sexta-feira, 14 de julho de 2017

Mycobacterium tuberculosis


Com cerca de 70 mil novos casos de tuberculose no Brasil por ano (média), sendo desses 4,5 mil correspondem a óbitos em decorrência da doença, a tuberculose configura uma doença endêmica e um sério problema de saúde pública no Brasil. Causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, a tuberculose  é uma infecção bacteriana grave que é transmitida pelo ar. Nos últimos anos, uma série de aparecimento de cepas multirresistentes alertou, novamente, a comunidade médica e entendermos a história bem como a epidemiologia da mesma se torna de suma importância neste momento de preocupação.

HISTÓRICO
Com relatos descritos de médicos da Grécia e Roma antiga, a tuberculose é dita um doença milenar. Não obstante, apenas centenas de anos após, mais precisamente em 1882, um pesquisador alemão Robert Koch foi capaz de isolar a bactéria. Isto foi de suma importância já que, a medicina à época enfrentava um grande desafio que era o diagnóstico tardio: Apenas após afetar de forma totalitária pulmões e ossos que a doença conseguiria ser detectada. No decorrer dos séculos XIX até XX, a tuberculose existia como uma doença característica do estilo de vida boêmio e teria sua atuação romantizada, já que era um patógeno comum entre os artistas e intelectuais da época.
Porém, foi apenas em 1908 que a primeira vacina contra tuberculose foi produzida a partir de culturas vivas atenuadas de uma cepa isolada do bacilo da tuberculose, o Mycobacterium bovis. Porém, em 1921 que foi, de fato, feita a primeira aplicação em pacientes, mais especificamente em crianças. Desta forma, em 1940 descobre-se quimioterápicos contra a doença, alterando um perfil epidemiológico mundial que permanecia assustador até então, com suas altas taxas de mortalidade.
Através do SINAN, um sistema de informação de agravos de notificação, o ministério da saúde consegue coletar, transmitir e disseminar os dados gerados pelo sistema de vigilância epidemiológica. Todos os casos de tuberculose são imediatamente notificados a esse sistema. Desta forma, periodicamente, o ministério da saúde divulga gráficos com informações sobre o número de casos dentro de um período pré-determinado, como este, abaixo, que nos informa sobre a taxa de novos casos de tuberculose entre 2009 e 2013


AGENTE ETIOLÓGICO
O bacilo de tuberculose é uma micobactéria pertencente ao gênero Mycobacterium, família Mycobacteriaceae. O gênero Mycobacterium compreende cerca de 60 espécies, porém o M. tuberculosis tem se mostrado como uma das espécies mais patogênicas, de acordo com artigos publicados.
Morfologicamente, o micro-organismo se caracteriza por ser um bacilo reto ou ligeiramente curvo, cuja dimensão irá variar de 0,2 a 0,6 micrômetros por 1 a 10 micrômetros, imóvel, não esporulado, não encapsulado, não produz toxinas e é capaz de sobreviver no interior de células fagocitárias, caracterizando-o como um patógeno intracelular aeróbio estrito. Sua parede é constituída principalmente por ácidos micólicos, formando um barreira hidrofóbica que confere resistência à dessecação e à descoloração por álcool e ácido, sendo esta propriedade morfotintorial a mais importante característica diagnóstica do bacilo.
Determinadas cepas deste micro-organismo apresentam resistência a agentes químicas, dentre eles, soluções de hidróxido de sódio e bifenol, por exemplo. Ao ser cultivado, o micro-organismo cresce lentamente devido a um fato do seu metabolismo estar voltado principalmente a formação da parede celular que o protege que, no entanto, é facilmente destruído por agentes físicos como radiações não-ionizantes, raios ultravioletas e calor. É dependente do parasitismo para sua sobrevivência, não sendo encontrado de forma livre na natureza

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
A tuberculose pode se manifestar de acordo com o órgão que está acometido. Frequentemente, a forma pulmonar é que dá os sinais e também é a mais relevante pra saúde pública pelo seu alto grau de manutenção da cadeia de transmissão da infecção. Desta forma, vale destacar duas manifestações clínicas principais:

- TB pulmonar
Ligadas à resposta do hospedeiro ao micro-organismo, o dano é causado pela presença dos bacilos nos macrófagos desencadeando um tipo de inflamação crônica que é descontrolada e progressiva. A tosse seca ou produtiva com expectoração mucoide ou purulenta, com presença ou não de hemoptise (expectoração de sangue) são as principais manifestações clínicas. Irritabilidade, sudorese noturna, emagrecimento e febre vespertina são, também, alguns dos fatores clínicos que podem acometer o paciente.

- TB extrapulmonar
As formas extrapulmonares tem seus sinais característicos e específicos dos órgãos acometidos, sendo classificadas dada sua localização: Laríngea, ganglionar periférica, meningoencefálica, óssea, geniturinária, miliar ou cutânea e ocular. Poucos são os sinais até progressão da doença, onde o paciente apresentará picos de febre de até 41 graus, além da sudorese e tosse. Mal-estar, fadiga, emagrecimento são também alguns dos sintomas que chegam junto a progressão da doença

DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se dará através de uma análise das manifestações clínicas características da doença, tais como tosse prolongada por mais de 3 semanas, dor no peito, hemoptise, febre e fadiga, por exemplo. O diagnóstico laboratorial se dá através de exames bacteriológicos, achados radiológicos, histopatológicos e imunológicos, dentre outros. Dentre os exames que compreendem os bacteriológicos, fazem parte a cultura para micobactérias e a baciloscopia, sendo este último o que é utilizado como rotina nos laboratórios pela sua rápida eficácia e baixo custo.

TRATAMENTO
O tratamento químico (quimioterapia) contra a TB enfrenta alguns obstáculos: Longa duração do tratamento, a falta de informação e acompanhamento e efeitos colaterais são apenas alguns dos tópicos que fazem com que uma boa gama de pacientes desistam do tratamento. A tuberculose geralmente não é tratada como um único agente microbiano, já que os fármacos disponíveis são divididos em duas categoriais: agentes de primeira escolha e os agentes de segunda escolha, baseados em sua segurança e efetividade. Dentre os agentes de primeira escolha, vale destacar aa isoniazida, rifampicina, etambutol e pirazinamida, demonstrados na figura ao lado:



BIBLIOGRAFIA
ceres.facer.edu.br/revista/index.php/refacer/article/download/43/30

Nenhum comentário:

Postar um comentário