quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Candidíase

         A candidíase é uma infecção causada pelo fungo Candida, geralmente Candida albicans. E pode afetar a pele, unha, órgãos genitais, garganta, corrente sanguínea e boca. Apesar de maior número de casos em mulheres, também existem casos de candidíase no homem. A doença se manifesta principalmente em pessoas com o sistema imunológico fraco, que têm diabetes ou tiveram contato íntimo sem usar preservativo.  



      Causas


O principal causador da candidíase vaginal é o fungo Candida albicans. Ele já existe no organismo da mulher em pequenas quantidades e vive em equilíbrio com a flora vagina. O desequilíbrio do organismo eva o funjo a se proliferar. Como a região genital feminina é quente e úmida, é uma região mais propícia para o fungo se propagar por isso é mais comum.

O agente etiológico



 A doença pode ser causada por mais de vinte tipos de fungos do género Candida, um tipo de levedura, dos quais a Candida albicans é o mais comum. As infeções da boca são mais comuns entre crianças com menos de um mês de idade, idosos e pessoas com debilidade imunitária.
Leveduras do gênero Candida são fungos que ocorrem em todo o mundo, seja no solo ou em plantas vivas ou mortas. São saprófitas, ou seja, convivem normalmente com o ser humano saudável em locais como a vagina, a boca e a pele. São encontrados na saliva de 30-60% de indivíduos sadios.
Taxonomia: Raino Fungi;
Divisão Eumicota;
Filo Deuteromicota;
Classe Blastomices;
Ordem Criptococales;
Família Criptococacea;
Gênero Candida.

 Em meio sólido, como o Sabouraud, as colônias se apresentam cremosas de coloração branca ou bege. Para observação de estruturas microscópicas as leveduras devem ser cultivadas em meios pobres como o ágar fubá e o ágar batata.
As espécies patogênicas são constituídas por muitos fungos, Candida albicans é a mais comum, embora outras espécies também são patogênicas como a C. parapsilosis, C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. guilliermondii, entre outras.
Na boca, a candidíase se manifesta como placas brancas facilmente removíveis, que têm aspecto semelhante à nata do leite. A infecção oral por Candida tem função marcadora no indivíduo HIV-positivo em relação ao desenvolvimento da AIDS, sendo infecção secundária comum em pacientes imunodeficientes. O intertrigo atinge áreas de dobras cutâneas, como região abaixo das mamas, entre os dedos, virilhas e axilas. Paroníquia é a lesão que surge na pele ao redor das unhas, caracterizada por inchaço, cor vermelha e dor, com perda da cutícula. Normalmente, ocorre em pessoas que mexem freqüentemente em água sem o uso de luvas. A onicomicose é a alteração das unhas por infecção com este fungo. A transmissão da candidíase se dá pelo contato com secreções da boca, pele e vagina. Além disso, a mãe pode transmitir o fungo para o bebê durante o parto.
O diagnóstico é feito através da combinação do quadro clínico e achados microscópicos positivos. O esfregaço é obtido através de amostras do local clinicamente infectado, corados com corantes à base de anilina (por exemplo, azul de metileno) ou pelo método Gram. Pode ainda ser tratado com hidróxido de potássio a 10% para lise das células epiteliais, sendo então examinado ao microscópio. Caso a análise microscópica não seja suficiente, é possível cultivar amostras clínicas contendo a levedura em meios de cultura seletivos simples (Sabouraud-Agar). Como o fungo também pode fazer parte da flora bucal normal, os achados microscópicos e os achado positivos de culturas não devem ser interpretados como absolutamente patológicos. Somente o aparecimento maciço de hifas no esfregaço ou um número excessivo de colônias presente na cultura são indicativos de uma candidiase manifesta, associados ao quadro clínico característico.

Fatores de risco

Existe alguns hábitos que favorecem a propagação da candidíase, são eles:

·         Uso de antibióticos

A microbiota vaginal é formada por diversas bactérias. Algumas delas são aliadas do organismo e ajudam a conter as bactérias e fungos que podem ser nocivos. No entanto, antibióticos de largo espectro - aqueles que são eficazes contra uma ampla gama de bactérias - podem matar essas bactérias saudáveis na sua vagina, o que pode levar ao crescimento de leveduras, como o fungo da candidíase vaginal.

·                  Aumento dos níveis de estrogênio

Infecções fúngicas parecem ocorrer mais frequentemente em mulheres com aumento dos níveis de estrogênio - por exemplo, em mulheres que estão grávidas, que tomam altas doses de pílulas anticoncepcionai ou que fazem terapia hormonal com o estrógeno.

·                  Consumo excessivo de doces e carboidratos em geral

Os carboidratos propiciam o crescimento do fungo da candidíase vaginal de duas formas. A primeira é através da alteração do pH, que se torna mais ácido, logo é um ambiente muito mais propício para que a Candida se prolifere.
Além disso, a glicose também serve como alimento para esse fungo, portanto quando ela está em excesso no sangue, pode ajudar no aparecimento da candidíase vaginal.
Por isso, pessoas com diabetes também podem apresentar mais crises recorrentes de candidíase vaginal (além dos outros tipos).

