Causas
O principal causador da candidíase vaginal é o
fungo Candida albicans. Ele já existe
no organismo da mulher em pequenas quantidades e vive em equilíbrio com a flora
vagina. O desequilíbrio do organismo eva o funjo a se proliferar. Como a região
genital feminina é quente e úmida, é uma região mais propícia para o fungo se
propagar por isso é mais comum.
O agente etiológico
A doença pode ser causada por mais de vinte tipos de fungos do género
Candida, um tipo de levedura, dos quais a Candida
albicans é o mais comum. As infeções da boca são mais comuns entre crianças
com menos de um mês de idade, idosos e pessoas com debilidade imunitária.
Leveduras do gênero Candida são
fungos que ocorrem em todo o mundo, seja no solo ou em plantas vivas ou mortas.
São saprófitas, ou seja, convivem normalmente com o ser humano saudável em
locais como a vagina, a boca e a pele. São encontrados na saliva de 30-60% de
indivíduos sadios.
Taxonomia: Raino
Fungi;
Divisão Eumicota;
Filo Deuteromicota;
Classe Blastomices;
Ordem
Criptococales;
Família
Criptococacea;
Gênero Candida.
Em meio sólido, como o Sabouraud,
as colônias se apresentam cremosas de coloração branca ou bege. Para observação
de estruturas microscópicas as leveduras devem ser cultivadas em meios pobres
como o ágar fubá e o ágar batata.
As espécies
patogênicas são constituídas por muitos fungos, Candida albicans é a mais
comum, embora outras espécies também são patogênicas como a C. parapsilosis, C.
tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. guilliermondii, entre outras.
Na boca, a
candidíase se manifesta como placas brancas facilmente removíveis, que têm
aspecto semelhante à nata do leite. A infecção oral por Candida tem função
marcadora no indivíduo HIV-positivo em relação ao desenvolvimento da AIDS,
sendo infecção secundária comum em pacientes imunodeficientes. O intertrigo
atinge áreas de dobras cutâneas, como região abaixo das mamas, entre os dedos,
virilhas e axilas. Paroníquia é a lesão que surge na pele ao redor das unhas,
caracterizada por inchaço, cor vermelha e dor, com perda da cutícula.
Normalmente, ocorre em pessoas que mexem freqüentemente em água sem o uso de
luvas. A onicomicose é a alteração das unhas por infecção com este fungo. A
transmissão da candidíase se dá pelo contato com secreções da boca, pele e
vagina. Além disso, a mãe pode transmitir o fungo para o bebê durante o parto.
O diagnóstico é
feito através da combinação do quadro clínico e achados microscópicos
positivos. O esfregaço é obtido através de amostras do local clinicamente
infectado, corados com corantes à base de anilina (por exemplo, azul de
metileno) ou pelo método Gram. Pode ainda ser tratado com hidróxido de potássio
a 10% para lise das células epiteliais, sendo então examinado ao microscópio.
Caso a análise microscópica não seja suficiente, é possível cultivar amostras
clínicas contendo a levedura em meios de cultura seletivos simples
(Sabouraud-Agar). Como o fungo também pode fazer parte da flora bucal normal,
os achados microscópicos e os achado positivos de culturas não devem ser
interpretados como absolutamente patológicos. Somente o aparecimento maciço de
hifas no esfregaço ou um número excessivo de colônias presente na cultura são
indicativos de uma candidiase manifesta, associados ao quadro clínico
característico.
Fatores de risco
Existe alguns hábitos que favorecem a propagação da
candidíase, são eles:
·
Uso de antibióticos
A microbiota vaginal é formada por diversas bactérias.
Algumas delas são aliadas do organismo e ajudam a conter as bactérias e fungos
que podem ser nocivos. No entanto, antibióticos de largo espectro - aqueles que
são eficazes contra uma ampla gama de bactérias - podem matar essas bactérias
saudáveis na sua vagina, o que pode levar ao crescimento de leveduras, como o fungo
da candidíase vaginal.
·
Aumento dos níveis de estrogênio
Infecções fúngicas parecem ocorrer mais
frequentemente em mulheres com aumento dos níveis de estrogênio - por exemplo,
em mulheres que estão grávidas, que tomam altas doses de pílulas
anticoncepcionai ou que fazem terapia hormonal com o estrógeno.
·
Consumo excessivo de doces e carboidratos em geral
Os carboidratos propiciam o crescimento do fungo da candidíase
vaginal de duas formas. A primeira é através da alteração do pH, que se torna
mais ácido, logo é um ambiente muito mais propício para que a Candida se
prolifere.
Além disso, a glicose também serve como alimento para esse fungo,
portanto quando ela está em excesso no sangue, pode ajudar no aparecimento da
candidíase vaginal.
Por isso, pessoas com diabetes também podem apresentar mais crises
recorrentes de candidíase vaginal (além dos outros tipos).
·
Sexo sem proteção
Embora a candidíase não seja considerada uma
DST, ela pode ser transmitida por meio do contato sexual, principalmente para
as genitálias e boca.
