sexta-feira, 31 de maio de 2019

Uso de bactérias como barreiras contra a radioatividade

Todos sabemos dos males da radiotividade. Já ouvimos histórias sobre bombas atômicas e fotos ou filmes sobre ocorridos. Mas não são só nesses eventos de repercussão mundial que a radiação nos causa problemas. Quando usada como método para.obter energia, nem todos os materiais são consumidos nas usinas e o que sobra é descartado, os chamados resíduos nucleares.
   Pesquisas mostram que esses resíduos podem ficar na natureza em níveis que representam certo perigo por milhões de anos. E é aí que entra o tema desse post. Pesquisadores do Instituto moscovita Físico-Químico Frumkin e do Centro Federal de Pesquisas de Biotecnologia da Academia de Ciências da Rússia conseguiram isolar microrganismos que podem ser úteis para proteger o meio ambiente de resíduos nucleares líquidos. Essa bactéria, descoberta em um armazém de resíduos nucleares na Sibéria, mostrou ser promissora na formação de uma barreira natural contra a disseminação desses resíduos. Ela foi descoberta após cientistas analisarem as águas de um local onde esses resíduos são enterrados.
   A pesquisa, divulgada recentemente na revista científica russa Radioaktivnye otkhody (Resíduos Radioativos), supõe que a bactéria seja capaz de converter íons radionuclídeos, inclusive os encontrados em urânio e plutônio, em formas sedentárias, prevenindo o meio ambiente da disseminação de radiação perigosa. Isso se deve aos cientistas que acharam as condições corretas do ambiente para que as bactérias desempenhem essa função. E justamente essa mudança no ambiente e, consequentemente, no funcionamento do microorganismo, é o que caracteriza a biotecnologia nesse caso.
    Desde 1980, a sociedade presta grande atenção a pesquisas microbiológicas de territórios contaminados por radionuclídeos e locais de enterramento de resíduos nucleares. Cientistas de todo o mundo apelam para levar em conta processos microbiológicos na esfera de enterro de resíduos nucleares e parece que, finalmente, temos algo do tipo.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

A biografia de Kary Mullis


Introdução:
Kary Banks Mullis foi um grande bioquímico do USA, nascido em Lenoir, na Carolina do Norte, próximo a Blue Ridge Moutains, no dia 28 de Dezembro de 1944. Quando criança, lembra Mullis, que já tinha interesse em observar organismos no campo. Ele cresceu em Columbia, Carolina do Sul, onde estudou na Dreher High School. Ele descreveu seu interesse precoce em química, aprendendo como sintetizar quimicamente e construir foguetes de propulsão a combustível de estado sólido como um estudante do ensino médio durante a década de 1950.
Mullis recebeu um diploma de bacharel em química pelo Georgia Institute of Technology em 1966. Ele também ganhou um Ph.D. Bacharel em bioquímica pela Universidade da Califórnia, Berkeley, em 1972 e deu aula de  bioquímica até 1973. No mesmo ano, o Dr. Mullis fez um pós-doutorado em cardiologia pediátrica na Universidade de Kansas Medical School, com ênfase nas áreas de angiotensina e fisiologia vascular pulmonar. Em 1977, ele iniciou um pós-doutorado em química farmacêutica na Universidade da Califórnia, em São Francisco, por dois anos.


