IFRJ
– campus Rio de Janeiro
Relatório de Microbiologia II
Alunos: Beatriz
Monteiro, Ighor Souza, Jéssica Fernandes,
Letícia Xavier e Marcela Bandini
Turma: BM 161
I.
Introdução
O sistema urinário é composto por
dois rins, dois ureteres, bexiga urinária e uretra. Ele é responsável pela
filtração do sangue e condução desses excrementos para fora do corpo. O sistema
urinário possui algumas maneiras específicas de combater infecções dentre elas
o pH ácido da urina, que impede o crescimento de muitas bactérias e o fluxo da
urina, que dificulta a colonização do trato urinário. A existência de válvulas
fisiológicas entre os ureteres e nos rins impedem o fluxo inverso da urina, o
que ajuda a evitar infecções vindas do trato urinário inferior.
A urina é, em condições normais,
estéril. Isso é observado quando a urina é coletada diretamente da bexiga. A
contaminação da urina pode ocorrer quando ela passa pela saída da uretra, que
possui a microbiota normal da pele. Uma infecção no sistema urinário geralmente
se inicia na uretra em uma condição chamada de uretrite.
Essa infecção na uretra pode evoluir
para uma infeção na bexiga, chamada de cistite. A ureterite é a infecção nos
ureteres. A pielonefrite, ou infecção nos rins, é um caso mais grave geralmente
causado por infecções bacterianas sistêmicas. Os patógenos que causam essas
infecções são encontrados na urina.
As infecções no trato urinário (ITU)
são mais frequentes em mulheres, devido ao menor tamanho da uretra, quando
comparado aos homens. A proximidade da uretra da vagina e do ânus nas mulheres
também contribui para esses dados epidemiológicos. Em âmbitos hospitalares, a instrumentização do
trato urinário, como a utilização de cateteres, podem causar uma ITU.
Para
ser diagnosticada uma infecção bacteriana no trato urinário em laboratório,
podem ser feitos testes de urocultura. Para obter a amostra, é recomendado que
seja feita a higienização das áreas ao redor da uretra. A coleta é feita
desprezando o primeiro jato, para evitar a contaminação da amostra por
micro-organismos que podem estar na porção distal da uretra, próximo à saída.
Essa
amostra é levada ao laboratório. Outros testes são feitos além da urocultura
para auxiliar no diagnóstico, além da sintomatologia clássica observada. Esta
inclui disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica. Em
testes de urocultura, a urina é inoculada em meios de cultura e as colônias
observadas na amostra são testadas em parâmetros bioquímicos que, quando
comparados a padrões tabelados, podem informar a(s) bactéria(s) presente(s) na
amostra que pode(m) estar causando a infecção.
II.
Metodologia
A
urina do Paciente 2 foi coletada com auxilio de uma alça bacteriológica esterilizada.
A técnica de esgotamento foi utilizada para inocular a amostra no Ágar MacCockey
e no Ágar Cled.
• Ornitina, Arginina, Lisina
Foi
utilizada a agulha bacteriológica esterilizada na chama de um bico de Bunsen.
Em seguida, utilizou-se a agulha para coletar a amostra do meio MacConkey e inocula-la
nos tubos contendo os aminoácidos para observar os resultados.
• Glicose, Sacarose, Manitol e Lactose
Foi
utilizada a agulha bacteriológica esterilizada na chama de um bico de Bunsen.
Em seguida, utilizou-se a agulha esterilizada para coletar a amostra do meio MacConkey
e inoculá-la no tubo com os carboidratos para observar os resultados.
• Ureia
Foi utilizada alça bacteriológica
esterilizada na chama em um bico de Bunsen. Em seguida, utilizou-se a alça para
coletar a amostra do meio MacConkey e inoculá-la no tubo com ureia semeando a
alça em zig-zag partindo da base para a extremidade do bizel.
• SIM
Foi
utilizada a alça bacteriológica esterilizada na chama no bico de Bunsen. Em
seguida, utilizou-se a alça para apanhar a amostra do meio MacConkey e
inoculá-la no tubo com SIM para observar os devidos resultados.
