sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Estudo do metabolismo do ferro em Angiostrongylus costaricensis (Nematoda: Metastrongylidae)

Ivelyne Nascimento Correia¹, Kyane Guerra Roque de Araújo¹, Thatiane Cristina Barros², Ester Maria Mota²
1- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro; 2- Laboratório de Patologia – IOC/FIOCRUZ - RJ

           Introdução

        O Angiostrongylus costaricensis é um nematoide parasita que pertence à família Metastrongylidae e habita os ramos da artéria mesentérica da região ileocecal de roedores. Apesar de, inicialmente, ter maior incidência na Costa Rica, atualmente o A. costaricensis está amplamente distribuído nas Américas, onde no Brasil a maioria dos casos ocorre nos estados do Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
      Os hospedeiros naturais do A. costaricensis são moluscos terrestres e de água doce, onde os principais são o vetronicelídeo (conhecido como lesma) e Biomphalaria glabrata, e roedores, sendo o Sigmodon hispidus (Rodentia: Cricetidae) o mais importante. No ciclo biológico do parasita, os moluscos são hospedeiros intermediários e os roedores são hospedeiros definitivos.
      No interior das artérias de roedores, a fêmea adulta do A. costaricensis faz a ovipostura no ramo superior da artéria mesentérica do roedor. Os ovos, levados pela corrente sanguínea até a parede intestinal, eclodem, tornando-se larvas de primeiro estáidio ou L1. Estas larvas atravessam a parede intestinal e são eliminadas junto com as fezes.
      As larvas contidas nas fezes infectam os moluscos por via percutânea ou oral. Após a infecção, as larvas se alimentam,  crescem, passando por duas mudas: estádio L2 e, posteriormente, L3. Estas podem eventualmente ser eliminadas junto com a mucosidade dos moluscos.
      Folhas contaminadas pela mucosidade do moluscos ou a ingestão dos próprios moluscos são as formas de infecções nos roedores. No estômago do roedor, por ação do suco gástrico, as L3 perdem a parte superficial de seu revestimento e tornam-se mais ativas. A penetração pode ocorrer a partir da mucosa gástrica, mas preferencialmente do duodeno. A maioria das L3 invade linfáticos da mucosa intestinal e alcança a circulação sistêmica, onde desenvolve-se em vermes adultos. Poucas L3 podem, após a penetração intestinal, invadir capilares venosos e amadurecerem em vasos venosos intra-hepáticos.
      Assim como os roedores, humanos tornam-se infectados quando ingerem frutas e verduras contaminadas com L3. Porém, em humanos a taxa de eclosão dos ovos diminui consideravelmente. A larvogênese é eventual. Por esta última característica, os humanos são considerados hospedeiros acidentais.
      A não eliminação de L1 nas fezes de humanos dificulta o diagnóstico. O acúmulo dos ovos na parede intestinal leva a um processo inflamatório agudo intestinal, que aumenta a espessura da parede intestinal. Este processo pode ser detectado como uma massa palpável na fossa ilíaca direita. Por isso, os pacientes sentem dores abdominais e febre. Este quadro é acompanhado do aumento de leucócitos (principalmente eosinófilos). A doença causada pelo A. costaricensis em humanos é denominada Angiostrongilose abdominal.
      Muitas vezes, a presença da massa dolorosa palpável associada à falta de conhecimento da doença, leva a um diagnóstico inicial de tumor ou apendicite aguda. Nesses casos, o médico só descobre a real causa da doença após a cirurgia, no exame histopatológico do material ressecado.
      Não há tratamento específico para a angiostrongilíase abdominal. Anti-helmínticos convencionais agravam o caso, visto que causam a migração errática dos vermes para outros órgãos e podem desencadear tromboses. Apenas casos agudos são levados à cirurgia, enquanto casos pouco sintomáticos precisam ser avaliados singularmente pelo médico.
      Pouco se conhece sobre o metabolismo do A. costaricensis. Em lesões intestinais causadas pelo parasitismo deste metastrongilídeo, observou-se a presença de composto férrico fagocitado por macrófagos do infiltrado inflamatório.
      O ferro é essencial devido à sua presença em proteínas envolvidas em processos metabólicos fundamentais, como a síntese de DNA, respiração mitocondrial e transporte de oxigênio. Sendo o A. costaricensis um verme intravascular, tem o sangue como fonte alimentar. O mapeamento do conteúdo férrico em vermes adultos constitui o primeiro passo na investigação do papel deste elemento no metabolismo deste helminto.


