Testes Bioquímicos
Resultados
Nesta atividade experimental foram utilizados oito diferentes meios de cultura para a realização de testes bioquímicos. Mediante a análise das características desses meios, foi possível averiguar qual espécie de bactéria foi manuseada pelo grupo.
Meio ureia
Apresentou resultado negativo uma vez que a coloração observada do tubo de ensaio foi amarela; portanto, certifica-se que não há a presença da urease no meio. Tal meio de cultura pode apresentar as seguintes colorações de acordo com o resultado dos testes:
Rosa fúcsia: Positivo (presença de urease)
Amarelo: Negativo (ausência de urease)
Meio Ágar LIA
Demostrou resultado positivo à proporção que a coloração roxa foi observada; tal fato atesta a descarboxilação da lisina no meio de cultura. As colorações possíveis para este teste bioquímico em concordância com os processos realizados são:
Amarelo: Fermentação da glicose
Preto: Produção de H2S
Roxa: Descarboxilação da lisina
Meio Ágar TSI
Este meio é utilizado para a diferenciação de microrganismos gram-negativos a partir da fermentação e produção de gás dos carboidratos. Ao realizar este teste no laboratório, foi obtido resultados negativos uma vez que não se pode observar nenhuma mudança que caracteriza as seguintes informações:
Cor amarela: glicose
Cor amarela na parte superior: sacarose ou lactose
Cor preta: H2S
Meio SIM
Este meio é responsável por certificar a produção de H2S, a motilidade e a degradação de triptofano produzindo, consequentemente, indol. Através dos três resultados- coloração preta, anel de cor amarela na superfície do meio e as bactérias espalhadas pelo meio de cultura - obtidos separadamente, isto é, cada um em um dos três tubos de ensaio diferentes contendo o meio SIM, foi possível constatar, respectivamente, a produção de H2S, a presença de motilidade e a ausência de indol. Os possíveis resultados para este teste bioquímico são:
Coloração Preta: Produção de H2S
Anel vermelho na superfície do meio: Indol positivo
Anel amarelo na superfície do meio: Indol negativo
Bactérias espalhadas pelo meio de cultura: Motilidade
Meio Citrato
O resultado obtido foi positivo à medida que a coloração observada foi azul; sendo assim, certifica-se sobre a utilização do citrato presente no meio. As possíveis colorações e, consequentemente, resultados para esse teste são:
Verde: Negativo (não há utilização de citrato)
Azul: Positivo (utiliza-se citrato)
Meio VM
Através deste teste é possível determinar a capacidade do microrganismo de oxidar a glicose com produção e estabilização de altas concentrações de produtos finais ácido. Na atividade experimental, foi observada a coloração amarela, que demonstra resultado negativo para a fermentação de glicose e produção de ácidos fortes. Tal meio de cultura pode apresentar as seguintes colorações de acordo com o resultado dos testes:
Vermelho: Positivo
Amarelo: Negativo
Meio SAC
Ao realizar este teste na atividade experimental, pode-se observar que a obtenção da fermentação/ oxidação da sacarose por meio de mudanças em sua coloração.
Meio LAC
Através deste teste se pode constatar que não houve a oxidação ou fermentação da lactose, uma vez que não foi observado mudanças que identificam a ocorrência de tais eventos.
Finalmente, através da análise de todos os tubos de ensaio e a verificação das características de cada espécie de bactéria, determinada em uma tabela específica presente no laboratório de microbiologia, foi possível constatar que a bactéria manuseada era a Serratia marcescens.
quinta-feira, 28 de junho de 2018
sábado, 9 de junho de 2018
Trabalho da Escravidão Grupo 4
GRUPO 4: Caio Fernandes, Gabriela Martins, Sarah Fariña Alheiros e Vinícius Carvalho.
Turma: BM151
Professor: Leonardo Costa
Data: 07/06/2018
Foi em 1500 que dez caravelas e três naus, comandadas por Cabral, aportaram no território brasileiro, trazendo consigo a cultura europeia para Pindorama. O Brasil era assim chamado pois, em seu vasto território, repleto de matas, cachoeiras e recursos naturais, habitavam aproximadamente quatro milhões de indígenas, de norte a sul. Pindorama, a "terra das palmeiras", hoje Brasil, guarda em sua história um legado de profundas transformações culturais, sociais, políticas e econômicas, marcado pela institucionalização da violência e opressão, consubstancializada, sobretudo, pelas práticas escravagistas.