·
Locais e roupas úmidos
O fungo a candidíase prefere locais úmidos, por
isso a vagina é um local tão comum para essa infecção. Frequentar piscinas,
ficar muito tempo com roupas de banho molhadas ou mesmo não secar corretamente
a região genital pode propiciar uma candidíase vaginal.
·
Outros fatores que interferem no sistema imunológico
Dormir mal ou pouco
Ingestão insuficiente de vitaminas
e minerais, consequência de uma dieta pouco equilibrada
Alto nível de estresse
Gripes fortes
Uso de drogas.
Sintomas de Candidíase
A candidíase vaginal costuma causar principalmente
um corrimento esbranquiçado. Veja a lista de principais sintomas:
o Coceira na área vaginal
o Dor e vermelhidão na área vaginal
o Corrimento vaginal branco e agrupado, parecido com queijo cottage
o Relações sexuais dolorosas.
Buscando ajuda médica
Caso você apresente coceira, dor e vermelhidão na área
genital, aliadas ou não de corrimento vaginal branco e espesso, procure um
ginecologista imediatamente.
Tratamento de
Candidíase
Em
casos de candidíase vaginal recorrente, o médico pode indicar medicamentos
orais para que o quadro não retorne. Além disso, mudanças na alimentação pode
ajudar esses casos.
O
tratamento da candidíase vaginal normalmente consiste no uso de pomadas
antifúngicas ou medicamentos antimicóticos de uso local.
As pomadas para tratamento da
candidíase são utilizadas quando a infecção afeta a região
genital e incluem:
·
Fluconazol;
·
Clotrimazol;
·
Nistatina;
·
Cetoconazol.
A candidase pode ser tratada também com produtos naturais. Muitas
pessoas conseguem tratar a candidiase, ou pelo menos aliviar os seus sintomas,
com produtos caseiros normalmente encontrados na nossa cozinha.
· Pode tratar a candidiase com uma solução de água bastante salgada.
Principalmente na boca, pois para além de controlar o fungo ativa a produção de
saliva.
·
Com alho, que é um poderoso anti fungicida e anti viral, pelo que
impede a multiplicação do fungo candida.
·
Consumindo iogurte natural (sem açúcar) numa base diária. O
iogurte pode mesmo ser aplicado localmente, principalmente no tratamento da candidiase
vaginal.
·
O vinagre de maçã diluído em água é outro tratamento caseiro para
a candidiase muito utilizado. Deve-se lavar a zona infetada abundantemente
várias vezes ao dia, ou mesmo tomar banho de imersão numa solução de vinagre de
maça diluído em água.
A candidíase no homem
A candidíase só se manifesta no homem quando o seu sistema
imunológico encontra-se enfraquecido. As principais causas de candidíase são:
• Contato
íntimo sem preservativo com um parceira(o) infectado com o fungo Candida albicans;
• Uso
frequente de antibióticos, corticoides ou antidepressivos;
• Diabetes;
• Má
higienização do pênis;
• Doenças que
enfraquecem o sistema imune, como AIDS e lúpus;
• Quimioterapia;
• Alimentação
rica em doces.
Além da região peniana, a candidíase pode afetar a boca, a
garganta, as unhas, a pele e o couro cabeludo.
Como tratar a candidíase no homem
A candidíase tem cura e o
seu tratamento no homem pode ser feito em casa com o uso de pomadas
antifúngicas, como Fluconazol, que devem ser aplicadas diariamente por 7 a 10
dias, de acordo com a recomendação médica.
Quando
o tratamento para candidíase com pomada não apresenta efeito ou em casos de
candidíase recorrente, também podem ser usados antifúngicos orais como Fluconazol
ou Cetoconazol, por até 14 dias.
Uma
outra estratégia que ajuda a curar a candidíase mais rápido é investir em
alimentos como a salsinha e o limão que pode ser usado para temperar a salada
ou expremido num pouco de água, sem adoçar.
Os
sintomas da candidíase no homem estão relacionados com a infecção do pênis e
incluem:
• Dor ou
ardência durante o contato íntimo;
• Coceira;
• Vermelhidão,
inchaço ou placas esbranquiçadas na glande;
• Corrimento
parecido com o sêmen.
É comum que a candidíase reapareça, e para prevenir a recorrência
dessa doença deve-se:
•. Fazer uma
dieta adequada, rica em água, frutas e legumes para fortalecer o sistema
imunológico;
•. Evitar usar
roupas quentes, apertadas ou molhadas;
•. Higienizar
corretamente a região peniana;
•. Usar
preservativo em relações íntimas.
Fortalecer o sistema imune também é uma excelente forma de
prevenir a proliferação da cândida
albicans, por isso deve-se comer menos açúcar, praticar exercícios e ter
uma alimentação saudável de forma constante.