             Objetivo

      O objetivo deste trabalho consiste em investigar o papel do ferro na fase adulta do A. costaricensis, identificando a localização deste elemento em cortes histológicos.

              Metodologia

            Ressecou-se a artéria mesentérica superior de um Sigmodon hispidus para retirar larvas de A. costaricensis. Este processo teve início na sedação do Sigmodon hispidus, que se seguiu da abertura abdominal do animal com uma tesoura e, posteriormente, da retirada das larvas com o auxílio de uma pinça.
            As larvas coletadas foram colocadas em uma placa de Petri, onde foram separadas em machos e fêmeas. Posteriormente, com o auxílio de uma lupa, observou-se as estruturas das larvas para verificar se a separação feita anteriormente encontrava-se correta.
            Depois, as larvas foram transferidas para dois frascos de vidro (o primeiro somente com machos e o segundo contendo apenas fêmeas) visando manter-se a distinção feita. Adicionou-se Milloning aos frascos para iniciar o processamento histológico.
            Assim, após o período destinado à fixação do material, trocou-se o Milloning por banhos de álcool, com o auxílio de uma pipeta de Pauster. O primeiro banho foi realizado com álcool 70%, que após 30 minutos, foi trocado por um álcool de concentração 80%, também deixado por 30 minutos. Desse modo, trocou-se os álcoois por concentrações maiores (85%, 90%, 95%), gradativamente, até chegar aos álcoois absolutos I, II e III, onde todos os banhos duraram 30 minutos.
            Posteriormente, os álcoois foram trocados por banhos de butanol, também em concentrações crescentes, durante minutos. Em seguida, foram realizados banhos de xilol para permitir a impregnação. Nesta, os frascos foram preenchidos com parafina, de modo que todos os vermes estivessem cobertos, e foram deixados na estufa a 60ºC.
            A etapa posterior foi a inclusão, onde os vermes foram transferidas para uma forma de inclusão, que foi preenchida com parafina líquida e tampada com um cassete. Esta forma foi colocada sobre uma placa fria para que endurecesse e formasse o bloco.
            Após a formação do bloco, este foi cortado por um micrótomo em tiras de 5µm. Para isso, utilizou-se um cubo de gelo para resfriar o bloco, quando este começava a apresentar temperatura ambiente. Em seguida, os cortes feitos foram transferidos por uma pinça para uma vasilha com água em temperatura ambiente, onde foram pescados com lâminas albuminizadas e devidamente identificadas por um marcador de vidro. A lâmina com o corte aderido em sua superfície passou ainda por um banho maria e/ou por uma placa quente. Isso para que o corte ficasse reto e sem dobras. Após todos os cortes desejados serem feitos, as lâminas que os continham ficaram novamente em uma estufa a 60ºC, para aguardar a coloração.
            Duas colorações foram realizadas neste projeto: Hematoxilina e Eosina (HE) e Azul da Prússia ou Coloração de Perls. A segunda visava indicar a presença de ferro no organismo do verme, por meio da cor azul.
            Para realizar ambas as colorações, colocou-se as lâminas em cubetas de vidro, que foram preenchidas por xilol I, II e III, onde cada um permaneceu por 3 minutos. Cada xilol foi devolvido ao frasco de origem por um funil e visavam desparafinar o corte.
            Em seguida, preencheu-se a cubeta com álcool, que assim como o xilol, permaneceu por 3 minutos e foi trocado por álcoois com concentrações crescentes. Estes também foram devolvidos para os frascos de origem por um funil e visavam hidratar os cortes.
            Posteriormente, adicionou-se água destilada por 3 minutos para finalizar a hidratação. Assim, permitiu-se que os cortes fossem corados pelos corantes mencionados.
            Primeiramente realizou-se a coloração de Hematoxilina e Eosina, onde após a etapa acima, preencheu-se a cubeta com Hematoxilina de Mayer por 20 minutos. Em seguida, lavou-se as lâminas dentro da cubeta em água corrente por 25 minutos, para retirar o excesso de corante. Depois, iniciou-se a desidratação pelo álcool 70% durante 3 minutos, que foram sucedidos pela adição de Eosina-Floxina por 30 segundos, pois esta encontrava-se nova.
            Em seguida, lavou-se rapidamente a cubeta com álcool 95% e desidratou-se com 3 banhos de álcool absoluto por 3 minutos cada. Estes foram sucedidos por banhos de 3 minutos de xilol para fazer a clarificação. Por fim, montou-se a lâmina adicionando goma de Damar na mesma e colocou-se uma lâmina, adequada ao tamanho do corte, sobre a goma, de modo a não formar bolhas de ar.
            Após a coloração de HE, realizou a coloração de Perls com as demais lâminas. Para isso, após o fim da hidratação, adicionou-se a solução estoque de Ferrocianeto 5% à cubeta com as lâminas, deixando a mesma por 5 minutos. Em seguida, trocou-se a solução estoque pela solução de uso (feita no momento de adição, onde há 30 ml de ácido clorídrico e 70 ml de Ferrocianeto 5%), que ficou na cubeta por 20 minutos. Esta foi descartada corretamente após o uso.
            Posteriormente, lavou-se as lâminas 2 vezes com água destilada, por 3 minutos cada. Depois, adicionou-se o vermelho rápido nuclear por 5 minutos e devolveu-se a solução para o frasco de origem. Em seguida, lavou-se em água destilada e fez-se as etapas de desidratação, clarificação e montagem da lâmina de modo análogo ao descrito anteriormente para a coloração de HE.       
               