Pode-se definir escravidão como a prática de subjugação e dominação de um indivíduo ou população para com o(s) Outro(s). Isto é, indivíduos, grupos ou instituições, coercitivamente, assumem direitos de propriedade sobre outrem. Tal prática, de coisificação da figura humana, invariavelmente, fere o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, atualmente direito Constitucional provido pelo Estado brasileiro. Entretanto, este mesmo aparato estatal serviu como subterfúgio para assegurar a perpetuação das práticas escravagistas no Brasil por mais de 300 anos, criando cicatrizes culturais profundas, hoje visíveis na pele das vítimas de racismo, xenofobia, intolerância religiosa, chacinas no campo, etc.
Para além de pensar sob a ótica histórico-cultural-social da escravidão, pode-se buscar compreender, multidisciplinarmente, como a esfera das ciências biológicas interferiu no cenário escravagista, modulando os fatos históricos. De início, cabe ressaltar que há diferenças genéticas significativas entre os povos europeu e ameríndio, fruto de um longo processo evolutivo, junto ao qual as diferenças ambientais contribuem para a formação de diferentes expressões fenotípicas e culturais.
Nesse sentido, o indígena latino americano detém seus próprios princípios ontológicos, cosmológicos, filosóficos e espirituais que reverberam na caracterização de sua cultura material e imaterial que, apesar de multifacetada, é marcada pelo respeito à terra, realização de rituais sagrados e caça e agricultura de subsistência. O homem branco europeu, por sua vez, com a crise do sistema feudal, se permite desbravar o oceano em busca de terras férteis, o que marca o início das Grandes Navegações e, sequencialmente, a expedição para as Índias que aportou no Brasil.
A Colonização Portuguesa em nada estava interessada com a diversidade linguístico-cultural e a sabedoria xamânica. Ouro e riquezas eram as prioridades estabelecidas pela metrópole que, inicialmente, utilizou-se da mão-de-obra dos indígenas, escravizando-os, a fim de que os mesmos trabalhassem na extração de pau-brasil, na lavoura, construções, etc. O ecossistema tropical, porém, em muito se diferenciava do europeu, o que torna a microbiota autóctone desses locais diferentes entre si. Moléstias específicas atingiam os indígenas, que se utilizavam dos conhecimentos farmacobotânicos para obter a cura. Os europeus eram acometidos pela tuberculose (bacilo de Koch), varíola (Orthopoxvirus), cólera (vibrio cholerae), peste (Yersinia pestis), dentre outras doenças, com as quais os indígenas nunca tiveram contato.
Desse modo, os indígenas não possuíam resistência a esses organismos extremamente perigosos, que eram transmitidos com muita facilidade. Como resultado, têm-se um enorme massacre indígena, que dizimou inúmeras tribos e reduziu exponencialmente o número de indínas no território.
Entretanto, o uso coercitivo da mão-de-obra indígena, apesar de lucrativo para a Coroa, não se mostrava estratégico, por diversos motivos. A Coroa pretendia, a partir dos jesuítas, catequizar os indígenas e estabelecer vínculos mais estreitos com as tribos que, salvas pela providência divina da eterna condição animalesca, poderiam ser consideradas civilizadas. Para além, era difícil dominá-los devido à grande noção que tinham do espaço geográfico, o que facilitava fugas. Esse conjunto de circunstâncias deu margem para o início do tráfico negreiro e da escravização do povo negro no século XVI.
Como um dos elementos marcantes concernentes ao tráfico de escravos, pode-se citar as péssimas condições que os negros escravizados eram submetidos durante o transporte para o Brasil. Navio negreiro era o nome pelo qual ficou conhecido o barco que transportavam os negros que eram tratados como qualquer tipo de mercadoria, sendo assim, submetidos em condições desumanas por um longo período de tempo. Os negros eram trancados nos porões dos navios onde o espaço era mínimo, não havia lugares para fazerem suas necessidades, era permitido banho de sol poucas vezes e muitas das vezes não possuem direito a comer e nem beber. Com todos esses fatores, eram poucos os que sobreviviam ao final do transporte, uma vez que existia uma fácil proliferação de microrganismos patogênicos, e, consequentemente, ocasionando inúmeras doenças que eram transmitidas facilmente devido às péssimas condições descritas.
