segunda-feira, 24 de julho de 2017

Relatório de Urocultura

IFRJ – campus Rio de Janeiro
Relatório de Microbiologia II
Alunos: Beatriz Monteiro, Ighor Souza,  Jéssica Fernandes, Letícia Xavier e Marcela Bandini
Turma: BM 161

       I.            Introdução

            O sistema urinário é composto por dois rins, dois ureteres, bexiga urinária e uretra. Ele é responsável pela filtração do sangue e condução desses excrementos para fora do corpo. O sistema urinário possui algumas maneiras específicas de combater infecções dentre elas o pH ácido da urina, que impede o crescimento de muitas bactérias e o fluxo da urina, que dificulta a colonização do trato urinário. A existência de válvulas fisiológicas entre os ureteres e nos rins impedem o fluxo inverso da urina, o que ajuda a evitar infecções vindas do trato urinário inferior.
            A urina é, em condições normais, estéril. Isso é observado quando a urina é coletada diretamente da bexiga. A contaminação da urina pode ocorrer quando ela passa pela saída da uretra, que possui a microbiota normal da pele. Uma infecção no sistema urinário geralmente se inicia na uretra em uma condição chamada de uretrite.
            Essa infecção na uretra pode evoluir para uma infeção na bexiga, chamada de cistite. A ureterite é a infecção nos ureteres. A pielonefrite, ou infecção nos rins, é um caso mais grave geralmente causado por infecções bacterianas sistêmicas. Os patógenos que causam essas infecções são encontrados na urina.
            As infecções no trato urinário (ITU) são mais frequentes em mulheres, devido ao menor tamanho da uretra, quando comparado aos homens. A proximidade da uretra da vagina e do ânus nas mulheres também contribui para esses dados epidemiológicos.  Em âmbitos hospitalares, a instrumentização do trato urinário, como a utilização de cateteres, podem causar uma ITU.
Para ser diagnosticada uma infecção bacteriana no trato urinário em laboratório, podem ser feitos testes de urocultura. Para obter a amostra, é recomendado que seja feita a higienização das áreas ao redor da uretra. A coleta é feita desprezando o primeiro jato, para evitar a contaminação da amostra por micro-organismos que podem estar na porção distal da uretra, próximo à saída.
Essa amostra é levada ao laboratório. Outros testes são feitos além da urocultura para auxiliar no diagnóstico, além da sintomatologia clássica observada. Esta inclui disúria, urgência miccional, polaciúria, nictúria e dor suprapúbica. Em testes de urocultura, a urina é inoculada em meios de cultura e as colônias observadas na amostra são testadas em parâmetros bioquímicos que, quando comparados a padrões tabelados, podem informar a(s) bactéria(s) presente(s) na amostra que pode(m) estar causando a infecção.

    II.            Metodologia

A urina do Paciente 2 foi coletada com auxilio de uma alça bacteriológica esterilizada. A técnica de esgotamento foi utilizada para inocular a amostra no Ágar MacCockey e no Ágar Cled.
•          Ornitina, Arginina, Lisina
Foi utilizada a agulha bacteriológica esterilizada na chama de um bico de Bunsen. Em seguida, utilizou-se a agulha para coletar a amostra do meio MacConkey e inocula-la nos tubos contendo os aminoácidos para observar os resultados.
•          Glicose, Sacarose, Manitol e Lactose
Foi utilizada a agulha bacteriológica esterilizada na chama de um bico de Bunsen. Em seguida, utilizou-se a agulha esterilizada para coletar a amostra do meio MacConkey e inoculá-la no tubo com os carboidratos para observar os resultados.
•          Ureia
             Foi utilizada alça bacteriológica esterilizada na chama em um bico de Bunsen. Em seguida, utilizou-se a alça para coletar a amostra do meio MacConkey e inoculá-la no tubo com ureia semeando a alça em zig-zag partindo da base para a extremidade do bizel. 
•          SIM
            Foi utilizada a alça bacteriológica esterilizada na chama no bico de Bunsen. Em seguida, utilizou-se a alça para apanhar a amostra do meio MacConkey e inoculá-la no tubo com SIM para observar os devidos resultados.
•          MR-VP
VM: Foi utilizada a alça bacteriológica esterilizada na chama em um bico de Bunsen. Depois de coletar a amostra no meio MacConkey com a alça, inoculou-se o meio de MRVP com a mesma semeando com a alça, partindo da base para a extremidade do bizel. Foi necessário adicionar vermelho de metila no meio para observar os devidos resultados.
•          Citrato
Foi utilizada a agulha bacteriológica esterilizada na chama no bico de Bunsen. Depois de coletar a amostra no meio MacConkey com a agulha, inoculou-se no meio de Citrato com a mesma utilizando a técnica de estriamento.