Observação: Todos os procedimentos foram realizados com os EPIs necessários.

       Resultados

            A coloração feita por Hematoxilina e Eosina apresentou bolhas de ar após a montagem da lâmina, por isso não foi possível capturar sua imagem. No entanto, as imagens capturadas das lâminas coradas por Perls encontram-se a seguir.

Figura 1: Nos helmintos machos, a presença de compostos férricos, evidenciada pela coloração de  Pearls, foi positiva ao longo do intestino.

Figura 2: Na extremidade final dos helmintos machos, a presença de compostos férricos, evidenciada pela coloração de Pearls, foi negativa na região da bolsa e espículos.

 Discussão e Conclusão

      Neste trabalho, ainda em fase preliminar, evidenciou-se a presença de composto férrico, oriundo da ingestão de hemoglobina, no intestino de machos adultos de A. costaricensis. Outras regiões do corpo foram negativas à coloração de Perls. Em Schistosoma mansoni, o intestino é a região de digestão da hemoglobina e cristalização do heme em hemozoína, o qual é regurgitado para a circulação. Ainda é desconhecida a natureza de transportadores de ferro nas células intestinais do A. costaricensisImunomarcação para ferritina, ferroportina e receptor de transferrina em cortes congelados de A. costaricensis estão programadas neste estudo e poderão dar pistas sobre o metabolismo do ferro neste modelo. O material ainda está em processamento. Novas amostras de helmintos estão sendo coletadas para coloração de cortes histológicos, cortes congelados e helmintos inteiros.



      

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

INFLUÊNCIA DA EXCREÇÃO DE UM COMPOSTO FÉRRICO NA PATOLOGIA INTESTINAL CAUSADA PELO NEMATÓIDE INTRAVASCULAR Angiostrongylus costaricensis (Nematoda: Metastrongylidae)
Kyane Guerra Roque de Araújo¹*, Ivelyne Nascimento Correia¹*, Thatiane Cristina Barros da Silva² e Ester Maria Mota².
¹IFRJ – Campus Maracanã
², Laboratório de Patologia do Instituto Oswaldo Cruz/FIOCRUZ- RJ
*Programa Jovens Talentos- FAPERJ