É importante ressaltar que mesmo nos dias atuais a população negra ainda sofre com as consequências da subjugação histórica. O racismo, isto é, a discriminação baseada em diferenças biológicas- em que se considera uma “raça" superior a outra mediante a características, habilidades e qualidades comuns herdadas- resulta em condições desiguais e até mesmo desumanas para com a população negra. Pode-se destacar que no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, os negros têm maiores incidência de doenças relacionadas a microorganismos como, por exemplo, a hanseníase e a tuberculose, causadas, respectivamente, pelas bactérias Mycobacterium leprae e Mycobacterium tuberculosis. Ambas as patologias estão atreladas às péssimas condições de moradia e higiene, o que demonstra que grande parte da população negra sofre atualmente com a desigualdade, discriminação e condições precárias de vida decorrentes da inferiorização sofrida na escravidão e mesmo após a abolição da mesma.
Referências Bibliográficas:
SILVA, Edson. Povos indígenas, violência e educação. In Cadernos da Extensão n. 2, jun../99. Recife: Pró – Reitoria de Extensão da UFPE, 1999.
. Resistência indígena nos 500 anos de Colonização. In, BRANDÃO, Silvana. (Org.). Brasil 500 anos: reflexões. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.
HISTÓRIA DE TUDO. Escravidão no brasil. Disponível em: <http://www.historiadetudo.com/escravidao-no-brasil>. Acesso em: 05 jun. 2018.
HISTÓRIA DO MUNDO. A escravidão no brasil poderia ter sido abolida antes de 1888?. Disponível em: <https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/a-escravidao-no-brasil-poderia-ter-sido-abolida-antes-1888.htm>. Acesso em: 05 jun. 2018.
ONUBR. Negros têm maior incidência de problemas de saúde evitáveis no brasil, alerta onu. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/negros-tem-maior-incidencia-de-problemas-de-saude-evitaveis-no-brasil-alerta-onu/>. Acesso em: 05 jun. 2018.
Turma: BM151
Professor: Leonardo Costa
Data: 07/06/2018
Foi em 1500 que dez caravelas e três naus, comandadas por Cabral, aportaram no território brasileiro, trazendo consigo a cultura europeia para Pindorama. O Brasil era assim chamado pois, em seu vasto território, repleto de matas, cachoeiras e recursos naturais, habitavam aproximadamente quatro milhões de indígenas, de norte a sul. Pindorama, a "terra das palmeiras", hoje Brasil, guarda em sua história um legado de profundas transformações culturais, sociais, políticas e econômicas, marcado pela institucionalização da violência e opressão, consubstancializada, sobretudo, pelas práticas escravagistas.
Pode-se definir escravidão como a prática de subjugação e dominação de um indivíduo ou população para com o(s) Outro(s). Isto é, indivíduos, grupos ou instituições, coercitivamente, assumem direitos de propriedade sobre outrem. Tal prática, de coisificação da figura humana, invariavelmente, fere o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, atualmente direito Constitucional provido pelo Estado brasileiro. Entretanto, este mesmo aparato estatal serviu como subterfúgio para assegurar a perpetuação das práticas escravagistas no Brasil por mais de 300 anos, criando cicatrizes culturais profundas, hoje visíveis na pele das vítimas de racismo, xenofobia, intolerância religiosa, chacinas no campo, etc.
Para além de pensar sob a ótica histórico-cultural-social da escravidão, pode-se buscar compreender, multidisciplinarmente, como a esfera das ciências biológicas interferiu no cenário escravagista, modulando os fatos históricos. De início, cabe ressaltar que há diferenças genéticas significativas entre os povos europeu e ameríndio, fruto de um longo processo evolutivo, junto ao qual as diferenças ambientais contribuem para a formação de diferentes expressões fenotípicas e culturais.
Nesse sentido, o indígena latino americano detém seus próprios princípios ontológicos, cosmológicos, filosóficos e espirituais que reverberam na caracterização de sua cultura material e imaterial que, apesar de multifacetada, é marcada pelo respeito à terra, realização de rituais sagrados e caça e agricultura de subsistência. O homem branco europeu, por sua vez, com a crise do sistema feudal, se permite desbravar o oceano em busca de terras férteis, o que marca o início das Grandes Navegações e, sequencialmente, a expedição para as Índias que aportou no Brasil.