Prevenção
A maioria dos casos de candidíase, incluindo a vaginal, pode ser
evitada mantendo a pele limpa e seca, utilizando antibióticos apenas com
orientação médica, e seguindo um estilo de vida saudável, incluindo alimentação
adequada. Pessoas com diabetes devem tentar manter o açúcar no sangue sob
controle. Se você tem HIV ou outra doença que favoreça episódios recorrentes de
candidíase, o uso contínuo de drogas antifúngicas pode ajudar a minimizar
crises.
Fazer a higiene íntima regularmente, preferir roupas com tecidos
de algodão e evitar peças justas, além de evitar o uso contínuo de absorventes
internos também ajudam a evitar a candidíase vaginal. Usar camisinha em todas
as relações sexuais também evita que você seja infectado.
Pesquisas sobre
a candidíase
A Candidíase vulvo vagina (CVV) é um dos diagnósticos mais
freqüentes em ginecologia, sendo o tipo mais comum de vaginite aguda nos países
tropicais; nos EUA ocupa o segundo lugar, precedido apenas pela vaginose
bacteriana. A incidência de CVV varia, indo de aproximadamente 25% na população
feminina em geral2 a 42% entre mulheres adolescentes. Em um estudo comparativo,
foi observada uma incidência de 35,5% para as mulheres sintomáticas e de 15%
para as assintomáticas de um grupo controle. Estudos apontam que 20 a 25% das
mulheres adultas apresentam colonização assintomática e 75% delas, em algum
momento, apresentam algum episódio de infecção clínica em suas vidas
Numerosos estudos indicam que C. albicans é mais freqüente
do que as espécies de não C. albicans, respondendo por 80 a 90% dos casos.
Entretanto, nos últimos anos, tem-se observado um aumento na freqüência das
espécies de não C. albicans, principalmente C. glabrata, C. tropicalis e C. guillermondi,
indicando uma tendência de mudança na etiologia da candidíase, após décadas de
predomínio de C. albicans. Outras espécies, como P. wickerhamii, C. kefyr, C.
krusei, Rhodutorula sp e C. lusitaneae têm sido apontadas como emergentes em
estudos mais recentes. Todavia, parece haver grandes diferenças quanto às
espécies de leveduras vaginais isoladas, conforme a localização geográfica ca,
sugerindo que esta variação deva ser considerada entre os fatores
epidemiológicos.
No Brasil, os dados epidemiológicos são bem mais escassos.
Estudo transversal realizado em 1996, incluindo 72 mulheres não grávidas que
procuraram o Serviço de Planejamento Familiar do Hospital das Clínicas da
Univesidade Federal de Minas Gerais, observou a prevalência de candidíase
vulvovaginal de 25%, confirmado por cultura. Outro estudo transversal realizado
em 1998-1999, que avaliou 205 mulheres atendidas no ambulatório de Ginecologia
e Obstetrícia da Universidade do Espírito Santo, demonstrou prevalência de 25%
de candidíase vulvovaginal entre as assintomáticas e de 60% entre as que
apresentavam sintomas de vulvovaginite .
A habilidade de transição morfológica de C. albicans tem
sido sugerida como importante fator de virulência. As hifas têm maior
capacidade de aderir e penetrar nas células epiteliais humanas do que os
blastoconídios. Mutantes incapazes de produzir hifas perdem a virulência de
seus parentais. Essas transições representam uma resposta do fungo a alterações
nas condi- ções ambientais e possibilitam a sua adaptação a diferentes nichos
biológicos, e a conseqüente disseminação fúngica nas células humanas. Essas
evidências reforçam a idéia de que a habilidade de formar hifas representa
importante fun- ção na patogênese de C. albicans. Porém, poucos estudos têm
sido realizados objetivando verificar se há relação entre a capacidade de
formar tubos germinativos e a virulência de C. albicans em CVV, especialmente
em relação à CVVR. Mostraram recentemente a associação entre sinais clínicos de
CVV e a produção de tubos germinativos pela levedura.
O estudo da variabilidade genotípica tem sido possível
graças aos recentes avanços em biologia molecular. Através da análise do DNA
genômico, Candida sp. podem ser classificadas no nível de subespécies, sendo
esses dados muito utilizados em investigações epidemiológicas. Entre os
sistemas de tipagem molecular utilizados para discriminar isolados de C.
albicans, pode-se destacar o polimorfismo de fragmentos de DNA obtidos com enzimas
de restrição. Vários estudos genéticos têm determinado que, na maioria dos casos
de CVVR, um único isolado tem sido responsável pelos episódios sintomáticos
seqüenciais. Porém, a levedura causal pode ser substituída algumas vezes.
Apesar disso, estudos de virulência de C. albicans com alta similaridade
genética em episódios seqüenciais de CVVR não têm sido realizados.
Bibliografia.
http://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/1898/candidiase.Htm?_mobile=off
http://www.portalsaofrancisco.com.br/saude/candidiase
https://www.mdsaude.com/2009/01/o-que-e-candidiase.html
Pubicado por Antraz
Caroline Lambet, Karine Abuquerque, Lucas da Nova e Monicke Azevedo.
BM 161 2017.2
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