado é o meio virar de verde para amarelo devido a acidificação a partir do consumo da fonte de carbono.
Consulte o seguinte link sobre fundamento do teste de OF
https://microbeonline.com/oxidative-fermentative-test-principle-procedure-results/
“ O Tubo SIM apresentou apenas uma coloração rosa, em forma de anel, na superfície da solução. Isto mostra que a bactéria não produziu Sulfeto, pois caso contrário teria apresentado coloração preta resultante da reação de Sulfeto com Ferro. Além disso, a bactéria produz Indol (a partir do Triptofano) e é imóvel, visto que só cresceu na região que entrou em contato com a agulha.”
A coloração do reativo de kovacs no SIM apenas determina se é positivo ou negativo para indol. A produção de H2S é visualizado pelo ppt negro após a incubação
LIA não houve produção de H2S. Como LIA foi negativo e o tubo de Lisina virou?
“No Tubo MRVP 2 analisou-se os testes VP, onde o resultado foi negativo, pois a bactéria inoculada não produz ceretoína através da Glicose”
Bacteria não produz acetoina