Introdução
A Angiostrongilíase Abdominal é uma doença inflamatória causada pelo verme Angiostrongylus costaricensis em humanos. O homem adquire essa parasitose pela ingestão de L3 presente em vegetais e frutas mal lavados ou mal cozidos. A transmissão ao homem é favorecida pela domiciliação não só dos moluscos terrestres que são os hospedeiros intermediários, mas também dos hospedeiros definitivos, sendo o rato algodoeiro o mais importante. As manifestações clínicas em humanos são febre, anorexia, náuseas, vômito, dor abdominal e eosinofilia sanguínea. A presença de massa palpável na fossa ilíaca direita pode levar os médicos a confundirem com um tumor maligno. Quando há lesões hepáticas, o paciente apresenta dor no quadrante superior direito, sendo a apalpação do fígado dolorosa e geralmente associada a hepatomegalia. A abordagem cirúrgica é indicada para pacientes com abdome agudo, a fim de resolver os danos intestinais relacionados à isquemia. Uma vez que o diagnóstico é estabelecido, o paciente deve ser orientado em relação ao prognóstico imprevisível relacionado com esta doença. O diagnóstico é confirmado pela identificação de ovos, larvas ou vermes adultos de A. costaricensis em espécimes cirúrgicos. Na ausência de elementos parasitários, a doença pode ser diagnosticada com base em três achados histopatológicos fundamentais: a) uma infiltração maciça de eosinófilos em todas as camadas da parede intestinal; b) reação granulomatosa e;  c) vasculite eosinofílica que afeta artérias, veias, linfáticos e capilares. Não existe tratamento específico para a angiostrongilíase abdominal, pois o uso de anti-helmínticos pode agravar a resposta inflamatória, seja: 1) pela circulação de antígenos liberados de parasitas mortos, ou 2) provocada por migração de vermes para outros sítios, como por exemplo, artérias do cordão espermático, produzindo oclusão vascular e necrose testicular, semelhante à observada na torção desse órgão. Diante do exposto, evidencia-se a importância de melhor compreensão desta patologia. Pouco se conhece sobre o metabolismo do A. costaricensis, bem como a influência de seus restos metabólicos na patogenia. Este helminto alimenta-se de sangue e sendo o ferro um dos elementos mais abundantes deste nutriente, resolvemos neste estudo investigar o papel do composto férrico excretado a partir da digestão da hemoglobina.

Objetivo
O objetivo desse estudo foi identificar a presença de composto de férrico excretado por vermes adultos em lesões intestinais de Sigmodon hispidus infectados experimentalmente por A. costaricensis.


Metodologia
Foram usados blocos parafinizados já preparados com fragmentos do de S. hispidus com 90dpi, que foram levados ao micrótomo onde foram feitos cortes de 5µm e preparadas as lâminas, que haviam sido anteriormente confeccionadas com ovoalbumina, e levadas à estufa em 40ºC onde ficaram por 24 horas para que o corte pudesse se aderir à lâmina. Feito isso, as lâminas foram coradas por dois métodos: Hematoxilina e Eosina de Mayer e Método de Pearls.
No método de Hematoxilina e Eosina foi feito a desparafinização e hidratação das lâminas até a água destilada, onde a mesma foi descartada na pia, corou-se com Hematoxilina de Mayer durante 20 minutos, lavou-se em água corrente durante 25 minutos colocando-se a cuba contendo as lâminas num béquer grande para realizar esse procedimento. Começou-se a desidratação com álcool 70% durante 3 minutos e corou-se com Eosina-Floxina durante 40 segundos e lavou-se em seguinte rapidamente com álcool 95%, depois desidratou-se em 3 banhos de álcool absoluto 3 minutos cada, seguidamente, clarificou-se em 3 banhos de xilol durante 3 minutos cada, e por fim, montou-se as lâminas com lamínulas e goma de damar.
Já no método de Pearls, os cortes foram desparafinizados e hidratados e depois colocadas as lâminas na solução estoque de Ferrocianeto de potássio 5% durante 5 minutos, feito isso, colocou-se as lâminas na solução de uso de Ferrocianeto de potássio por 20 minutos que depois de usada foi descartada. Fez-se a lavagem das lâminas em água destilada por 3 minutos 2 vezes e corou-se com vermelho rápido nuclear por 5 minutos, lavando em seguida com água destilada. Por fim, desidratou-se, clarificou-se e montou as lâminas com goma de damar e lamínulas.
Após preparo das lâminas as mesmas foram levadas para um microscópio para obter os resultados e realizar uma análise a partir dos mesmos.
Resultados
O S. hispidus com 90 dias de infecção por A. costaricensis exibiram ovos em diferentes estágios embrionários e L1 em todas as camadas da parede intestinal, sobretudo no ceco (Figuras 1 a 3). Estas formas parasitárias estavam envolvidas por granulomas compostos por macrófagos e eosinófilos (Figura 1). Macrófagos que participavam da lesão granulomatosa e do infiltrado da parede intestinal estavam positivos à coloração de Perls (Figuras 2 a 5). Ovos e larvas não estavam positivos ao Perls (Figuras 2 e 3). Apesar da presença do infiltrado inflamatório, estas formas parasitárias estavam íntegras sem evidência de destruição pela ação das células inflamatórias (Figuras 1 a 3).

