APTIDÕES DE UM PATÓGENO: TÉTANO
O tétano é uma infecção aguda grave, causada por uma neurotoxina produzida pelo bacilo tetânico, o Clostridium tetani. Os esporos desta bactéria podem estar presentes, na maioria das vezes, no solo e, sem causar a doença, nos intestinos/fezes de animas e de seres humanos.
O Clostridium tetani produz três toxinas chamadas de tetanospamina neurotóxica, neurotoxina não convulsivante tetanolisina. Dessas três toxinas citadas, apenas uma é considerada como a porção de importância patogênica do tétano, a tetanospamina.
A toxina tetânica é produzida no meio intra-celular da bactéria, onde permanece por volta de 1 ou 2 dias, sendo liberada através da permeabilidade da membrana ou por ratura da célula.
Há duas formas de transmissão desta doença: a primeira é através do tétano acidental que se dá pela introdução dos esporos do bacilo tetânico pelos ferimentos externos causados, geralmente, por objetos perfurantes (principalmente pregos enferrujados) que podem estar contaminados com solo, poeira, esterco, etc.
A segunda forma de adquirir esta doença é denominada de tétano neonatal que ocorre em gestantes que estão sem tomar a dose da vacina antitetânica e, dessa forma, não conseguem passar para seus filhos anticorpos protetores. Logo, se os objetos usados para cortar o cordão umbilical estiverem contaminados pelos esporos do Clostridium tetani ou se houver a utilização de substâncias pouco higiênicas para cobrir o coto, a probabilidade do recém-nato (crianças nascida com até 28 dias) de estar infectada serão grandes.
O desenvolvimento do tétano a partir de um foco da infecção está na dependência de vários fatores: a presença do esporo do bacilo tetânico no ferimento e estes precisam ser toxinogênicos; condições de baixo potencial de oxirredução; presença de bactérias associadas que facilitam a germinação do esporo mas podem reduzir sua capacidade de produzir a toxina; ausência da dose da vacina antitetânica; entre outros.
A toxina produzida pelo Clostridium tetani pode chegar ao sistema nervoso por via vascular e por via nervosa. Uma vez que esta toxina está presente no sistema nervoso e se fixa por cerca de 30 minutos após a inoculação na medula, ela agirá ao nível de transmissão sináptica dos neurônios motores inferiores, mais precisamente, na sinapse dos neurônios internunciais da medula, impedindo sua ação inibidora. Além desta toxina agir de maneira central, vários autores admitem que a mesma possui uma ação periférica ao nível da placa motora, agindo na liberação ou destruição da acetilcolina.
Os esporos da bactéria Clostridium tetani conseguem escapar pelas defesas de um organismo devido a sua resistência. Além disso, estes esporos possuem proteínas em sua superfície que interferem no contato dos fagócitos com o mesmo. Por não apresentarem uma molécula de ferro, os esporos da bactéria não serão atacados pelos sideróforos (proteínas que se ligam ao ferro que é secretado pelos patógenos).
O bacilo tetânico é uma bactéria gastrointestinal, ou seja, o seu modo de sair do corpo do hospedeiro é pelas fezes.
Imagem ilustrativa de Cloristidium tetani
Representação da contração muscular generalizada que pode ser causada pelas toxinas tetânicas
PREVENÇÃO
O tétano não é uma doença contagiosa e não pode ser eliminada pelos anticorpos de nosso organismo. Desse modo, para se prevenir desta infecção, é necessário que o indivíduo tenha tomado todas as doses da vacina antitetânica.
Em casos de ferimento que podem estar contaminados com os esporos do Clostridium tetani, é de suma importância que a pessoa tenha tomado as três doses de toxóide tetânico (vacina antitetânica), sendo a última dose aplicada em menos de dez anos, para que não haja a infecção causada por esta bactéria.
Para a prevenção do tétano neonatal, a única maneira de se proteger é através da vacinação de todas as mulheres em idade fértil (entre 12 e 49 anos). Antes do parto, a gestante deverá ter tomado pelo menos duas doses da vacina antitetânica e, caso a última dose tenha sido há mais de cinco anos (lembrando que esse valor é apenas para o tétano relacionado com a gestação), a mesma deverá tomar uma dose de reforço.
Nossas referências:
TAVARES, Walter. O Clostridium tetani e o tétano. Disponível em <www.scielo.br/pdf/rsbmt/v7n1/a07v7n1.pdf>. Acesso em 14 de Junho de 2019.
MARTINS, Fernando S. V.; CASTIÑEIRAS, Terezinha Marta P.P. Tétano. Disponível em <http://www.cives.ufrj.br/informacao/tetano/tetano-iv.html>. Acesso em 14 de Junho de 2019.
Tétano: sintomas, transmissão e prevenção. Disponível em <https://www.bio.fiocruz.br/index.php/tetano-sintomas-transmissao-e-prevencao>. Acesso em 14 de Junho de 2019.
Um abraço,
Aureus 💛
Empresa formada pelos alunos do ensino médio integrado ao técnico em Biotecnologia: Anderson Lage, Eduardo Macedo, Gabriela Louise, Karolina Esteves e Laurissa Lima.