Dr. Mullis escreveu um livro autobiográfico intitulado Dança Nua no Campo da Mente, publicado pela Pantheon Books em 1998.
Atualmente o  Dr. Mullis trabalha no conselho de consultores científicos de diversas empresas, concedendo consultoria especializada para questões jurídicas envolvendo DNA, alem de dar palestras frequentes em campi universitários, corporações e reuniões acadêmicas em todo o mundo.
Ele vive com sua esposa, Nancy Cosgrove Mullis, em Newport Beach, Califórnia.
Principais trabalhos:
Dr. Mullis ingressou na Cetus Corporation em Emeryville, Califórnia, como químico de DNA em 1979. Durante seus sete anos lá, ele conduziu pesquisas sobre a síntese de oligonucleotídeos e inventou a reação em cadeia da polimerase, que é seu trabalho mais reconhecido.
Em 1986, ele foi nomeado diretor de biologia molecular na Xytronyx, Inc. no estado de San Diego, onde seu trabalho estava concentrado em tecnologia de DNA e fotoquímica. Em 1987, começou a consultoria em química de ácidos nucléicos para mais de uma dúzia de corporações, incluindo Angenics, Cytometrics, Eastman Kodak, Abbott Labs, Milligen / Biosearch e Specialty Laboratories.
O Dr. Mullis é autor de várias patentes importantes. Suas invenções patenteadas incluem a tecnologia de PCR e plástico sensível a UV que muda de cor em resposta à luz. Seu mais recente pedido de patente abrange uma abordagem revolucionária para mobilizar instantaneamente o sistema imunológico para neutralizar patógenos e toxinas invasoras, levando à formação de seu mais recente empreendimento, Altermune Technologies, do qual ele é o principal conselheiro científico.
Seus muitos outros prêmios incluem o Thomas A. Edison Award (1993); Prêmio Cientista do Ano da Califórnia (1992); o Prêmio Nacional de Biotecnologia (1991); o Prêmio Gairdner, Toronto, Canadá (1991); o Cientista de P & D do Ano (1991); o Prêmio William Allan Memorial da Sociedade Americana de Genética Humana (1990); e o Preis Biochemische Analytik da Sociedade Alemã de Química Clínica e Boehringer Mannheim (1990). O Dr. Mullis recebeu o grau honorário de Doutor em Ciências pela Universidade da Carolina do Sul em 1994. Ele foi introduzido no Hall da Fama dos Inventores em 1998.
Suas muitas publicações incluem "O Significado Cosmológico da Reversão do Tempo" (Nature), "A Origem Incomum da Reação em Cadeia da Polimerase" (Scientific American), "Amplificação Enzimática Dirigida por Primer do DNA com uma Polimerase de DNA Termostável" (Ciência), e “Síntese específica de DNA in vitro via reação em cadeia catalisada por polimerase” (Methods in Enzymology).
Funcionamento do PCR:
PCR, abreviação de Polymerase Chain Reaction (em português, Reação da Polimerase em Cadeia), é uma técnica da biologia molecular baseada na capacidade da enzima DNA polimerase sintetizar uma nova fita de DNA complementar a uma fita molde. Com essa técnica, uma pequena quantidade de fragmento de DNA pode ser clonada em milhões de cópias, facilitando a sua detecção, que pode ocorrer através da utilização de corantes e outras técnicas de visualização. Este método é bem barato e confiável de clonar um segmento especifico de DNA, um conceito aplicável a vários campos da modernidade, como por exemplo no sequenciamento e clonagem de DN, manipulação de gene.



O PCR é um modo automatizado de ampliação do DNA. Inicialmente, O DNA contendo o gene a ser clonado é posto em uma solução favorável para que o processo aconteça (ph estável, desoxinucleotídeos, etc), para que seja aquecido próximo à 96°C, temperatura onde o DNA é desnaturado. Em seguida o material genético é resfriado próximo a 55°C onde ocorre o anelamento de cada fita de DNA por um primer para que a duplicação se inicie. Logo após, a temperatura é novamente elevada, agora para 72°C, onde ocorrerá o alongamento da fita de DNA por uma DNA polimerase (por ser uma temperatura muito elevada na qual muitos primers seriam desnaturados, utiliza-se um primer oriundo de uma bactéria extremófila, a Thermusaquaticus), completando assim um ciclo e finalizando o processo. São necessários vários ciclos para amplificar o alvo de DNA para uma quantidade desejável de cópias. Há como calcular a quantidade de cópias de DNA formadas após um determinado número de ciclos, utilizando número de cópias= 2n(onde n é o número de ciclos).

Relevância pra Biotecnologia:
Originalmente desenvolvida, em 1983, pelo bioquímico americano Kary Mullis, tendo-lhe rendido o prêmio Nobel de Química dez anos depois, a PCR é reconhecida como um dos avanços científicos mais importantes da biotecnologia moderna. Com esta técnica, cientistas são capazes de:
  •  Identificar potenciais suspeitos, os quais o DNA podem combinar com evidências deixadas em locais de crimes;
  •  Exonerar pessoas acusadas erroneamente de crimes;
  •  Identificar vítimas de catástrofes;
  • Estabelecer paternidade ou outras relações parentais;
  • Detectar bactérias e outros organismos capazes de poluir o ar, água, solo e alimentos;
  • Identificação de bactérias através da leitura de seu material genético
  • Combinar doadores de órgãos com receptores em programas de transplantes;
  • Determinar o pedigree de gado;
  • Autenticar bebidas como o vinho.



Bibliografia:




Degradação do Glifosato por E. Coli



    No post de hoje, falaremos de uma incrível tecnologia produzida por estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com grande potencial de combater a poluição nos rios e mares causada por um agrotóxico muito utilizado no Brasil: o Glifosato.

     De acordo com os alunos de Ciências Biológicas e Engenharia que estão desenvolvendo a pesquisa, a ideia é que uma espécie de filtro-bóia seja lançado ao local desejado e consiga degradar o herbicida.




