domingo, 28 de maio de 2017

Como e produzido o "cheirinho de terra molhada"?

Quem não conhece aquele cheirinho característico que sentimos quando chove? Acaba sendo o cheiro preferido de muitas pessoas. Mas você sabe como acontece?

Esse cheirinho de  “terra molhada” se dá por causa de uma substância química chamada de geosmina, palavra grega que significa “aroma da terra”. Essa substância é produzida pela bactéria Streptomyces coelicolor, uma bactéria inofensiva que vive em quase todos os tipos de solo. Quando em contato com a água, a geosmina se ativa, liberando o cheirinho de terra molhada.


Parece esquisito, mas é isso mesmo: quando as primeiras gotas de chuva atingem o chão, a camada superficial do solo fica toda bagunçada. Com o impacto dos pingos d’água, as partículas que repousam na faixa externa de terra são impulsionadas para o ar e se misturam com o vapor em suspensão, gerando uma espécie de spray úmido.  Além de gotículas de água, esse spray também contém minúsculos grãos de terra e colônias de Streptomyces que produzem a geosmina.


Imagem 1: Bactéria Streptomyces coelicor

Nas épocas de seca, a Streptomyces entra em uma espécie de hibernação, que os cientistas chamam de estado de latência. Nessa fase, a bactéria continua viva, mas não se reproduz porque não há umidade suficiente. Afinal  a água ativa a capacidade reprodutiva da Streptomyces, fazendo com que ela libere no ar milhares de células reprodutoras, chamadas de esporos. Além de gerar novos seres, o processo de reprodução faz com que os esporos exalem a geosmina.

A geosmina

Imagem 2: Molécula de geosmina.

Ela foi descoberta por Gerber e Lechevalier em 1965 e sintetizada por Marshalaln e Hochstetler, em 1968. Ela é produzida por diversas classes de micróbios, especialmente, como já citado, pela bactéria Streptomyces sp no solo, as cianofíceas (algas azuis) e os também pelos fungos actinomicetos. O isômero natural da geosmina é o enantiômero (-), de odor 10 vezes mais potente que o enantiômero (+) sintético. O nariz do ser humano é extremamente sensível a geosmina, sendo capaz de detectá-la em concentrações extremamente baixas, correspondendo a 10-100 partes por trilhão

A geosmina também está presente na beterraba e nos peixes, e é a responsável por introduzir nesses alimentos o cheiro e o gosto de barro. Essas bactérias são muito pesquisadas por cientistas, sendo empregadas na composição de vários antibióticos utilizados na medicina humana e veterinária. Essa bactéria também está presente em inúmeros produtos que utilizamos diariamente.

No deserto, os camelos conseguem encontrar água graças ao cheiro que essas bactérias exalam. Liberando esse cheiro, as bactérias atraem os camelos, que, ao beberem a água, saem espalhando seus esporos para outros lugares. Os esporos são estruturas produzidas pelas bactérias que permitem que se reproduzam em outros locais.

Grupo: Antraz
BM 151 e 2017.1

Referências Bibliográficas

BBC BRASIL. Cheiro da chuva. Disponível em: <http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/02/150223_vert_earth_cheiro_chuva_ml>. Acesso em: 24 mai. 2017.BLOG JURA. Cheiro da chuva. Disponível em: <http://jura.com.br/o-cheiro-da-chuva/>. Acesso em: 24 mai. 2017.HYPE SCIENCE. De onde vem o cheiro da chuva. Disponível em: <http://hypescience.com/de-onde-vem-o-cheiro-de-chuva/>. Acesso em: 25 mai. 2017.MEGA CURIOSO. De onde vem o cheiro da chuva. Disponível em: <http://www.megacurioso.com.br/ciencia/44396-de-onde-vem-o-cheiro-de-chuva.htm>. Acesso em: 23 mai. 2017.MUITO INTERRESANTE. O que é realmente o cheiro da chuva. Disponível em: <http://www.muitointeressante.com.br/pq/o-que-e-realmente-o-cheiro-de-chuva-que-sentimos-quando-esta-para-chover>. Acesso em: 25 mai. 2017.MUNDO ESTRANHO. De onde vem o cheiro da chuva. Disponível em: <http://mundoestranho.abril.com.br/ambiente/de-onde-vem-o-cheiro-da-chuva/>. Acesso em: 23 mai. 2017.REVISTA GALILEU. Cientistas descobrem mecanismo que causa o cheiro da chuva. Disponível em: <http://revistagalileu.globo.com/ciencia/meio-ambiente/noticia/2015/01/cientistas-descobrem-mecanismo-que-causa-o-cheiro-de-chuva.html>. Acesso em: 24 mai. 2017.









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