 III.            Resultados

A partir dos testes bioquímicos realizados, obteve-se os resultados expressos nas imagens a baixo, resumidos na tabela 1.
Figura 1: da esquerda para a direita: citrato, manitol,glicose, lactose, sacarose, ureia

Figura 2: da esquerda para a direita: MR, VP, SIM, ornitina, lisina, arginina e o teste em branco
Tabela 1: Resultados dos testes bioquímicos
Citrato
VM
VP
H­­2S
Motilidade
Indol
Ornitina
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Lisina
Arginina
Ureia
Sacarose
Lactose
Glicose
Manitol
Negativo
Negativo
Negativo
Negativo
Utilização parcial
Utilização parcial
CO2 Positivo
Negativo

Não há um diagnóstico 100% seguro para o paciente 2, entretanto há 3 possíveis possibilidades de bactérias, as quais foram as que mais se aproximaram dos resultados da tabela de padrões, tendo algumas diferenças. São elas: a Yersinia pestis tendo como diferença dos resultados apresentados o manitol e VM positivo, e a lactose negativa. A bactéria Acinetobacter spp e a Acinetobacter lwoffi, ambas não contendo um resultado para lactose e a glicose.
Como o paciente apresentou um quadro de infecção urinária, a bactéria que mais condiz com esse é quadro é Acinetobacter spp, tendo uma relação com infecções hospitalares, podendo levar assim, há uma infecção urinária.

 IV.            Discussão

Com os resultados obtidos dos testes bioquímicos, foi possível obter duas possíveis bactérias presentes na amostra de urina do paciente 2: Yersinia pestis e Acinetobacter spp.. A Y. pestis não é comumente encontrada em amostras de urina, sendo esta a causadora da peste bubônica (peste negra).
A Acinetobacter spp. não faz parte da flora normal, mas pode ser carreada para unidades de saúde, seja por meio de pessoas contaminadas ou através do ar ou poeira. Ela está mais relacionada com casos de pneumonia nosocomial, porém, além da infecção no trato respiratório, ela pode causar infecção no trato urinário.
    V.            Conclusão
Com a técnica utilizada, foi possível realizar o cultivo e identificação dos microorganismos causadores de infecção no trato urinário. Tal pratica possibilitou maior aquisição dos conhecimentos necessários para realizar atividades de isolamento dos meios de cultura. Além do aprimoramento de técnicas para observação de testes bioquímicos, bem como comprovar a teoria a respeito das infecções do trato urinário (ITU) proposta em sala de aula.

 VI.            Referências

MADIGAN, Michael T. et al. Microbiologia de Brock. 14. ed. Porto Alegre: ArtMed, 2016.
LOPES, Hélio Vasconcellos; TAVARES, Walter. Diagnóstico das infecções do trato urinário. Rev. Assoc. Med. Bras.,  São Paulo ,  v. 51, n. 6, p. 306-308,  Dec.  2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000600008&lng=en&nrm=iso>. acesso em  22/07/17. 
Lab tests online. Cultura de urina. 2009. Disponível em http://www.labtestsonline.org.br/understanding/analytes/urine-culture/tab/sample/ acesso em 22/07/17
TORTORA, G.J.; FUNKE, B.R.; CASE, CL. Microbiologia. 10. ed., Porto Alegre: Artmed, 2010.

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