     O filtro-bóia, chamado pelos estudantes de Glyfloat, contêm, em seu compartimento interno, por meio de fibras, uma bactéria presente principalmente no intestino humano, a Escherichia coli, entretanto, geneticamente modificada. A E. Coli, tem como uma de suas principais características sua capacidade de degradação de substâncias constituídas por fósforo, caso do Glifosato.  A modificação gênica na bactéria atribuiu uma maior velocidade e eficiência no consumo de fósforo. Além disso, a alteração também foi feita visando a morte da bactéria caso, saiam do equipamento, ao ponto de contaminarem a água.


Bactéria E.coli



Grupo Microwork Innovation, composta por:

Brunno Alexander

Gustavo Mendonça

José Felipe

Luana Gonçalves

Raílla Braga

Artigo sobre a E.coli:

http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2176-62232016000200079 Acessado em 30 de maio de 2019

Leia mais sobre o glifosato em:

https://blog.aegro.com.br/glifosato/ Acessado em 30 de maio de 2019

Local de origem do post:
https://gauchazh.clicrbs.com.br/tecnologia/noticia/2019/03/estudantes-da-ufrgs-desenvolvem-tecnologia-para-acabar-com-agrotoxico-em-rios-e-mares-cjsyvcjs9016f01ujeb3iy7hr.html?fbclid=IwAR23OY0l0j3h1rWNPUiusce3hNKMM9pFioiWfT7A_PKzhWkpENKTtR1AEws Acessado em 30 de maio de 2019

Grammex: Alternativas para o tratamento de plástico



        Sabemos que o plástico é um problema atual da humanidade, de extrema preocupação e que deve ser urgentemente solucionado. O planeta produz cerca de 50 milhões de toneladas de PET (Politereftalato de etileno) ao ano e menos de 15% desse material é reciclado. Além disso, o que não é incinerado ou descartado em aterros sanitários é despejado nos mares e rios, na forma de “microplásticos”, fragmentos muito menores de PET que são mais danosos. O PET não só polui como também afronta a saúde humana e animal, uma vez que o plástico descartado nos mares se acumulado no organismo dos peixes, os contaminando, e quando nos alimentados destes, sofremos o impacto com um grau muito maior.
            A microbiologia apresenta um potencial significativo no tratamento de PET. Algumas pesquisas mais antigas já apontam o que fungos seriam capazes de degradar o politereftalato de etileno, mas somente em 2016, em uma usina de tratamento de lixo no Japão, que cientistas conseguiram identificar uma bactéria capaz de degradar o plástico. O micro-organismo, nomeado “Ideonella sakaiensis”, foi capaz de degradar, em 6 semanas, uma folha fina de PET, mostrando seu potencial promissor nessa causa.
            O que se sabe até agora é que essa bactéria utiliza as enzimas metase e petase para modificar o PET, transformando-o em um produto apto ao descarte de forma mais segura à vida marinha e humana. A bactéria utiliza quase que exclusivamente o PET como fonte de carbono. Dessa forma, podemos concluir que essa aplicação da atividade bacteriana é um ato da biotecnologia, uma vez que utiliza um organismo vivo (Ideonella sakaiensis) , para modificar um produto (o PET) ,visando uma finalidade específica (inserção no meio ambiente de forma mais favorável à vida).
#ACadaGramUmNovoMex




                   Bibliografia:








Autores: Grammex (Caio Henrique Berdeville; Matheus Luckas; Matheus Henrique; Juliana Pani; Samara)

Microwork Innovation apresenta: a biografia de Edward Jenner


Imagem 1. Resumo do post


     Nascido no dia 17 de maio de 1749, em Berkeley, na Inglaterra, desde jovem Edward Jenner demonstrava interesse pelas ciências biológicas e carreira na medicina. Aos 14 anos, já era ajudante de um cirurgião em Bristol e aos 21 foi para Londres, onde se formou no St. George’s Hospital.



     Ao se formar, Jenner voltou à sua cidade natal, onde estabeleceu uma clínica médica. Lá, além de ser o primeiro cientista a descrever a arteriosclerose, ele se dedicou a pesquisas em horticulturas e colecionou fósseis, porém seu maior legado para humanidade está atrelado aos princípios da vacinação e a Varíola.



     O desenvolvimento da vacina começou quando, Jenner, extraiu a linfa da ferida de Sara, uma moradora da zona rural da Inglaterra que havia contraído a varíola bovina e injetou no braço de um menino saudável. Posteriormente, o menino apresentou alguns sintomas, mas, não apresentava a doença, indicando que, havia obtido imunização contra a varíola humana. 