·                  Sexo sem proteção

Embora a candidíase não seja considerada uma DST, ela pode ser transmitida por meio do contato sexual, principalmente para as genitálias e boca.

·                  Locais e roupas úmidos

O fungo a candidíase prefere locais úmidos, por isso a vagina é um local tão comum para essa infecção. Frequentar piscinas, ficar muito tempo com roupas de banho molhadas ou mesmo não secar corretamente a região genital pode propiciar uma candidíase vaginal.

·                  Outros fatores que interferem no sistema imunológico

*    Dormir mal ou pouco
*  Ingestão insuficiente de vitaminas e minerais, consequência de uma dieta pouco equilibrada
*      Alto nível de estresse
*      Gripes fortes
*      Uso de drogas.

Sintomas de Candidíase

A candidíase vaginal costuma causar principalmente um corrimento esbranquiçado. Veja a lista de principais sintomas:

o   Coceira na área vaginal
o   Dor e vermelhidão na área vaginal
o   Corrimento vaginal branco e agrupado, parecido com queijo cottage
o   Relações sexuais dolorosas.

Buscando ajuda médica

Caso você apresente coceira, dor e vermelhidão na área genital, aliadas ou não de corrimento vaginal branco e espesso, procure um ginecologista imediatamente.

Tratamento de Candidíase

Em casos de candidíase vaginal recorrente, o médico pode indicar medicamentos orais para que o quadro não retorne. Além disso, mudanças na alimentação pode ajudar esses casos.
O tratamento da candidíase vaginal normalmente consiste no uso de pomadas antifúngicas ou medicamentos antimicóticos de uso local.
    As pomadas para tratamento da candidíase são utilizadas quando a infecção afeta a região genital e incluem:
·         Fluconazol;
·         Clotrimazol;
·         Nistatina;
·         Cetoconazol.
A candidase pode ser tratada também com produtos naturais. Muitas pessoas conseguem tratar a candidiase, ou pelo menos aliviar os seus sintomas, com produtos caseiros normalmente encontrados na nossa cozinha.
·        Pode tratar a candidiase com uma solução de água bastante salgada. Principalmente na boca, pois para além de controlar o fungo ativa a produção de saliva.
·         Com alho, que é um poderoso anti fungicida e anti viral, pelo que impede a multiplicação do fungo candida.
·         Consumindo iogurte natural (sem açúcar) numa base diária. O iogurte pode mesmo ser aplicado localmente, principalmente no tratamento da candidiase vaginal.
·         O vinagre de maçã diluído em água é outro tratamento caseiro para a candidiase muito utilizado. Deve-se lavar a zona infetada abundantemente várias vezes ao dia, ou mesmo tomar banho de imersão numa solução de vinagre de maça diluído em água.
A candidíase no homem 

A candidíase só se manifesta no homem quando o seu sistema imunológico encontra-se enfraquecido. As principais causas de candidíase são:
• Contato íntimo sem preservativo com um parceira(o) infectado com o fungo Candida albicans;
• Uso frequente de antibióticos, corticoides ou antidepressivos;
• Diabetes;
• Má higienização do pênis;
• Doenças que enfraquecem o sistema imune, como AIDS e lúpus;
• Quimioterapia;
• Alimentação rica em doces.

Além da região peniana, a candidíase pode afetar a boca, a garganta, as unhas, a pele e o couro cabeludo.

Como tratar a candidíase no homem

A candidíase tem cura e o seu tratamento no homem pode ser feito em casa com o uso de pomadas antifúngicas, como Fluconazol, que devem ser aplicadas diariamente por 7 a 10 dias, de acordo com a recomendação médica.                
Quando o tratamento para candidíase com pomada não apresenta efeito ou em casos de candidíase recorrente, também podem ser usados antifúngicos orais como Fluconazol ou Cetoconazol, por até 14 dias.                                         
Uma outra estratégia que ajuda a curar a candidíase mais rápido é investir em alimentos como a salsinha e o limão que pode ser usado para temperar a salada ou expremido num pouco de água, sem adoçar.                                                
Os sintomas da candidíase no homem estão relacionados com a infecção do pênis e incluem:

• Dor ou ardência durante o contato íntimo;
• Coceira;
• Vermelhidão, inchaço ou placas esbranquiçadas na glande;
• Corrimento parecido com o sêmen.