A Colonização Portuguesa em nada estava interessada com a diversidade linguístico-cultural e a sabedoria xamânica. Ouro e riquezas eram as prioridades estabelecidas pela metrópole que, inicialmente, utilizou-se da mão-de-obra dos indígenas, escravizando-os, a fim de que os mesmos trabalhassem na extração de pau-brasil, na lavoura, construções, etc. O ecossistema tropical, porém, em muito se diferenciava do europeu, o que torna a microbiota autóctone desses locais diferentes entre si. Moléstias específicas atingiam os indígenas, que se utilizavam dos conhecimentos farmacobotânicos para obter a cura. Os europeus eram acometidos pela tuberculose (bacilo de Koch), varíola (Orthopoxvirus), cólera (vibrio cholerae), peste (Yersinia pestis), dentre outras doenças, com as quais os indígenas nunca tiveram contato.
Desse modo, os indígenas não possuíam resistência a esses organismos extremamente perigosos, que eram transmitidos com muita facilidade. Como resultado, têm-se um enorme massacre indígena, que dizimou inúmeras tribos e reduziu exponencialmente o número de indínas no território.
Entretanto, o uso coercitivo da mão-de-obra indígena, apesar de lucrativo para a Coroa, não se mostrava estratégico, por diversos motivos. A Coroa pretendia, a partir dos jesuítas, catequizar os indígenas e estabelecer vínculos mais estreitos com as tribos que, salvas pela providência divina da eterna condição animalesca, poderiam ser consideradas civilizadas. Para além, era difícil dominá-los devido à grande noção que tinham do espaço geográfico, o que facilitava fugas. Esse conjunto de circunstâncias deu margem para o início do tráfico negreiro e da escravização do povo negro no século XVI.
Como um dos elementos marcantes concernentes ao tráfico de escravos, pode-se citar as péssimas condições que os negros escravizados eram submetidos durante o transporte para o Brasil. Navio negreiro era o nome pelo qual ficou conhecido o barco que transportavam os negros que eram tratados como qualquer tipo de mercadoria, sendo assim, submetidos em condições desumanas por um longo período de tempo. Os negros eram trancados nos porões dos navios onde o espaço era mínimo, não havia lugares para fazerem suas necessidades, era permitido banho de sol poucas vezes e muitas das vezes não possuem direito a comer e nem beber. Com todos esses fatores, eram poucos os que sobreviviam ao final do transporte, uma vez que existia uma fácil proliferação de microrganismos patogênicos, e, consequentemente, ocasionando inúmeras doenças que eram transmitidas facilmente devido às péssimas condições descritas.
É importante ressaltar que mesmo nos dias atuais a população negra ainda sofre com as consequências da subjugação histórica. O racismo, isto é, a discriminação baseada em diferenças biológicas- em que se considera uma “raça" superior a outra mediante a características, habilidades e qualidades comuns herdadas- resulta em condições desiguais e até mesmo desumanas para com a população negra. Pode-se destacar que no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, os negros têm maiores incidência de doenças relacionadas a microorganismos como, por exemplo, a hanseníase e a tuberculose, causadas, respectivamente, pelas bactérias Mycobacterium leprae e Mycobacterium tuberculosis. Ambas as patologias estão atreladas às péssimas condições de moradia e higiene, o que demonstra que grande parte da população negra sofre atualmente com a desigualdade, discriminação e condições precárias de vida decorrentes da inferiorização sofrida na escravidão e mesmo após a abolição da mesma.
Referências Bibliográficas:
SILVA, Edson. Povos indígenas, violência e educação. In Cadernos da Extensão n. 2, jun../99. Recife: Pró – Reitoria de Extensão da UFPE, 1999.
. Resistência indígena nos 500 anos de Colonização. In, BRANDÃO, Silvana. (Org.). Brasil 500 anos: reflexões. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2000.
HISTÓRIA DE TUDO. Escravidão no brasil. Disponível em: <http://www.historiadetudo.com/escravidao-no-brasil>. Acesso em: 05 jun. 2018.
HISTÓRIA DO MUNDO. A escravidão no brasil poderia ter sido abolida antes de 1888?. Disponível em: <https://historiadomundo.uol.com.br/idade-contemporanea/a-escravidao-no-brasil-poderia-ter-sido-abolida-antes-1888.htm>. Acesso em: 05 jun. 2018.
