a meningite
Meningite é a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a
medula espinhal, conhecidas coletivamente como meninges. A inflamação pode ser
causada por infecções por vírus, bactérias ou outros micro-organismos e, menos
comumente, por certas drogas. A meningite pode pôr em risco a vida em função da
proximidade da inflamação com órgãos nobres do sistema nervoso central e por
isso essa condição é classificada como uma emergência médica.
TIPOS DE MENINGITE
A. MENINGITE BACTERIANA
A meningite
bacteriana é a forma mais grave. Esta meningite costuma ser causada pelas
bactérias Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae ou Neisseria
mengitidis. Outras bactérias, como a Listeria monocytogenes, Staphylococcus
aureus e Streptococcus do grupo B também podem ser a
causa, mas não são tão comuns como as três primeiras citadas.(leia: DOENÇAS
CAUSADAS POR BACTÉRIAS)
Com a
inclusão da vacina contra o Streptococcus pneumoniae e Haemophilus
influenzae no calendário vacinal de vários países, a ocorrência de
meningite por essas duas bactérias vem caindo drasticamente, principalmente
entre as crianças. Porém, nos adultos que não foram vacinados, a incidência de
meningite por S.pneumoniae ainda é alta. Atualmente,
a Neisseria mengitidis, também conhecida como meningococo, é a
principal causa de meningite bacteriana em crianças e adultos.
Algumas
doenças de origem bacteriana, como a sífilis (leia: SÍFILIS | Sintomas e
tratamento) e a tuberculose (leia: TUBERCULOSE |
Sintomas e tratamento) também podem complicar, evoluindo com
acometimento meníngeo.
B. MENINGITE VIRAL
A meningite também pode ser causada por vírus, normalmente da família
dos Enterovírus. A meningite viral é menos agressiva que a bacteriana, com taxa
de mortalidade bem mais baixa e com resolução espontânea, sem necessidade de
tratamento específico, na maioria dos casos.
Os Enterovírus são os agentes mais comuns, porém, uma variedade de
infecções virais podem complicar, acometendo as meninges, como, por exemplo:
- HIV
(leia: SINTOMAS DO
HIV | AIDS).
- Herpes
(leia: HERPES
LABIAL E GENITAL | Sintomas e tratamento).
- Caxumba
(leia: CAXUMBA |
Sintomas e complicações).
- Varicela
zoster (vírus da catapora e do herpes zoster) (leia: HERPES
ZOSTER | Sintomas e tratamento e CATAPORA
(VARICELA) | Sintomas e tratamento).
- Epstein-Barr
vírus (vírus da mononucleose) (leia: MONONUCLEOSE
INFECCIOSA | DOENÇA DO BEIJO).
- Citomegalovírus.
A meningite viral pode ser transmitida de uma pessoa para
outra e, por isso é importante adotar medidas de prevenção, como lavar as
mãos e evitar o contato próximo com pacientes, especialmente durante o Verão,
que é quando a doença é mais frequente
C. MENINGITE FÚNGICA
A meningite
fúngica é uma forma rara, sendo, geralmente, resultado da propagação de um
fungo através do sangue para as meninges. A meningite fúngica é típica de
pacientes imunossuprimidos, como nos casos de portadores de AIDS ou câncer.
A meningite
por fungos não é contagiosa e sua principal causa são os fungos Cryptococcus e Coccidioides.
O ENTEROVÍRUS
Aproximadamente
85% dos casos são devido ao grupo dos Enterovírus, dentre os quais se
destacam os Poliovírus, os Echovírus e os Coxsackievírus dos grupos A e B. O
quadro neurológico pode ser acompanhado ou antecedido de manifestações
gastrintestinais, respiratórias e, ainda mialgia e erupção cutânea. Os
Enterovírus têm comportamento sazonal, predominando na primavera e verão,
podendo ocorrer em número menor nas outras estações do ano. A duração da doença
geralmente é menor que uma semana.
O vírion dos
enterovírus consiste em um capsídeo de sessenta subunidades, constituídas, cada
uma, de quatro proteínas (VP1–VP4), dispostas em simetria icosaédrica em torno
de um genoma formado por uma única fita de Ácido Ribonucléico (RNA) de
polaridade positiva. São vírus pequenos, com diâmetro de 25 a 30 nm, esféricos
e não-envelopados. A composição química desses vírus é de 30% de ácido nucléico
e 70% de proteína.
caso clínico
No Brasil, a média de casos notificado de meningite com provável
etiologia viral é de 11.500 casos/ano. Porém, para a maioria dos casos não há
identificação do agente etiológico.
A
Figura 1 apresenta um gráfico onde estão dispostos os coeficientes das
meningites por etiologia, nos últimos 15 anos, no Estado de São Paulo, com
destaque para as meningites não determinadas, na qual estão inseridas as
meningites de provável etiologia viral.
Já na Figura 2, mostra o comportamento das meningites não determinadas,
entre os anos de 1990 a 2005, em território paulista, onde se evidencia a
meningite de provável etiologia viral com incidência média de 11,74/100.000
habitantes.
A
identificação de agentes virais causadores de meningite no Brasil só tem sido
possível em algumas situações, como surtos, nas quais existe um esforço
conjunto para o esclarecimento etiológico. Sendo assim, o sistema de vigilância
epidemiológica de meningites dispõe de poucos dados sobre os principais
agentes.
Considera-se caso
suspeito de meningite o indivíduo que apresentar três ou mais dos seguintes
sinais e sintomas: cefaléia, vômito, rigidez de nuca, sinais de irritação
meníngea ou abaulamento de fontanela (em menores de um ano), sonolência e
convulsão. Outros sinais e sintomas que podem estar presentes são: fotofobia,
exantema, diarréia e mialgia.
Considera-se
como meningite de provável etiologia viral: caso suspeito com líquor de aspecto
límpido e celularidade apresentando pleocitose, com predomínio de
mononucleares. Para se considerar caso confirmado: caso provável de meningite
viral com confirmação laboratorial ou história de vínculo epidemiológico com
caso confirmado laboratorialmente por isolamento e identificação
Tratamento
meningite Viral
O tratamento das meningites virais é de suporte: antitérmicos como
dipirona, paracetamol, antieméticos (metoclopramida), cabeceira elevada a 30º.
Se o paciente estiver sonolento ou confuso ou com dificuldade de deglutição,
deverá ser mantida sonda nasogástrica para hidratação adequada e evitar
broncoaspiração.
Nos casos de herpes vírus pode ser utilizado o aciclovir com a seguinte
posologia: 10 mg/kg/dose a cada oito horas, por 14 a 21 dias. A punção
liquórica alivia a cefaléia por diminuir a pressão intracraniana. Os casos de
internação são excepcionais, apenas para evitar a desidratação provocada pelos
vômitos, diminuir a cefaléia e melhorar as condições gerais. O uso de
corticosteróides é discutível, assim como a gamaglobulina.
Porém, caso a meningite seja provocada
pelo vírus do Herpes Zoster, podem ser utilizados antivirais, como o
Aciclovir, para ajudar o sistema imune a eliminar o vírus. Neste caso, a
doença é chamada de meningite herpética.
Nos casos mais graves pode ser preciso
realizar uma cirurgia cerebral trazendo melhora do quadro. No entanto, em
algumas pessoas podem existir complicações que podem levar ao coma e morte
cerebral, mas isto é uma complicação rara da doença.
BIBLIOGRAFIA
GRUPO 5: Antraz
Alunos: Caroline
Lamblet, Karine Albuquerque, Lucas da Nova e Monicke Azevedo.
Turma: BM 161
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