• MR-VP
VM:
Foi utilizada a alça bacteriológica esterilizada na chama em um bico de Bunsen.
Depois de coletar a amostra no meio MacConkey com a alça, inoculou-se o meio de
MRVP com a mesma semeando com a alça, partindo da base para a extremidade do
bizel. Foi necessário adicionar vermelho de metila no meio para observar os devidos
resultados.
• Citrato
Foi
utilizada a agulha bacteriológica esterilizada na chama no bico de Bunsen. Depois
de coletar a amostra no meio MacConkey com a agulha, inoculou-se no meio de
Citrato com a mesma utilizando a técnica de estriamento.
III.
Resultados
A
partir dos testes bioquímicos realizados, obteve-se os resultados expressos nas
imagens a baixo, resumidos na tabela 1.
Figura 1: da esquerda para a direita: citrato,
manitol,glicose, lactose, sacarose, ureia
Figura
2: da esquerda para a direita: MR, VP, SIM, ornitina, lisina, arginina e o
teste em branco
Tabela 1: Resultados dos testes bioquímicos
Citrato
|
VM
|
VP
|
H2S
|
Motilidade
|
Indol
|
Ornitina
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Lisina
|
Arginina
|
Ureia
|
Sacarose
|
Lactose
|
Glicose
|
Manitol
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Negativo
|
Utilização parcial
|
Utilização parcial
CO2 Positivo
|
Negativo
|
Não
há um diagnóstico 100% seguro para o paciente 2, entretanto há 3 possíveis possibilidades
de bactérias, as quais foram as que mais se aproximaram dos resultados da
tabela de padrões, tendo algumas diferenças. São elas: a Yersinia pestis tendo como diferença dos resultados apresentados o
manitol e VM positivo, e a lactose negativa. A bactéria Acinetobacter spp e a Acinetobacter
lwoffi, ambas não contendo um resultado para lactose e a glicose.
Como
o paciente apresentou um quadro de infecção urinária, a bactéria que mais condiz
com esse é quadro é Acinetobacter spp,
tendo uma relação com infecções hospitalares, podendo levar assim, há uma
infecção urinária.
IV.
Discussão
Com
os resultados obtidos dos testes bioquímicos, foi possível obter duas possíveis
bactérias presentes na amostra de urina do paciente 2: Yersinia pestis e Acinetobacter
spp.. A Y. pestis não é comumente
encontrada em amostras de urina, sendo esta a causadora da peste bubônica
(peste negra).
A
Acinetobacter spp. não faz parte da
flora normal, mas pode ser carreada para unidades de saúde, seja por meio de
pessoas contaminadas ou através do ar ou poeira. Ela está mais relacionada com
casos de pneumonia nosocomial, porém, além da infecção no trato respiratório,
ela pode causar infecção no trato urinário.
V.
Conclusão
Com
a técnica utilizada, foi possível realizar o cultivo e identificação dos microorganismos
causadores de infecção no trato urinário. Tal pratica possibilitou maior aquisição
dos conhecimentos necessários para realizar atividades de isolamento dos meios
de cultura. Além do aprimoramento de técnicas para observação de testes bioquímicos,
bem como comprovar a teoria a respeito das infecções do trato urinário (ITU)
proposta em sala de aula.
VI.
Referências
MADIGAN, Michael T. et
al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre:
ArtMed, 2016.
LOPES,
Hélio Vasconcellos; TAVARES, Walter. Diagnóstico das infecções do trato
urinário. Rev. Assoc. Med. Bras., São
Paulo , v. 51, n. 6, p. 306-308, Dec.
2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000600008&lng=en&nrm=iso>.
acesso em 22/07/17.
Lab
tests online. Cultura de urina.
2009. Disponível em
http://www.labtestsonline.org.br/understanding/analytes/urine-culture/tab/sample/
acesso em 22/07/17
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia.
10. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010.
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