ONUBR. Negros têm maior incidência de problemas de saúde evitáveis no brasil, alerta onu. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/negros-tem-maior-incidencia-de-problemas-de-saude-evitaveis-no-brasil-alerta-onu/>. Acesso em: 05 jun. 2018.
quinta-feira, 7 de junho de 2018
Resultado tubos de ensaio
●
Vm: positivo
●
Motilidade: negativo
●
H2S: negativo
●
Indol: negativo
●
Citrato: negativo
●
Lisina (Lya): negativo
●
Sacarose (fermentação): positivo
●
Lactose: negativo
●
Ureia: negativo
O grupo determinou que a bactéria constituinte da amostra
provavelmente é da espécie Shigella sp.,
porém, com um pequeno adendo. Ao analisar o resultado do teste realizado no
tubo que expressava, ou não, a possibilidade de fermentação da sacarose. Foi
observado que a amostra examinada era negativa à essa característica, algo não
condizente ao resultado declarado pelo grupo, pois a bactéria nomeada deveria
ser positiva. Essa contradição pode ser explicada da seguinte maneira: a Shigella sp. é a bactéria que mais se
aproxima dos resultados obtidos, alcançando congruência com quase todos os
experimentos realizados, logo, de acordo com um consenso entre os membros do
grupo, é a bactéria encontrada; Em relação à incoerência obtida no teste com a
sacarose, o grupo declara que a veracidade de tal teste pode ter sido
comprometida, tanto por erro técnico, quanto pela possível contaminação externa
da amostra ou do meio utilizado.
Escravidão e Microbiologia
Preconceito e Microbiologia: uma relação não-microscópica
A escravidão, também chamada de escravismo, escravagismo e escravatura são a prática social em que um ser humano adquire direitos de propriedade sobre outro denominado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Tal conceito é constantemente lembrado quando se trata do período de colonização europeia, onde o aumento da mão-de-obra era requerido devido ao crescimento e intensificação das produções.
Todavia, as condições de vida que tais escravos eram submetidos eram desumanas. Sendo em sua maioria esmagadora indivíduos negros vindos da África, eram trazidos em navios negreiros amontoados nos porões, expostos a todo e qualquer tipo de doença. Trabalhavam de sol-a-sol, recebiam, apenas em alguns casos, trapos velhos de roupas; eram alimentados com os restos de comida de seus senhores e dormiam em senzalas e galpões escuros acorrentados para não fugirem. Quando desobedeciam, apanhavam com instrumentos de tortura e suas feridas expostas dependiam somente do Sistema Imunológico para se regenerar.
O conjunto destes fatores condicionais obviamente causou diversas doenças a esta população, que, além da ignorância em termos científicos, não tinha artifícios para tratamentos adequados. Doenças como gonorreia, tétano, varíola, sífilis e outras eram comuns no cotidiano desses indivíduos. Todas estas doenças, causadas por microrganismos, não eram tratadas adequadamente e afetavam uma massa grande de escravos, isso quando não os levava a óbito.
A relação mais simples e óbvia que podemos fazer entre microrganismos patogênicos e a escravidão é justamente o processo de vinda destes escravos para o Brasil através dos navios negreiros. Nos navios negreiros, os negros ficavam meses aprisionados em porões úmidos, com pouca circulação de ar, acorrentados, mal alimentados e as mulheres eram constantemente violentadas sexualmente, o ambiente era sujo e a preocupação com a saúde dos negros era praticamente inexistente. Esse ambiente precário é ótimo para a transmissão de diversas doenças infectocontagiosas. Doenças como a Malária e a Hepatite B chegaram justamente com os navios negreiros transportando pessoas doentes da África para cá.
O cais do Valongo,uma das maiores regiões de chegada de Africanos escravizados no país e que foi recentemente descoberto no bairro da Saúde, possuía um local de quarentena e um cemitério devido ao alto índice de doentes e mortos nas viagens da África para o Rio de Janeiro. Estima-se que 12,5% dos negros que eram trazidos para cá morriam durante a viagem, esse número se torna ainda maior se contarmos os que morreram pouco tempo depois de chegarem ao Brasil.