É comum que a candidíase reapareça, e para prevenir a recorrência dessa doença deve-se:

•. Fazer uma dieta adequada, rica em água, frutas e legumes para fortalecer o sistema imunológico;
•. Evitar usar roupas quentes, apertadas ou molhadas;
•. Higienizar corretamente a região peniana;
•. Usar preservativo em relações íntimas.
Fortalecer o sistema imune também é uma excelente forma de prevenir a proliferação da cândida albicans, por isso deve-se comer menos açúcar, praticar exercícios e ter uma alimentação saudável de forma constante.
Prevenção

A maioria dos casos de candidíase, incluindo a vaginal, pode ser evitada mantendo a pele limpa e seca, utilizando antibióticos apenas com orientação médica, e seguindo um estilo de vida saudável, incluindo alimentação adequada. Pessoas com diabetes devem tentar manter o açúcar no sangue sob controle. Se você tem HIV ou outra doença que favoreça episódios recorrentes de candidíase, o uso contínuo de drogas antifúngicas pode ajudar a minimizar crises.
Fazer a higiene íntima regularmente, preferir roupas com tecidos de algodão e evitar peças justas, além de evitar o uso contínuo de absorventes internos também ajudam a evitar a candidíase vaginal. Usar camisinha em todas as relações sexuais também evita que você seja infectado.

Pesquisas sobre a candidíase

A Candidíase vulvo vagina (CVV) é um dos diagnósticos mais freqüentes em ginecologia, sendo o tipo mais comum de vaginite aguda nos países tropicais; nos EUA ocupa o segundo lugar, precedido apenas pela vaginose bacteriana. A incidência de CVV varia, indo de aproximadamente 25% na população feminina em geral2 a 42% entre mulheres adolescentes. Em um estudo comparativo, foi observada uma incidência de 35,5% para as mulheres sintomáticas e de 15% para as assintomáticas de um grupo controle. Estudos apontam que 20 a 25% das mulheres adultas apresentam colonização assintomática e 75% delas, em algum momento, apresentam algum episódio de infecção clínica em suas vidas
Numerosos estudos indicam que C. albicans é mais freqüente do que as espécies de não C. albicans, respondendo por 80 a 90% dos casos. Entretanto, nos últimos anos, tem-se observado um aumento na freqüência das espécies de não C. albicans, principalmente C. glabrata, C. tropicalis e C. guillermondi, indicando uma tendência de mudança na etiologia da candidíase, após décadas de predomínio de C. albicans. Outras espécies, como P. wickerhamii, C. kefyr, C. krusei, Rhodutorula sp e C. lusitaneae têm sido apontadas como emergentes em estudos mais recentes. Todavia, parece haver grandes diferenças quanto às espécies de leveduras vaginais isoladas, conforme a localização geográfica ca, sugerindo que esta variação deva ser considerada entre os fatores epidemiológicos.
No Brasil, os dados epidemiológicos são bem mais escassos. Estudo transversal realizado em 1996, incluindo 72 mulheres não grávidas que procuraram o Serviço de Planejamento Familiar do Hospital das Clínicas da Univesidade Federal de Minas Gerais, observou a prevalência de candidíase vulvovaginal de 25%, confirmado por cultura. Outro estudo transversal realizado em 1998-1999, que avaliou 205 mulheres atendidas no ambulatório de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade do Espírito Santo, demonstrou prevalência de 25% de candidíase vulvovaginal entre as assintomáticas e de 60% entre as que apresentavam sintomas de vulvovaginite .
A habilidade de transição morfológica de C. albicans tem sido sugerida como importante fator de virulência. As hifas têm maior capacidade de aderir e penetrar nas células epiteliais humanas do que os blastoconídios. Mutantes incapazes de produzir hifas perdem a virulência de seus parentais. Essas transições representam uma resposta do fungo a alterações nas condi- ções ambientais e possibilitam a sua adaptação a diferentes nichos biológicos, e a conseqüente disseminação fúngica nas células humanas. Essas evidências reforçam a idéia de que a habilidade de formar hifas representa importante fun- ção na patogênese de C. albicans. Porém, poucos estudos têm sido realizados objetivando verificar se há relação entre a capacidade de formar tubos germinativos e a virulência de C. albicans em CVV, especialmente em relação à CVVR. Mostraram recentemente a associação entre sinais clínicos de CVV e a produção de tubos germinativos pela levedura.
O estudo da variabilidade genotípica tem sido possível graças aos recentes avanços em biologia molecular. Através da análise do DNA genômico, Candida sp. podem ser classificadas no nível de subespécies, sendo esses dados muito utilizados em investigações epidemiológicas. Entre os sistemas de tipagem molecular utilizados para discriminar isolados de C. albicans, pode-se destacar o polimorfismo de fragmentos de DNA obtidos com enzimas de restrição. Vários estudos genéticos têm determinado que, na maioria dos casos de CVVR, um único isolado tem sido responsável pelos episódios sintomáticos seqüenciais. Porém, a levedura causal pode ser substituída algumas vezes. Apesar disso, estudos de virulência de C. albicans com alta similaridade genética em episódios seqüenciais de CVVR não têm sido realizados.

Bibliografia.
















 Pubicado por Antraz

Caroline Lambet, Karine Abuquerque, Lucas da Nova e  Monicke Azevedo. 
 BM 161 2017.2

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