Johanna Dobereiner: biografia
Johanna Döbereiner nasceu dia 28 de novembro de 1924 em Aussig,
Checoslováquia, filha de Margarete Kubelka e Paul Kubelka. Seu pai, que era
físico-químico, mudou-se com a família para a capital quando Johanna ainda era
pequena, e foi professor de Química na Universidade de Praga. Era também
proprietário de uma pequena fábrica de produtos químicos de uso na agricultura.
Após a Segunda Guerra Mundial, a população de língua alemã foi
intensamente perseguida na Checoslováquia – os que sobreviveram foram expulsos
do país. Foi o que aconteceu com Johanna, que seguiu com os avôs para a
Alemanha Oriental, onde trabalhou para o sustento dos três, numa fazenda,
ordenhando vacas e espalhando esterco para adubar o solo. Com a morte dos avós,
já idosos, conseguiu encontrar, na Bavária, pai, irmão, tia e primas. Sua mãe
falecera em Praga, num campo de concentração instalado depois da guerra.
Johanna foi, então, para a região de Munique. Trabalhou inicialmente
numa pequena propriedade rural e, depois, numa fazenda maior, que produzia
variedades melhoradas de trigo. Em 1947 iniciou o curso de Agronomia na
Universidade de Munique, onde conheceu o estudante de Medicina Veterinária,
Jürgen, com quem se casou em 1950.
Seguindo os passos do pai, Johanna e o marido emigraram para o Brasil em
1948, onde ela foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação
Agrícola pelo Diretor do Instituto, Dr. Álvaro Barcellos Fagundes, atual Centro
Nacional de Pesquisa em Agrobiologia da Embrapa, localizado no município
Itaguaí, atual Seropédica, estado do Rio de Janeiro.
Recém-formada e sem conhecer nada da rotina de laboratório, Johanna se
propôs a trabalhar de graça com Álvaro, que praticamente lhe ensinou o trabalho
e a iniciou na pesquisa. Levou um ano para Johanna aprender sobre
microbiologia, área que Álvaro queria trazer para o Brasil.
Sua primeira publicação causou
polêmica entre os colegas, porque não existia na literatura qualquer descrição
da associação entre bactérias fixadoras do nitrogênio e plantas superiores e
seu trabalho encontrara evidências desta associação.
Naturalizada brasileira em 1956, ela obteve grau de mestre pela
Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, onde morou entre 1961 e
1963. Posteriormente a esse período, Johanna iniciou um programa de pesquisas
baseado na fixação biológica do nitrogênio. As contribuições oriundas desse
programa permitiram que o Brasil se tornasse o segundo maior produtor de soja
mundial, através de uma iniciativa de melhoramento da produção de soja, até
então, inovadora.
Neste período, a forma mais utilizada para se produzir soja era através
de adubos nitrogenados. Os EUA eram os principais produtores de soja e
apoiavam as suas tecnologias nesta forma de produção. No entanto, através dos
estudos e descobertas de Johanna, o Brasil foi capaz de produzir soja através
de simbioses entre espécies bacterianas fixadoras de nitrogênio, os rizóbios.
Essas bactérias fixadoras são capazes de metabolizar o nitrogênio
presente na atmosfera e transformá-lo em substâncias que podem ser utilizados
por plantas. A descoberta da capacidade de associação desses microorganismos e
leguminosas pode ser atribuída à Johanna, e foi o que a tornou mundialmente
conhecida.
A simbiose entre rizóbios e microorganismos permite que as plantas de
soja se auto adubem, dispensando o uso exacerbado de adubos nitrogenados, fato
que rendeu ao Brasil uma economia de mais de 2 bilhões de dólares.
Além disso, vale ressaltar que a pesquisa de Johanna mostrou-se bastante
efetiva ecologicamente, já que a adubação proposta por ela era menos nociva ao
meio ambiente, não danificando solos e rios.
Os trabalhos realizados por Johanna Döbereiner contribuíram também para
alavancar o interesse nas pesquisas sobre FBN, estendendo-se às associações
entre gramíneas e microrganismos diazotróficos. Desse modo, foi permitido o
desenvolvimento de parcerias nacionais e internacionais com a Alemanha, os
Estados Unidos e a Bélgica, assim como países de terceiro mundo.
Além de seus estudos, Johanna foi professora e orientadora de vários
cientistas que atualmente ocupam a posição de destaque nas pesquisas e na
administração das mesmas no Brasil, salientando-se Avílio Antônio Franco, Fábio
Pedrosa, Helvécio De-Polli, entre outros.
Johanna morreu aos 75 anos, no dia 5 de outubro de 2000, em Seropédica,
interior do Estado do Rio de Janeiro. No entanto, suas contribuições à
microbiologia aplicada ao solo perduram até os dias atuais.
Referências Bibliográficas
EMBRAPA. Johanna döbereiner. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/memoria-embrapa/personagens/johanna-dobereiner>.
Acesso em: 29 mai. 2019.
WIKIPEDIA. Johanna döbereiner. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/johanna_d%c3%b6bereiner>. Acesso em: 30
mai. 2019.
DEVIANTE. Quem foi johanna döbereiner?. Disponível
em: <https://www.deviante.com.br/noticias/quem-foi-johanna-dobereiner/>.
Acesso em: 29 mai. 2019.
Biografia maravilhosa, perfeito para essa mulher maravilhosa que tive o prazer de conhecer (sua história) através da confecção desse trabalho.
ResponderExcluirPublicaçao na Wikipedia:
ResponderExcluirJohanna mudou-se para a região de Munique, trabalhando em uma propriedade rural e em seguida em uma grande fazenda, que produzia variedades artificialmente melhoradas de trigo. Na Universidade de Munique, ingressou em 1947 no curso de agronomia, onde conheceu o estudante de Medicina Veterinária, Jürgen Döbereiner, com quem se casou em 1950. Seguindo os passos do pai, Johanna e o marido emigraram para o Brasil em 1948, onde ela foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola pelo Diretor do Instituto, Dr. Álvaro Barcellos Fagundes, atual Centro Nacional de Pesquisa em Agrobiologia da Embrapa, localizado no município Itaguaí, atual Seropédica, estado do Rio de Janeiro.
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Johanna foi, então, para a região de Munique. Trabalhou inicialmente numa pequena propriedade rural e, depois, numa fazenda maior, que produzia variedades melhoradas de trigo. Em 1947 iniciou o curso de Agronomia na Universidade de Munique, onde conheceu o estudante de Medicina Veterinária, Jürgen, com quem se casou em 1950.
Seguindo os passos do pai, Johanna e o marido emigraram para o Brasil em 1948, onde ela foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola pelo Diretor do Instituto, Dr. Álvaro Barcellos Fagundes, atual Centro Nacional de Pesquisa em Agrobiologia da Embrapa, localizado no município Itaguaí, atual Seropédica, estado do Rio de Janeiro.