       No ano de 1798, o trabalho de Jenner foi reconhecido e os resultados obtidos em suas experiências foram expostos na publicação do tratado “Investigação Sobre a Causa e os Efeitos da Varíola Vacum”. A vacina foi recebida com certa desconfiança e, por diversas vezes, críticos tentaram ridicularizar o médico. Entretanto, logo se percebeu a eficácia da vacina e sua importância para a saúde humana e Edward Jenner recebeu diversas honrarias e reconhecimento mundial. 



     Edward Jenner faleceu no dia 26 de janeiro de 1823, também em Berkeley. Mais de 150 anos depois, na década de 1980, a Varíola foi erradicada, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Com certeza a inovação proposta por Jenner foi um grande marco na história da medicina e, pincipalmente, da microbiologia. 



Integrantes do grupo:

Brunno Alexander

Gustavo Mendonça

José Felipe

Luana Gonçalves

Raílla Braga



Referências bibliográficas: 



EBIOGRAFIA. Edward Jenner. Disponível em: https://www.ebiografia.com/edward_jenner/ Acesso em 28 de Maio de 2019.


INSTITUTO JENNER PORTUGAL. Quem foi Edward Jenner? Disponível em: https://www.institutojenner.pt/o-instituto/quem-foi-edward-jenner/ Acesso em 28 de Maio de 2019.

A Biografia de Hans Christian Gram

     A empresa Grammex considera muito importante a técnica desenvolvida por Christian Gram, o que nos motivou a escolhê-lo como inspiração para nosso nome. Por esse motivo, resolvemos compartilhar um pouco mais sobre o desenvolvedor do método muito utilizado até os dias atuais, a partir de sua biografia.

   Biografia de Hans Christian Gram


Hans Christian Gram responsável pelo desenvolvimento do método de coloração de Gram, nasceu em 13 de setembro de 1853 na Cidade de Copenhague, Dinamarca. Filho do professor de jurisprudência Frederik Terkel Julius Gram e de Louise Christiane Rouland, Gram foi professor, médico, bacteriologista e farmacologista.
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Imagem de Hans Christian Gram

Christian Gram estudou na Universidade de Copenhague, onde cursou botânica e trabalhou na área como assistente do zoólogo Japetus Steenstrup. Possuindo grande interesse por plantas, introduziu as bases de farmacologia, além  da utilização  do microscópio. Formado em botânica pela Universidade  de Copenhague, estudou farmacologia e bacteriologia em Strassburg, Marburg e Berlim, após  formação superior. O farmacologista trabalhou ainda como professor de patologia e terapêutica  na Universidade de Copenhague.
 Gram publicou quatro volumes de  Klinisk-therapeutiske Forelæsninger, mas seu trabalho mais reconhecido é  o método de coloração microbiológico que foi desenvolvido em 1884, em Berlim. A descoberta  desse método  teria sido um acidente, ocorrido enquanto examinava o tecido do pulmão  de pacientes que haviam morrido decorrente da pneumonia. Durante esse processo ele observou a ação de alguns corantes nas bactérias, e percebeu que enquanto alguns  ficavam retidos, nas paredes celulares das bactérias, em outras não ocorria o mesmo. Criou então a técnica da coloração, que leva o seu nome, Gram, e tem como corante utilizado a ser retido durante o tratamento com o solvente, o Cristal Violeta. Esse método  permite ainda a distinção  das bactérias em dois grupos, Gram-positivas  e Gram-negativas. 
Hans Christian Gram faleceu em 14 de novembro de 1938, em sua Cidade Natal, Copenhague aos 85 anos. Ele deixou como grande herança a invenção da Técnica de Gram que é seu trabalho de maior reconhecimento.


Bibliografia
https://en.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Gram
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hans_Christian_Gram
http://knoow.net/ciencterravida/biologia/gram-hans-christian/ 
http://pt.infobiografias.com/biografia/20466/Hans-Christian-Joachim--Gram.html

Autores: Grammex (Caio Henrique Berdeville; Matheus Luckas; Matheus Henrique; Juliana Pani; Samara)


