domingo, 27 de outubro de 2019

Biografia: Francesco Redi - João Pedro Tenreiro

Francesco Redi era italiano nascido em 16 de fevereiro de 1626, Arezzo, tempo no qual a Itália ainda não existia e estava fragmentada em províncias, filho de Gregorio Redi, um médico de família nobre, e Cecilia de Ghinci. Sua juventude foi rodeada de estudo, uma educação principalmente jesuíta, está enfatizava a teologia e restringia os alunos a específicas literaturas . Voltou-se para a vida acadêmica e conquistou a licenciatura em medicina e filosofia pela Universidade de Pisa, onde cursou até seus 21 anos. Após viajar a trabalho por algumas cidades do país natal como, Napole, Veneza e Roma, se estabeleceu em Florença onda sucedeu seu pai como médico do Grão-duque da Toscana, Ferdinando II. 
Seguiu estudos e se tornou membro da Accademia della Crusca em 1655, ao mesmo tempo em que recebeu o cargo de administrador de uma fraternidade que seguia as tradições científicas de Galileo Galilei e reunia os melhores cientistas da Itália. 
Redi foi inspirado pelo trabalho de William Harvey, que descreveu corretamente a circulação sanguínea ao redor do corpo. Isso o levou a desenvolver seu próprio trabalho experimental. 
Seu livro publicado em 1668 relata o “Experimento de Redi”, um método com o qual o italiano foi o primeiro a conseguir refutar de maneira lógica a teoria da abiogênese, mesmo que esta só passou a ser inutilizada após os estudos do francês Louis Pasteur em 1860. Posteriormente fez observações a respeito do processo de decomposição da matérias orgânica percebia-se que as moscas sobrevoavam o material e “vermes” apareciam em sequência, como se fossem oriundos da matéria morta, atuação que não convenção o italiano. Francesco então, de maneira simples e controlada, se apropriou de 8 recipientes idênticos, nos quais havia sido colocado um pedaço de carne, estes estavam separados em duplas, sendo possível, dessa forma, realizar mais do que a triplicata do experimento, 4 deles tiveram suas saídas cobertas por gaze, impedindo a entrada de organismos, mas não a de ar. Passado certo tempo Redi observa que somente a matéria dentro dos potes sem gaze tinham a presença de vermes em sua formação, enquanto as outras estavam isentas do ser, desta forma ele presumiu que os vermes anteriormente encontrados eram, na verdade, larvas depositadas pelas moscas, concluindo que “omne vivum ex vivo” ("toda vida é originada de uma já pré-existente").
    Em 1664 o italiano, incentivado pelos mitos da sociedade a respeito das serpentes, como aquele que as classificava como amantes de vinho, e ainda pelo trabalho de William Harvey, enviou o manuscrito de “Osservazioni intorno alle vipere” (Observação em torno das víboras) para Lorenzo Magalotti, seu amigo e secretário da Academia. Nele Redi contaria a idéia do veneno de cobras estar relacionado com a bile do animal, pensamento difundido popularmente na época. Foram incontáveis os métodos e procedimentos feitos, todos eles tendo como foco os efeitos mordida do animal, ao final concluiu-se que somente quando em contato com a corrente sanguínea a secreção do animal tornava-se mortal, desta forma aprimorou os estudos sobre corrente sanguínea a fim de minimizar e explicar melhor a conexão, este foi o marco de início para a toxicologia, ramo da medicina que estuda a composição química e os efeitos das substâncias tóxicas e dos venenos.
Em 1684 Redi registrou mais de 100 espécies de parasitas e os catalogou, com desenhos e o local onde foram achados em seu livro “Osservazioni intorno agli animali viventi, che si trovano negli animali viventi” (Observação de animais vivos em animais vivos). Ainda neste artigo ele analisou o tratamento utilizado para tratar parasitas e patenteou os “Experimentos Controlados”, em seu estudo ele comparou a queda na saúde de animais que receberam o tratamento contra estes parasitas e animais que foram colocados sobre as mesmas condições,mas não receberam o antídoto. Suas pesquisas o levaram a descoberta de duas substâncias efetivas para o tratamento de vermes, estas são a sulfato de cobre e a santonin. Após estes feitos passou a ser considerado o pai da parasitologia moderna.
O poeta especialista em idiomas e dialetos, foi uma dos responsáveis por corrigir o "Vocabulário". De todas as obras poéticas de Redi, o ditirambo “Bacchus in Tuscany: A Dithyrambic Poem” de 1685 permaneceu famoso, é um elogio tripudiante ao vinho, considerado uma obra-prima da literatura escapista, que obteve enorme sucesso em toda a Europa. O texto, especialmente famoso pela descrição da intoxicação de Baco imaginado provando os vinhos da região, oferece um catálogo divertido dos vinhos da Toscana da época.
Francesco ainda foi reconhecido e honrado pelo duque da toscana Cosmo III, ele lhe concebeu 3 medalhas de honra: uma por seu trabalho na medicina; uma por suas contribuições à ciência; e uma por seu bacanalesco poema sobre vinhos.
Redi, por fim, morre aos 71 anos enquanto dormia no ano de 1697 em Pisa.

Bibliografia:
https://www.britannica.com/biography/Francesco-Redi, Acesso em: 14/09/2019 às 19h00min
https://embryo.asu.edu/pages/francesco-redi-1626-1698, Acesso em: 14/09/2019 às 19h00min
https://www.famousscientists.org/francesco-redi/, Acesso em: 14/09/2019 às 19h00min

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