Figura 1: Ovos e larvas envolvidos por reação granulomatosa na submucosa intestinal de S. hispidus com 90dpi por A. costaricensis. HE.
           


Figuras 2 e 3: Macrófagos do infiltrado granulomatoso carreando composto férrico (azul) circundando ovos e L1 na submucosa cecal de S. hispidus infectados por A. costaricensis. Coloração de Perls.

















               


Figuras 4 e 5: Aspecto do infiltrado inflamatório da parede intestinal exibindo macrófagos contendo composto férrico (azul). Coloração de Perls.

Discussão e Conclusão
Este trabalho, ainda inicial, mostra que macrófagos na lesão da angiostrongilíase abdominal fagocitam um composto férrico. O ferro é um elemento traço presente em proteínas envolvidas em importantes processos metabólicos. A regulação do conteúdo celular de ferro é essencial para a vida dos organismos, uma vez que em excesso torna-se extremamente tóxico. O trematódio hematófago Schistosoma mansoni cristaliza o heme oriundo da digestão de hemoglobina em um composto não tóxico que é regurgitado na circulação: a hemozoína. Estudos demonstraram o papel imunomodulatório da hemozoína na ativação de macrófagos na esquistossomose. A confirmação da natureza deste composto evidenciado em nosso estudo será essencial para verificar sua influência na patogenia causada pelo A. costaricensis.


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Interferon Gama and Tuberculosis!!! Video G2 por ERROR 404

Este é o vídeo do G2 do grupo ERROR 404 da BM151 que foi enviado por Whatsapp,




Grupo
Beatriz Aguiar
Thaisa Ramos
Matheus Rebello
Rafael Chahoud
Wesley Ferraz

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Penicillium solitum: a mesophilic, psychrotolerant fungus present in marine sediments from Antarctica

Link do vídeo explicativo sobre o artigo "Penicillium solitum: a mesophilic, psychrotolerant fungus present in marine sediments from Antarctica" feito pelo grupo Targaryen como trabalho do G2.
https://youtu.be/fIASzC0Iw9w

Os Microbiotas - Onicomicoses

Logo a seguir, segue o segundo vídeo explicativo e autodidático para leigos. A temática trata-se de uma pesquisa utilizando compostos orgânicos derivados de aminoácidos para observar a atividade fúngica contra a doença onicomicose.

VIDEO SOBRE O ARTIGO- G2

Bom dia! Deixo abaixo o link para o video sobre o artigo selecionado para o G2.
ass.: Gabriel Cordeiro


https://www.youtube.com/watch?v=Z9R1al78PV4

quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Linfograma Venéreo

Agente etiológico
Linfograma venéreo é causado por uma bactéria gram-negativa e imóvel, a Chlamydia trachomatis. A Chlamydia trachomatis é uma bactéria não usualmente corada pelo GRAM, mas determinada como gram negativa por conta de seu peptídeoglicano fino.  Pertence à ordem Chlamydiales e ao gênero Chlamydia, único constituinte da família Chlamydiaceae.
Existem dois sorogrupos diferentes para esta bactéria:
Sorogrupo A: os agentes pertencentes a esse sorogrupo são iodo- positivos e incluem causadores de tracoma, conjuntivite de inclusão, LVG e várias uretrites não gonocócicas. Este sorogrupo ainda pode ser dividido em vários sorotipos (A, B, C, D, E, F, G, H, I, L1, L2, L3);
Sorogrupo B: os agentes pertencentes a esse sorogrupo são iodo-negativos e incluem agentes causadores da psitacose e ornitose, e várias infecções em animais.
Essas bactérias são parasitas intracelulares obrigatórios e dependem do metabolismo da célula hospedeira para obtenção de energia já que não possuem enzimas necessárias para a síntese se ATP e NADH.

Causas
O LGV é causada por um dos 3 tipos diferentes (serotipos) da bactéria Chlamydia trachomatis . Essas bactérias são espalhadas por contato sexual. A infecção não é causada pela mesma bactéria que causa clamídia genital. Esta doença é mais comumente encontrada na América Central e do Sul do que na América do Norte e mais nos homens do que nas mulheres. O principal fator de risco é o HIV positivo.