Johanna Dobereiner: biografia


Johanna Dobereiner: biografia


Johanna Döbereiner nasceu dia 28 de novembro de 1924 em Aussig, Checoslováquia, filha de Margarete Kubelka e Paul Kubelka. Seu pai, que era físico-químico, mudou-se com a família para a capital quando Johanna ainda era pequena, e foi professor de Química na Universidade de Praga. Era também proprietário de uma pequena fábrica de produtos químicos de uso na agricultura.
Após a Segunda Guerra Mundial, a população de língua alemã foi intensamente perseguida na Checoslováquia – os que sobreviveram foram expulsos do país. Foi o que aconteceu com Johanna, que seguiu com os avôs para a Alemanha Oriental, onde trabalhou para o sustento dos três, numa fazenda, ordenhando vacas e espalhando esterco para adubar o solo. Com a morte dos avós, já idosos, conseguiu encontrar, na Bavária, pai, irmão, tia e primas. Sua mãe falecera em Praga, num campo de concentração instalado depois da guerra. 
Johanna foi, então, para a região de Munique. Trabalhou inicialmente numa pequena propriedade rural e, depois, numa fazenda maior, que produzia variedades melhoradas de trigo. Em 1947 iniciou o curso de Agronomia na Universidade de Munique, onde conheceu o estudante de Medicina Veterinária, Jürgen, com quem se casou em 1950.
Seguindo os passos do pai, Johanna e o marido emigraram para o Brasil em 1948, onde ela foi contratada pelo Instituto de Ecologia e Experimentação Agrícola pelo Diretor do Instituto, Dr. Álvaro Barcellos Fagundes, atual Centro Nacional de Pesquisa em Agrobiologia da Embrapa, localizado no município Itaguaí, atual Seropédica, estado do Rio de Janeiro.
Recém-formada e sem conhecer nada da rotina de laboratório, Johanna se propôs a trabalhar de graça com Álvaro, que praticamente lhe ensinou o trabalho e a iniciou na pesquisa. Levou um ano para Johanna aprender sobre microbiologia, área que Álvaro queria trazer para o Brasil.
 Sua primeira publicação causou polêmica entre os colegas, porque não existia na literatura qualquer descrição da associação entre bactérias fixadoras do nitrogênio e plantas superiores e seu trabalho encontrara evidências desta associação.
Naturalizada brasileira em 1956, ela obteve grau de mestre pela Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, onde morou entre 1961 e 1963. Posteriormente a esse período, Johanna iniciou um programa de pesquisas baseado na fixação biológica do nitrogênio. As contribuições oriundas desse programa permitiram que o Brasil se tornasse o segundo maior produtor de soja mundial, através de uma iniciativa de melhoramento da produção de soja, até então, inovadora. 
Neste período, a forma mais utilizada para se produzir soja era através de adubos nitrogenados. Os  EUA eram os principais produtores de soja e apoiavam as suas tecnologias nesta forma de produção. No entanto, através dos estudos e descobertas de Johanna, o Brasil foi capaz de produzir soja através de simbioses entre espécies bacterianas fixadoras de nitrogênio, os rizóbios.
Essas bactérias fixadoras são capazes de metabolizar o nitrogênio presente na atmosfera e transformá-lo em substâncias que podem ser utilizados por plantas. A descoberta da capacidade de associação desses microorganismos e leguminosas pode ser atribuída à Johanna, e foi o que a tornou mundialmente conhecida. 
A simbiose entre rizóbios e microorganismos permite que as plantas de soja se auto adubem, dispensando o uso exacerbado de adubos nitrogenados, fato que rendeu ao Brasil uma economia de mais de 2 bilhões de dólares. 
Além disso, vale ressaltar que a pesquisa de Johanna mostrou-se bastante efetiva ecologicamente, já que a adubação proposta por ela era menos nociva ao meio ambiente, não danificando solos e rios.
Os trabalhos realizados por Johanna Döbereiner contribuíram também para alavancar o interesse nas pesquisas sobre FBN, estendendo-se às associações entre gramíneas e microrganismos diazotróficos. Desse modo, foi permitido o desenvolvimento de parcerias nacionais e internacionais com a Alemanha, os Estados Unidos e a Bélgica, assim como países de terceiro mundo.
Além de seus estudos, Johanna foi professora e orientadora de vários cientistas que atualmente ocupam a posição de destaque nas pesquisas e na administração das mesmas no Brasil, salientando-se Avílio Antônio Franco, Fábio Pedrosa, Helvécio De-Polli, entre outros.
Johanna morreu aos 75 anos, no dia 5 de outubro de 2000, em Seropédica, interior do Estado do Rio de Janeiro. No entanto, suas contribuições à microbiologia aplicada ao solo perduram até os dias atuais.

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Referências Bibliográficas

EMBRAPA. Johanna döbereiner. Disponível em: <https://www.embrapa.br/memoria-embrapa/personagens/johanna-dobereiner>. Acesso em: 29 mai. 2019.


WIKIPEDIA. Johanna döbereiner. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/johanna_d%c3%b6bereiner>. Acesso em: 30 mai. 2019. 


DEVIANTE. Quem foi johanna döbereiner?. Disponível em: <https://www.deviante.com.br/noticias/quem-foi-johanna-dobereiner/>. Acesso em: 29 mai. 2019.



