quarta-feira, 20 de setembro de 2017

Resumo do artigo “Diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica em crianças e adolescentes: limitações do quadro clínico.”

O artigo intitula-se “Diagnóstico da faringoamigdalite estreptocócica em crianças e adolescentes: limitações do quadro clínico.”. O seu principal autor foi Aurelino Rocha Barbosa Júnior. Essa pesquisa foi financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de minas Gerais (FAPEMIG). O experimento foi realizado em um serviço de emergência e em um ambulatório de pediatria na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil e aprovado pelo comitê de ética da Universidade Federal de São José Del Rey (UFSJ).
O principal objetivo da pesquisa foi avaliar os sintomas apresentados por pacientes entre 1 e 18 anos com faringoamigdalite e, a partir dessa observação, chegar à conclussão de se existe um padrão nesses sintomas e se esse padrão pode ser utilizado para identificar o quadro clínico do paciente.
A faringoamigdalite aguda (FAA) é o processo inflamatório que acomete as amidalas palatinas e a mucosa faríngea causada pelo Streptococos β-hemolítico do grupo A (EBHGA). Os sintomas geralmente apresentados são: febre, dor de garganta, disfagia...Porém, não existe uniformidade de consensos para o diagnóstico e manejo da FAA.
No estudo, esses sintomas foram avaliados utilizando-se os testes de aglutinação de partículas do látex (TAPL), cálculo da sensibilidade e especificidade, a razão de confiança a 95%, razão de verossimilhança positiva (likelihood ratio +), razão de chances (odds ratio) e o p-valor.
Esse trabalho é de suma importância pois, segundo as estimativas da Organização Mundial da Saúde ocorrem anualmente 600 milhões de novos casos de FAA por EBHGA sintomática entre crianças no mundo todo e a maior parte desses casos ocorre nos países subdesenvolvidos. Além disso, a faringoamigdalite aguda pode evoluir para a febre reumática (FR) ou se manifestar na sua forma mais grave de cardite reumática (CR), em que pode deixar sequelas ou levar a óbito. Ou seja, essa doença não é um problema apenas individual, mas é um caso de saúde pública. Quanto mais rapidamente for identificada, mais rapidamente pode ser combatida.
O estudo foi feito com um total de 335 pacientes com até 18 anos, que se apresentaram com queixa de dor de garganta e/ou eritema de faringe e/ou amígdalas à admissão. Pacientes que haviam utilizado penicilina nos últimos 30 dias ou qualquer outro agente antimicrobiano nos últimos 15 dias foram excluídos do estudo.
Depois de obter consentimento dos responsáveis, foi realizado o exame físico, sendo o teste de aglutinação de partículas do látex (TAPL) e cultura de orofaringe obtidos de forma independente e cega. Dois swabbs foram obtidos de cada paciente, um para o TAPL e o outro para a cultura convencional em placa de agársangue de carneiro a 5%.
O diagnóstico de certeza de FAA estreptocócica foi dado quando a cultura ou o TAPL foram positivos; de forma oposta, um resultado negativo para os ambos, cultura e TAPL, descartou o diagnóstico de FAA estreptocócica, aumentando, assim, a sensibilidade do padrão.
Desta forma, os resultados obtidos estão dispostos a seguir:
Dos 335 pacientes, 16,72% tiveram resultado positivo para cultura de EBHGA, 21,2% para o TAPL e 78 (23,4%) para TAPL.
Observase também, que a característica clínica que apresentou a maior sensibilidade para o diagnóstico de FAA por EBHGA foi a hiperemia de amígdalas 96,2%, seguida pela hiperemia de orofaringe 94,7%.
Contudo, todas essas características apresentaram baixa especificidade (10,8%; 18,2%; 14,6% e 19,6%, respectivamente). A característica clínica que apresentou a maior especificidade foi a presença de exantema 94,4%, seguida de gengivite 92,3%, petéquias no palato 83,3% e temperatura axilar medida no momento da consulta maior que 38,5 °C 82,3%, entretanto todos com baixa sensibilidade (8,9%; 3,9%; 21,8% e 16,4%, respectivamente).
As características estatisticamente associadas com a FAA por EBHGA foram ausência de coriza; ausência de conjuntivite; hiperemia de orofaringe.
Concluindo-se que nenhum quadro clínico não deve ser usado isoladamente para a confirmação do episódio de FAA estreptocócica. Então, a melhor solução, por enquanto, é aumentar a disponibilidade de testes laboratoriais confirmatórios como o TRIA.

Referênecias bibliográficas:



Grupo Antraz
BM 161


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