quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Meningite Viral - Enterovírus

a meningite

Meningite é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas coletivamente como meninges. A inflamação pode ser causada por infecções por vírus, bactérias ou outros micro-organismos e, menos comumente, por certas drogas. A meningite pode pôr em risco a vida em função da proximidade da inflamação com órgãos nobres do sistema nervoso central e por isso essa condição é classificada como uma emergência médica.
TIPOS DE MENINGITE
A. MENINGITE BACTERIANA
A meningite bacteriana é a forma mais grave. Esta meningite costuma ser causada pelas bactérias Streptococcus pneumoniaeHaemophilus influenzae ou Neisseria mengitidis. Outras bactérias, como a Listeria monocytogenesStaphylococcus aureus e Streptococcus do grupo B também podem ser a causa, mas não são tão comuns como as três primeiras citadas.(leia: DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS)
Com a inclusão da vacina contra o Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae no calendário vacinal de vários países, a ocorrência de meningite por essas duas bactérias vem caindo drasticamente, principalmente entre as crianças. Porém, nos adultos que não foram vacinados, a incidência de meningite por S.pneumoniae ainda é alta. Atualmente, a Neisseria mengitidis, também conhecida como meningococo, é a principal causa de meningite bacteriana em crianças e adultos.
Algumas doenças de origem bacteriana, como a sífilis (leia: SÍFILIS | Sintomas e tratamento) e a tuberculose (leia: TUBERCULOSE | Sintomas e tratamento) também podem complicar, evoluindo com acometimento meníngeo.
B. MENINGITE VIRAL
A meningite também pode ser causada por vírus, normalmente da família dos Enterovírus. A meningite viral é menos agressiva que a bacteriana, com taxa de mortalidade bem mais baixa e com resolução espontânea, sem necessidade de tratamento específico, na maioria dos casos.
Os Enterovírus são os agentes mais comuns, porém, uma variedade de infecções virais podem complicar, acometendo as meninges, como, por exemplo:
A meningite viral pode ser transmitida de uma pessoa para outra e, por isso é importante adotar medidas de prevenção, como lavar as mãos e evitar o contato próximo com pacientes, especialmente durante o Verão, que é quando a doença é mais frequente

C. MENINGITE FÚNGICA
A meningite fúngica é uma forma rara, sendo, geralmente, resultado da propagação de um fungo através do sangue para as meninges. A meningite fúngica é típica de pacientes imunossuprimidos, como nos casos de portadores de AIDS ou câncer.
A meningite por fungos não é contagiosa e sua principal causa são os fungos Cryptococcus e Coccidioides.

O ENTEROVÍRUS

Aproximadamente 85% dos casos são devido ao grupo dos Enterovírus, dentre os quais se destacam os Poliovírus, os Echovírus e os Coxsackievírus dos grupos A e B. O quadro neurológico pode ser acompanhado ou antecedido de manifestações gastrintestinais, respiratórias e, ainda mialgia e erupção cutânea. Os Enterovírus têm comportamento sazonal, predominando na primavera e verão, podendo ocorrer em número menor nas outras estações do ano. A duração da doença geralmente é menor que uma semana.
O vírion dos enterovírus consiste em um capsídeo de sessenta subunidades, constituídas, cada uma, de quatro proteínas (VP1–VP4), dispostas em simetria icosaédrica em torno de um genoma formado por uma única fita de Ácido Ribonucléico (RNA) de polaridade positiva. São vírus pequenos, com diâmetro de 25 a 30 nm, esféricos e não-envelopados. A composição química desses vírus é de 30% de ácido nucléico e 70% de proteína.

caso clínico

No Brasil, a média de casos notificado de meningite com provável etiologia viral é de 11.500 casos/ano. Porém, para a maioria dos casos não há identificação do agente etiológico.                                                                                                                               
A Figura 1 apresenta um gráfico onde estão dispostos os coeficientes das meningites por etiologia, nos últimos 15 anos, no Estado de São Paulo, com destaque para as meningites não determinadas, na qual estão inseridas as meningites de provável etiologia viral.  


Já na Figura 2, mostra o comportamento das meningites não determinadas, entre os anos de 1990 a 2005, em território paulista, onde se evidencia a meningite de provável etiologia viral com incidência média de 11,74/100.000 habitantes.


A identificação de agentes virais causadores de meningite no Brasil só tem sido possível em algumas situações, como surtos, nas quais existe um esforço conjunto para o esclarecimento etiológico. Sendo assim, o sistema de vigilância epidemiológica de meningites dispõe de poucos dados sobre os principais agentes.                                                          
Considera-se caso suspeito de meningite o indivíduo que apresentar três ou mais dos seguintes sinais e sintomas: cefaléia, vômito, rigidez de nuca, sinais de irritação meníngea ou abaulamento de fontanela (em menores de um ano), sonolência e convulsão. Outros sinais e sintomas que podem estar presentes são: fotofobia, exantema, diarréia e mialgia.                                                                                                                            
  Considera-se como meningite de provável etiologia viral: caso suspeito com líquor de aspecto límpido e celularidade apresentando pleocitose, com predomínio de mononucleares. Para se considerar caso confirmado: caso provável de meningite viral com confirmação laboratorial ou história de vínculo epidemiológico com caso confirmado laboratorialmente por isolamento e identificação

Tratamento meningite Viral

O tratamento das meningites virais é de suporte: antitérmicos como dipirona, paracetamol, antieméticos (metoclopramida), cabeceira elevada a 30º. Se o paciente estiver sonolento ou confuso ou com dificuldade de deglutição, deverá ser mantida sonda nasogástrica para hidratação adequada e evitar broncoaspiração.
Nos casos de herpes vírus pode ser utilizado o aciclovir com a seguinte posologia: 10 mg/kg/dose a cada oito horas, por 14 a 21 dias. A punção liquórica alivia a cefaléia por diminuir a pressão intracraniana. Os casos de internação são excepcionais, apenas para evitar a desidratação provocada pelos vômitos, diminuir a cefaléia e melhorar as condições gerais. O uso de corticosteróides é discutível, assim como a gamaglobulina.
Porém, caso a meningite seja provocada pelo vírus do Herpes Zoster, podem ser utilizados antivirais, como o Aciclovir, para ajudar o sistema imune a eliminar o vírus. Neste caso, a doença é chamada de meningite herpética.
Nos casos mais graves pode ser preciso realizar uma cirurgia cerebral trazendo melhora do quadro. No entanto, em algumas pessoas podem existir complicações que podem levar ao coma e morte cerebral, mas isto é uma complicação rara da doença.

 BIBLIOGRAFIA




GRUPO 5: Antraz
 Alunos: Caroline Lamblet, Karine Albuquerque, Lucas da Nova e Monicke Azevedo.

Turma: BM 161

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