Aureus

Empresa formada pelos alunos do ensino médio integrado ao técnico de biotecnologia Anderson Lage, Eduardo Macedo, Gabriela Louise, Karolina Esteves e Laurissa Lima.

Biografia de Joseph Lister



Bom dia, boa tarde, boa noite! Nós da Bio-Logic(Caroline Borges, Gabriel Nunes, Maria Vitória, Moisés Dias e Pedro Andrade) decidimos trazer um pouco da história da biologia e como o ser humano constantemente aprende e se desenvolve com ela. Para tal, decidimos contar um pouco sobre Joseph Lister, um médico do século XIX, que inovou a forma como se via as práticas cirúrgicas, e mesmo sendo desconsiderado na época, lutou pela sua lógica e como resultado trouxe para nós uma nova forma de se perceber e praticar a medicina.
Nascido no dia 5 de abril de 1827 em Upton, Inglaterra, é filho de Joseph Jackson Lister, um vendedor de vinhos que por deter de conhecimentos sobre física e matemática, foi capaz de desenvolver lentes de microscópio que não destorciam as cores. Joseph guiou seu filho, ensinando-lhe sobre a história da biologia e o manejo de microscópios, e fazendo-o passar em diferentes instituições religiosas de Londres, todas com ênfase especial ao estudo da biologia. Lister morreu em 10 de fevereiro de 1912 em sua casa de campo em Walmer, Kent com 84 anos.


Depois de concluir este estágio formativo, em outrobro de 1848, ele ingressou na Universidade de Londres, onde se formou em Artes e Botânica. Mais tarde, ele passou a estudar medicina no mesmo campus universitário. Se formando em 1852, se tornou assistente do professor e cirurgião James Syme. Ele foi imediatamente aceito no Royal College of Surgeons, onde completou seu treinamento em 1854. Nomeado cirurgião da Enfermaria Real de Edimburgo em outubro de 1856, Lister publicou, no ano seguinte, seu primeiro trabalho,The Early States of Inflammation, um estudo dos casos de piemia e gangrena que observara em Londres.
Syme acabou se tornando seu sogro, pois Lister se casou com sua filha Agnes, que por se interessar em ciência e saber ler e falar francês, possibilitou que ele soubesse, antes de serem traduzidos para o inglês, as investigações realizadas pelo francês Louis Pasteur sobre germes.
Em 1860, foi nomeado professor catedrático de cirurgia da Universidade de Glasgow. Como cirurgião da Enfermaria Real, relatou a alta incidência de mortes causadas por infecção entre pacientes amputados. Segundo Lister, a infecção das feridas era causada por algum elemento estranho presente no sangue, constituindo uma forma de putrefação das incisões cirúrgicas. Opôs-se, dessa forma, à teoria em vigor dos miasmas e à crença de que organismos vivos pudessem ser gerados espontaneamente.
Durante muito tempo, o britânico trabalhou incansavelmente investigando vários aspectos, como a coagulação do sangue. Ele também estudou as consequências das infecções de feridas nos vasos sanguíneos.
Joseph Lister estava ciente das propostas de Pasteur de que, por um lado, a gangrena era causada pela presença de germes. Por outro lado, ele sabia que a ferida poderia permanecer inalterada se permanecesse livre de contato com o ar ou se conseguisse permanecer purificada. Em seguida, ele estabeleceu um paralelismo entre as abordagens que Pasteur desenvolveu na área de microbiologia e no campo da cirurgia, particularmente em relação à questão das fraturas com aberturas. Ele notou que pequenas fraturas, aquelas que não apresentavam ruptura na pele, curavam-se sem muita dificuldade. Em vez disso, as expostas regularmente acabavam supurando ou se tornando infectadas.
Acreditando inicialmente que os micróbios responsáveis pelas infecções eram transmitidos pelo ar, Lister concentrou suas atenções na criação de um meio de desinfecção do campo operatório. Propôs a vaporização de ácido carbólico (ácido fênico) sobre a região onde seria realizado o ato cirúrgico. Experimentou pela primeira vez seu método no dia 12 de agosto de 1865, durante operação, em Glasgow, de um menino com fratura exposta da tíbia. A mesa de cirurgia foi continuamente pulverizada com ácido por meio de um vaporizador de perfume adaptado por Lister.