Tratamento
O tratamento para o linfogranuloma venéreo pode ser feito com o uso de antibióticos, de acordo com a orientação médica. Quando o diagnóstico é prévio o tratamento é mais rápido e efetivo. Desta forma, é extremamente aconselhável que se realize visitas periódicas a um médico para o devido monitoramento do organismo e para a prevenção de futuras complicações.
Os medicamentos utilizados podem ser:
  • Doxiciclina 100 mg, 2 vezes ao dia por 14 a 21 dias
  • Eritromicina 500 mg, 4 vezes ao dia durante 21 dias
  • Sulfametoxaxol/trimetroprim  por 21 dias
  • Azitromicina  1g, semanalmente durante 1 a 3 semanas
Azitromicina apresenta eficácia provável, mas não foi completamente avaliada, assim como a claritromicina. É valido ressaltar que ao fim do tratamento o indivíduo deve fazer exames regulares para se certificar de que realmente está curado, em casos mais graves da doença costuma ser necessária a retirada do bubão, e é importante que os parceiros do indivíduo infectado também sejam examinados e tratados. Uma boa alimentação também é indicada no combate à doença, pois ajuda o corpo a se recuperar e o mantem mais forte e protegido.

Transmissão
O linfogranuloma venéreo é transmitido através de contato direto com lesões, ulcerações e outras áreas onde as bactérias estão localizadas durante penetração sexual (vaginal, oral ou anal) e pode ocorrer via contato de pele. A probabilidade de infecção por linfogranuloma venéreo depois de uma exposição é desconhecida, mas é considerada menos infecciosa que outras doenças sexualmente transmissíveis. Uma pessoa que teve contato com parceiro com linfogranuloma venéreo deve ser examinada e fazer testes para infecção clamidial cervical ou uretral e tratada.

Prevenção
A forma mais segura de evitar contrair linfogranuloma venéreo é o relacionamento monogâmico com um parceiro que sabe não estar infectado, ou a higienização dos órgãos sexuais após o coito. Preservativos masculinos e femininos, quando usados corretamente e consistentemente, podem reduzir o risco de contrair linfogranuloma venéreo. Porém, ulcerações podem ocorrer em áreas não cobertas pelo preservativo. Ter sido tratado para linfogranuloma venéreo não previne que a pessoa seja infectada novamente.
Deve-se orientar a população dos riscos de cada doença sexualmente transmissível.

Tipos
Linfogranuloma venéreo é provocado pelos sorotipos L1, L2 e L3 de Chlamydia trachomatis, diferentes daqueles que causam tracoma, conjuntivites de inclusão, uretrite e cervicite. Essas cepas de LGV invadem e se reproduzem em linfonodos regionais, mas também podem provocar infecções de mucosa.

Sintomas
Os primeiros sintomas aparecem de 7 a 30 dias após a exposição à bactéria. Primeiro, surge uma ferida ou caroço muito pequeno na pele dos locais que estiveram em contato com essa bactéria (pênis, vagina, boca, colo do útero e ânus) que dura, em média, de três a cinco dias. Essa lesão, além de passageira, não é facilmente identificada. Entre duas a seis semanas após a ferida, surge um inchaço doloroso dos gânglios da virilha. Se esse inchaço não for tratado rápido, pode piorar e formar feridas com saída de secreção purulenta, além de deformidade local. Podem haver, também, sintomas gerais como dor nas articulações, febre e mal estar. Se continuar com a ausência de tratamento, aparece a elefantíase (acúmulo de linfa no pênis, escroto e vulva).

Diagnósticos
Há a suspeita da presença de linfogranuloma venéreo quando notado os sintomas característicos.
O diagnóstico pode ser confirmado através de uma análise do sangue que identifique os anticorpos contra a Chlamydia trachomatis.
 
