grupo A de Lancefield, é a espécie bacteriana que geralmente se associa à etiologia de
infecções primárias da faringe e amígdalas. Tais infecções são comuns nas idades entre
5 e 15 anos, embora possam ocorrer em qualquer faixa etária. Os sintomas usuais são
febre alta e dor à deglutição, com mal-estar geral, anorexia e astenia que em crianças
são acompanhados por náuseas, vômitos e dor abdominal. A faringoamigdalite
estreptocócica tem um período de incubação de 12 a 24 horas e, quando aguda, pode ser
transmitida pelo contato direto por meio de secreções do trato respiratório, por tal
motivo é mais frequente em épocas mais frias. Contudo, o S. pyogenes pode se
disseminar para diferentes órgãos e tecidos do corpo provocando complicações
supurativas.
A diferenciação clínica de um farigoamigdalite causada por estreptococos do grupo A
de uma infecção provocada por outros agentes infecciosos. As infecções da orofaringe
não exigem tratamento com antimicrobianos específicos, porem a faringoamigdalite
exige para poder prevenir a febre reumática aguda e reduzir o contagio e os sintomas.
As recomendações internacionais para este mal sugerem o uso de testes laboratoriais
para confirmar se há bactéria na orofaringe e um acompanhamento clinico. Alguns
antibióticos como a penicilina e seus derivados, cefalosporinas, macrolídeos e
clindamicina podem ser utilizados na erradicação do estreptococo, sendo a Penicilina o
mais usado dos agentes antimicrobianos.
No Brasil, a maioria dos casos de faringoamigdalite ficam sem o acompanhamento
laboratorial, sendo diagnosticados apenas os sinais e os sintomas clínicos do paciente,
levando ao uso de agentes antimicrobianos desnecessariamente, algumas das vezes.
Portanto, pode-se dizer o objetivo do estudo foi a verificação da presença de S.
pyogenes em culturas de orofaringe em indivíduos de diferentes faixas etárias com
sintomas de faringoamigdalite que procuraram atendimento em farmácias ou em
unidades de saúde.
Para a realização do experimento foram coletadas amostras de orofaringe de
pacientes com sintomas característicos de faringoamigdalite de três farmácias e três
unidades de saúde de Maringá-PR. As amostras foram incubadas em meio de
cultura “Tryptose blood agar base” acrescidos de 5% de sangue desfibrinado de
carneiro. Após 24-48 horas as colônias beta-hemolíticas presentes no ágar sangue
foram transferidas para caldo “Brain heart infusion” e após 18-24 horas foram
coradas pela técnica gram.
As colônias de cocos Gram-positivos foram testadas quanto a produção de catalase.
Também foram realizados testes de sensibilidade a bacitracina e de grupagem
sorológica para diferenciar este Streptococcus pyogenes de outros estreptococos
beta-hemolíticos.
Foi também testado “in vitro” pelo método de difusão em ágar a sensibilidade das
cepas aos antimicrobianos penicilina G, cefotaxima, cefepime, ofloxacina,
levofloxacin, clindamicina, eritromicina, cloranfenicol e vancomicina.
Do total de 58 indivíduos, 15 apresentaram cultura positiva para a presença de
Streptococcus pyogenes, 32 foram atendidos em farmácias e 26 em unidades de
saúde. Dos 15 casos positivos, 4 (do total de 25) possuem idade a cima de 15 anos
e 11 (do total de 33) possuem idade entre 0 e 15 anos. As 15 cepas de
Streptococcus pyogenes isoladas foram sensíveis a todos os agentes
antimicrobianos testados.
A faringite aguda é muito recorrente e há vários agentes infecciosos. Entre as
bactérias, o estreptococo do grupo A é, o mais comum de faringite, sendo
responsável por 15 a 30% dos casos em crianças e 5 a 15% dos casos em adultos. A
faringite estreptocócica apresenta diferentes sinais e sintomas presentes também
em faringites por outros agentes. Desta forma, o diagnóstico definitivo da faringite
estreptocócica aguda deve ser evidenciado através dos aspectos clínicos e
epidemiológicos e amparados pelos resultados dos testes laboratoriais. A cultura é
a técnica padrão para investigar a presença de S. pyogenes na orofaringe. Uma
amostra cultivada em ágar sangue apresenta sensibilidade de 90 a 95%. Resultados
falsos negativos ocorrem em pacientes que apresentam poucos microorganismo no
local e resultados falsos positivos podem ocorrer em portadores de S. pyogenes
com faringite aguda de etiologia não estreptocócica.
A cultura e a identificação de S. pyogenes, pode levar 24 a 48 horas. Por isso, usa-
se comumente testes rápidos para pesquisa de antígenos estreptocócicos. Estes
testes detectam rapidamente antígenos bacterianos em secreção de orofaringe. Os
testes são disponíveis em “Kits” e podem ser facilmente utilizados. A maioria dos
testes rápidos apresentam especificidade 80 a 90% comparados com culturas em
ágar sangue e assim, o tratamento pode ser iniciado com base nesses testes, porém,
devem ser confirmados com a cultura convencional.
O objetivo da antibioticoterapia na faringite estreptocócica em menores de 20 anos
é prevenir o desenvolvimento de sequelas não supurativas, prevenir complicações
supurativas e diminuir a infectividade. Como há baixa incidência em adultos com
mais de 20 anos, sugere-se que apenas o teste rápido é suficiente. Já que a demora
da cultura impediria a diminuição dos sintomas, foco do tratamento em adultos. A
cultura de orofaringe em pacientes adultos é indicada em algumas situações, como
investigação epidemiológica de surtos e monitoramento de cepas de S. pyogenes
resistentes a antibióticos.
Quando o diagnóstico de uma faringite estreptocópica é confirmado, o clínico deve
analisar o tratamento mais adequado, porém uma grande parte dos brasileiros se
automedicam.
Desde 1940 a penicilina tem sido o antimicrobiano mais usado, embora algumas
cepas apresentem tolerância a mesma. Esta tolerância está associada à má dosagens aos pacientes. Para os que possuem alergia à penicilina, a eritromicina é a melhor
opção, entretanto o tempo de tratamento e o custo da mesma é maior quando
comparada à penicilina.
O tratamento adequado da faringite estreptocócica previne a febre reumática, que é
a maior causa de doenças cardíacas em crianças, estando mais presentes em países
menos desenvolvidos.
A partir dos resultados obtidos foi possível constatar que a maioria dos pacientes não
precisavam ser medicados com antibióticos, sendo importante, pois, a realização de um
diagnóstico adequado da faringoamigdalite estreptocócica a fim de impedir
complicações supurativas ou não supurativas e a erradicação do microrganismo da
orofaringe.
Bibliografia:
http://www.scielo.br/pdf/%0d/jbpneu/v30n6/a09v30n6.pdf
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