Os resultados de suas bem-sucedidas experiências com o fenol foram descritos em On a new method of treating compound fracture, abcess etc. e em On the antiseptic principle in the practice of surgery, publicados em 1867. Esses trabalhos inauguraram uma nova fase na história da cirurgia, a chamada medicina anti-séptica. Após a adoção do método de Lister, o número de mortes por infecções pós-operatórias reduziu-se drasticamente na Enfermaria Masculina de Glasgow, caindo de 45% para 15% entre 1865 e 1869.
Nos anos seguintes, Lister continuou pesquisando métodos mais eficientes no combate às infecções cirúrgicas. Desenvolveu novas técnicas e propagou o uso do categute nas suturas. O próprio método anti-séptico seria posteriormente suplantado pela assepsia.
Em 1869, Lister assumiu a cátedra de cirurgia clínica da Universidade de Edimburgo. No ano seguinte, publicou On the efects of the antiseptic treatment upon the salubrity of a surgical hospital. Foi Professor catedrático de cirurgia do Colégio Real de Londres (1877-1892), em 1883 foi condecorado com o título de barão de Lyme Regis. Em 1897, tornou-se o primeiro médico a entrar para a Câmara dos Lordes. Em sua homenagem, o antigo Instituto Britânico de Profilaxia foi rebatizado como Instituto Lister de Medicina Preventiva em 1903.

Os feitos de Joseph Lister foram:
Ser o criador da medicina preventiva e anti-séptica, revolucionando a prática cirúrgica, fazendo disso uma especialidade muito mais segura e elevando-a - mesmo que não intencionalmente - ao justo cenário de rigor e exigência que a corresponde como uma disciplina de enorme responsabilidade.
Conseguiu fazer essas reviravoltas em um momento em que as pessoas relutavam em abandonar práticas prejudiciais aos pacientes, devido a uma atmosfera carregada de crenças e costumes pouco saudáveis em torno do ofício do cirurgião. Seu trabalho era considerado ainda menos importante do que o de limpeza de piolhos de colchão, e isso foi notável no fato de que a remuneração por essa ocupação era muito baixa.
Em suma, Lister estabeleceu um precedente histórico para sua ocupação, deixando claro que a antissepsia era essencial ao tratar pacientes que precisavam de cirurgia. Desta forma, as condições deploráveis da insalubridade mudaram e o que hoje é chamado de medicina moderna ou alopatia como assepsia foi fundada. Esse estudioso brilhante veio a transcender os campos disciplinares. Ele estabeleceu conexões entre diferentes disciplinas e mostrou que o trabalho interdisciplinar é lucrativo para a humanidade e produtivo para a ciência.
Os produtos químicos que atualmente são usados para alcançar a assepsia em espaços clínicos têm variado em vista da natureza cáustica e tóxica do fenol. No entanto, foi graças à descoberta de Lister que uma linha foi traçada entre a cirurgia antiquada e a nova
Então, qual a finalidade de revelar para vocês leitores sobre a bibliografia desse médico? Simples, para vos mostrar a importância de não desistir da sua lógica, mesmo que o mundo se desdobre em prol de tornar sua razão ilógica, não desista! Estude, pesquise, avalie e comprove. Nada na vida se ganha facilmente, a vitória e as recompensas só vêm depois de uma grande batalha, então para você que possui grandes ideias, nós da Bio-Logic pedimos em nome do futuro de nossa sociedade, vá em frente e avance.

Referências Bibliográficas:
·        http://www.bvsalutz.coc.fiocruz.br/html/pt/static/trajetoria/origens/estudos_joseph.php - Acessado em 30/05/2019, às 15:49 hrs.
·         https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Joseph_Lister - Acessado em 30/05/2019, às 16:15 hrs.
·         http://broughttolife.sciencemuseum.org.uk/broughttolife/people/josephlister - Acessado em 30/05/2019, às 16:42 hrs.
·         https://www.bbc.com/portuguese/geral-48235637 - Acessado em 30/05/2019, às 17:05 hrs.

quinta-feira, 2 de maio de 2019


Operon Lac
Introdução:
O principal açúcar do leite (lactose) pode ser uma grande fonte de energia para bactérias E. coli, que através do operon lac, um grupo de genes que codificam proteínas, possibilita que a E. coli utilize a lactose como fonte de energia. Esses genes são transcritos como único RNAm. A bactéria só usará a lactose quando houver carência da principal fonte, glicose.
Para ocorrer este processo, são necessárias duas enzimas, beta-galactosidade e permease. A primeira enzima é capaz de quebrar a molécula de lactose transformando-a em galactose e glicose, servindo-as de fonte de energia. A lactose não é capaz de permear a bicamada lipídica sem uma proteína portadora para leva-la do meio extracelular para o intracelular, no caso, este trabalho fica por conta da permease.