Vídeo





Blibliografia:
WIKIPÉDIA. Chlamydia trachomatis. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/chlamydia_trachomatis . Acesso em: 06 dez. 2017.
SAÚDEMEDICINA.COM. Linfogranuloma venéreo (dst). Disponível em: https://www.saudemedicina.com/linfogranuloma-venereo-dst/ . Acesso em: 06 dez. 2017.
COPACABANA RUNNERS. Linfogranuloma venéreo - o que é, sintomas, tratamento. Disponível em: https://www.copacabanarunners.net/linfogranuloma.html . Acesso em: 06 dez. 2017.
EBAH. Linfogranuloma venéreo. Disponível em: http://www.ebah.com.br/content/abaaabbp8aa/linfogranuloma-venereo . Acesso em: 06 dez. 2017.



quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Granuloma Inguinal para leigos

Granuloma inguinal, também conhecido como donovanose, é uma doença sexualmente transmissível, mas que pode apresentar outros mecanismos de transmissão desconhecidos, pois existem casos de crianças que apresentam a doença.Seu agente etiológico é uma bactéria gram negativa encapsulada, a Calymmatobacterium granulomatis. Ela ocasiona um quadro patológico que se caracteriza pelo aparecimento de grânulos, caroços e, posteriormente, úlceras. Também pode haver o surgimento de feridas em órgão internos, o desenvolvimento de tumores e elefantíase nos órgãos genitais. A doença apresenta evolução crônica (gradativa) e as feridas são indolores, com aspecto fortemente avermelhado nas regiões genital, perianal e inguinal. Sendo assim, o granuloma inguinal é principalmente caracterizado por apresentar um, ou mais, nódulo indolor, vermelho, que cresce vagarosamente e que, após um tempo, pode se romper e gerar a formação de ulceras.


Região genital de mulher que apresenta
Garnuloma Inguinal
Essa DST (Doença Sexualmente Transmissível) muitas vezes é transmitida inconscientemente, uma vez que os seus sintomas podem demorar até 12 semanas para aparecer, fazendo com que o portador acredite estar saudável e tenha relações sexuais desprotegidas. Inicialmente, é formado um nódulo vermelho e indolor que cresce lentamente até formar uma proeminência elevada e redonda, que pode acometer o pênis, a bolsa escrotal, a região inguinal e as coxas, nos homens, e a vulva, a vagina e as áreas cutâneas circunjacentes nas mulheres. Além disso, o ânus, as nádegas e a face podem ser infectados tanto em homem quanto em mulheres. Uma vez que os nódulos cobrem os órgãos genitais, ele ainda pode ser infectado por outros microrganismos, dificultando o tratamento e colocando a saúde do paciente em um risco maior.



Região genital masculina infectada pela Calymmatobacterium granulomatis


  O diagnóstico pode ser feito visualmente por um médico, ao observar nódulos avermelhados e brilhantes na região genital.Ele também pode ser comprovado, e mais preciso, através de uma análise laboratorial, que consiste na visualização de corpúsculos de Donovan, em casos que o paciente realmente esteja infectado, através da microscopia da amostra do líquido raspado da úlcera.

Observação de corpúsculos de Donovam através da microscopia óptica


  Caso o granuloma não seja tratado, a infecção pode se tornar sistêmica e ao se espalhar por todo o corpo, comprometer o funcionamento de outros órgaos, como por exemplo, o fígado, e causar uma intensa perda de peso, febre e anemia. Nesse caso, o tratamento é ainda mais difícil, e as consequências, mais prejudiciais. Todavia, o granuloma pode ser tratado e não se tornar uma infecção sistêmica. Esse tratamento pode ser feito com antibióticos, dentre os quais, os mais utilizados são a estreptomicina, a tetraciclina, a eritromicina, o cloranfenicol e o sulfametoxazoltrimetoprim. Em grávidas, devem ser tratadas com Estearato de Eritromicina. O paciente deve seguir sendo acompanhado por um médico durante meses para garantir que o tratamento foi eficiente.

Diferentes situações da doença em órgãos genitais

Ainda que não sejam feitos muitos registros de pacientes que apresentem a doença, ela já foi registrada principalmente no norte da Austrália, sul da África, e regiões do Brasil e da Índia.Raros são os casos em países desenvolvidos.  É mais comum que a doença acometa moradores de áreas com climas tropical e subtropical.

Por ser uma DST, a sua prevenção pode ser feita com o uso correto de preservativos. Concomitantemente,a conscientização popular, através de métodos educacionais que reflitam em tal comportamento preventivo da sexualidade, também pode auxiliar o uso de preservativos e, consequentemente, a prevenção da doença, com eficácia.

Preservativos masculinos e femininos


Bibliografia:

Grupo 4:
Ana Cecília,
Ariel Fontes,
Gabriela Calafate,
Tácio Monteiro.