Neste ano faz 130 anos que a escravidão foi oficialmente abolida no Brasil, faz muito pouco tempo, do ponto de vista histórico, que isto ocorreu e ainda podemos sentir seu impacto na sociedade. Dados de 2015 mostram que entre os brasileiros que dependem unicamente do SUS, os negros constituem 80%. Segundo a ONU, a população Negra apresenta os piores indicadores de saúde em comparação aos brancos. Segundo o Ministério da Saúde, entre as mortes por Aids em 2016, 58,7% dos mortos eram negros enquanto que 40,9% eram brancos. Das mulheres gestantes diagnosticadas com sífilis, 59,8% eram negras e 30,6% brancas. Também em 2016, 38,5% das notificações de sífilis adquirida ocorreram entre pessoas brancas e 42,4% em negras. Em 2014, dos 31.064 casos de Hanseníase diagnosticados no país mais de dois terços eram de pessoas negras. Também em 2014, 57,5% das pessoas que foram diagnosticadas com Tuberculose eram negras.
Os dados apresentados acima são de doenças que podem ser facilmente evitadas ou que possuem tratamento disponível acessível, então porque em todos estes dados nós temos um maior número de negros afetados do que brancos?
A ocorrência destas doenças e também a morte por parte delas está diretamente relacionada à fatores sociais decorrentes de anos de preconceito e falta de políticas de reparação efetivas. A transmissão de muitas destas doenças está diretamente relacionadas à ambientes de moradia e de trabalho precários ou então da não prevenção durante o sexo. Essas causas podem ser explicadas pela falta de oportunidades para boa parte da população negra e/ou pela exclusão da população negra de ambientes de educação de qualidade, a periferização da população negra faz com que esta não tenha acesso à postos de saúde para realizar o tratamento ou diagnóstico dessas doenças, não tenham acesso a formas de prevenção para estas doenças ou até mesmo que não tenham acesso a informação de qualidade para saber como se prevenir.
Portanto, mesmo que tenhamos feito avanços no que se refere à políticas de reparação voltadas para a população negra, ainda há muito o que ser feito e os dados de diversos indicadores da saúde são apenas algumas provas disso.
Por Grupo 2.
Por Grupo 2.
terça-feira, 5 de junho de 2018
Projeto Torre Móvel!
Neste
primeiro período de 2018 estamos participando do projeto Torre Móvel. O projeto
é coordenado pelo professor David Majerowicz da UFRJ que possui o blog A Porta
de Marfim - Ciência para todos e o canal no youtube com o mesmo nome. Este projeto visa promover a divulgação científica com a participação de turmas
do ensino médio e do ensino médio técnico. No caso do IFRJ, na disciplina de microbiologia, os alunos produziram vídeos e
textos de divulgação científica que envolviam assuntos relacionados a microbiologia!
Durante
o primeiro período de 2018 a equipe do projeto visitou a turma BM151 do Campus
Rio de Janeiro durante dois meses onde os alunos escolheram um tema e
desenvolveram a ideia do vídeo e do texto de divulgação.
Você
pode conferir o que foi desenvolvido pelos alunos da BM151 do período 2018.1
abaixo:
5 - Salmonella
In the first semester of 2018 we are participating in a project called Torre Móvel (Mobile Tower in a free translation to english). This project is coordinated by Professor David Majerowicz of UFRJ who owns the blog Torre de Marfim (The Door of Ivory - Science for all in a free translation to English) and the channel on youtube with the same name. This project aims to promote divulgastion of science with the participation of high school classes and vocational courses. In the case of IFRJ in microbiology classes, the students produced videos and scientific texts that involved subjects related to microbiology!
During the
first period of 2018, the project team visited the class BM151 at Campus Rio de
Janeiro for two months, where the students chose a theme and developed the idea
of the video or the text of scientific divulgation.
You can
check what was developed by BM151 students from the semester 2018.1 below:
(all the
material produced by students are in Portuguese!)
1 - Microbiota:consequências de seu desequilíbrio e aplicações (Microbiota: consequences of its disbiose and applications)
2 - Não contrate a Light, contrate as bactérias! (Do not hire the Light (Electric company of Rio de Janeiro), hire the bacteria!
4 - Desmentindo 4 afirmações do senso comum relacionadas à microbiologia (Denying 4 common-sense statements related to microbiology)
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