Mecanismo de ativação:
Caso haja glicose disponível, a bactéria E. coli vai preferi-la para quebrar a lactose. A glicose requer menos etapas e menos energia para ser quebrada do que a lactose. No entanto, se a lactose for o único açúcar disponível no meio, as E. coli seguem em frente e a utilizam como fonte de energia.
Para utilizar a lactose, a bactéria precisa expressar o operon lac, que codifica as enzimas-chave para a absorção e metabolismo da lactose. De maneira a ser mais eficiente possível, as E. coli devem expressar o operon lac somente se duas condições forem atendidas:
-A lactose está disponível;
-A glicose não está disponível;
Nesse processo, duas proteínas reguladoras estão envolvidas:
-O repressor lac, que atua como um sensor de lactose.
-A proteína ativadora de catabólito (CAP), que atua como um sensor de glicose.
Essas proteínas se ligam ao DNA do operon lac e regulam sua transcrição com base nos níveis de lactose e glicose.

Estrutura do operon lac:
O operon lac consiste principalmente em três genes estruturais, um promotor, um terminador, um regulador, e um operador.
-lacZ codifica a β-galactosidase, uma enzima intracelular que degrada o dissacarídeo lactose em glicose e galactose.
-lacY codifica a permease de β-galactosídeos, uma permease de membrana plasmática que bombeia a lactose para dentro da célula.
-lacA codifica a transacetilase de β-galactosídeos, uma enzima que transfere um grupo acetil de acetil-CoA a beta-galactosídeos.
Apenas lacZ e lacY são necessários para o catabolismo da lactose, enquanto que a função do gene lacA é desconhecida. Estes três genes estão organizados como um operon, isto é, estão dispostos um ao lado do outro na mesma orientação no cromossomo bacteriano e são transcritos como uma única molécula de ARN mensageiro policistrônico.
A transcrição começa quando a ARN polimerase se liga à região promotora, que se localiza justo a montante (5') dos genes. A partir deste ponto, a polimerase sintetiza uma molécula de ARN mensageiro que inclui a região codante dos três.
Além dos três genes lac, o operon contém ainda um conjunto de sequências de DNA reguladoras. Essas  sequências são regiões do DNA cujas proteínas reguladoras podem se ligar, para controlar a transcrição do operon.
-O promotor é o sítio de ligação da RNA polimerase, a enzima que realiza a transcrição.
-O operador é um sítio de regulação negativa que se liga a proteína repressora lac. O operador se sobrepõe ao promotor, e quando o repressor lac está ligado, a RNA polimerase não consegue se ligar ao promotor e dar início à transcrição.
O sítio de ligação CAP é um sítio de regulação positiva no qual se liga a proteína ativadora de catabólitos (CAP). Quando a CAP está ligada a esse sítio, ela favorece a transcrição ajudando a RNA polimerase a se ligar ao promotor.




Como funciona o repressor lac:
O repressor lac é uma proteína que inibe a transcrição do operon lac. Ela faz isso através da ligação com o operador, que se sobrepõe parcialmente ao promotor. Quando ligado, o repressor lac impede que o RNA polimerase faça a transcrição do operon.
Quando a lactose não está disponível, o repressor lac se liga fortemente ao operador, evitando a transcrição pelo RNA polimerase. Porém, quando a lactose está presente, o repressor lac perde sua capacidade de se ligar ao DNA. Assim, ele se desliga do operador, abrindo o caminho para o RNA polimerase fazer a transcrição do operon.

Proteinas Ativadoras de catabólitos (CAP):
Para a RNA polimerase se ligar ao promotor e transcrever o operon necessitam-se da presença da lactose, pois assim o repressor lac perde a capacidade de ligar-se ao DNA. Mas onde entram as CAPS? É sabido que as RNA’s polimerase não se ligam bem sozinhas ao promotor do operon lac, tendo um baixo rendimento nas transcrições. No intuito de aumentar o numero de transcrições, é adicionado a CAP. As caps são proteínas diméricas com duas subunidades idênticas de 22kd, e essas subunidades possuem um domínio de ligação no DNA e a AMPc. Em Bactérias, o AMPc liga-se ao cap, formando um complexo capaz de estimular as transcrições.


Bibliografia:
Nelson, David L.; COX, Michael M. Princípios de bioquímica de Lehninger. Porto Alegre: Artmed, 2011. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.

KHAN ACADEMY. O operon lac. [S. l.], 2016. Disponível em: https://pt.khanacademy.org/science/biology/gene-regulation/gene-regulation-in-bacteria/a/the-lac-operon. Acesso em: 2 maio 2019.

CONTROLE da expressão gênica em procariontes. [S. l.], [21-]. Disponível em: http://labs.icb.ufmg.br/lbcd/grupo7/iniciar/aulaexp/exp1-2.html. Acesso em: 2 maio 2019.

BECKWITH, Jonathan R. Regulation of the Lac Operon. Science, [S. l.], 5 maio 1967.