quarta-feira, 12 de abril de 2017

Primeiro projeto de metagenôma em larga escala - A descoberta de 2004

No ano de 2004 foi produzido o primeiro projeto de metagenôma em larga escala por Craig Venter. Em 1990 surgiu o Projeto Genoma Humano, com o objetivo de, até 2005, identificar cada um dos 100 mil genes através do Mapeamento Genético. Esse mapeamento consiste em registrar os genes do cromossomo, determinar a ordem dos nucleotídeos e sua função. As vantagens desse trabalho estão no fato da identificação da cura e da causa de muitas doenças.
  O Projeto Genoma Humano consistiu num esforço internacional para o mapeamento do genoma humano. Após iniciativa dos Institutos Nacionais da Saúde estadunidenses (NIH), centenas de laboratórios de todo o mundo se uniram à tarefa de sequenciar, um a um, os genes que codificam as proteínas do corpo humano e também aquelas sequências de DNA que não são genes. No dia 10 de julho de 1999 foi anunciado o primeiro rascunho do genoma humano. Como a precisão do resultado precisava ser máxima, muita análise e revisão foram feitas de modo que cada base no genoma fosse sequenciada num total de 10 a 12 vezes. O PGH, conduzido pelos órgãos do governo obteve dados de alta qualidade e precisão. Por esse setor foi usada a tecnologia de Whole Genome Sequencing.                    
 No entanto, existem desvantagens éticas e morais, pois a utilização indevida do projeto pode fazer com que as pessoas percam a individualidade e tornem-se vulneráveis, além de propícias a descartes em entrevistas de trabalho, como exemplo, pois a partir de um simples teste poderá ser detectado uma má reprodução da célula X que virá a causar uma doença, tornando-o menos apto que os demais entrevistados.                                                                                                        
 Em 1998, liderada pelo cientista Craig Venter, a Celera Genomics entra na corrida pelo genoma, prometendo sequenciar o genoma humano em menos tempo com um financiamento de apenas dois bilhões de dólares, um valor relativamente menor do que o proposto inicialmente pelo Projeto Genoma. O propósito da participação da empresa era fornecer o código decifrado por um determinado preço àqueles associados ao grupo, além de buscar a patente dos genes envolvidos nos principais distúrbios e doenças humanas.                                                                         
A iniciativa privada, formada pela empresa Celera Genomics juntou-se ao projecto em vista do potencial de lucro que as pesquisas poderiam trazer, especialmente para as indústrias farmacêuticas. A rapidez na obtenção de resultados, que podem ser transformados em patentes, tornou-se crucial para elas. Então optaram por um método mais objectivo: sequenciamento por Shotgun (whole genome “shotgun” sequencing), é uma abordagem mais rápida, evidentemente, embora menos precisa.                                                                                                                    
No dia 4 de Setembro de 2004, o grupo de pesquisa do Instituto J. Craig Venter publicou a sequência completa do genoma do próprio pesquisador Craig Venter. A grande revolução nesse novo trabalho é a de que o genoma avaliado corresponde ao genoma diplóide, contendo a informação de cada par de cromossomo herdado de nossos pais, ao contrário da sequência determinada pelo Projeto Genoma que corresponde ao genoma haplóide. Como resultado, descobriu-se que a semelhança das sequências genéticas entre dois indivíduos é de 99,5% e não de 99,9% como se imaginava ao fim do Projeto Genoma Humano.                                                                                                                
Vale pontuar ainda que a bactéria 'Mycoplasma mycoides' criada por Craig Venter controlada por um genoma sintético, gerado inteiramente a partir de instruções de computador, abriu as portas para a produção de microrganismos artificiais que produzam vacinas, biocombustíveis e outras proteínas de interesse econômico. O genoma dessa bactéria é composto por 1,08 milhão de pares de bases dispostas em um único cromossomo. O experimento deu-se de maneira que os geneticistas da equipe de Craig retiraram o material genético de outra célula (a bactéria 'Mycoplasma capricolum') e em seguida implantaram nesta o genoma sintético. Todo o trabalho é fruto de 15 anos de pesquisas de Venter e uma equipe de duas dezenas de pesquisadores, que consumiram cerca de 40 milhões de dólares.
                                              
        E ai, pessoal? Espero que tenham gostado de saber sobre mais uma baita descoberta na microbiologia! Até a proxima! 

                                                                           Grupo Antraz



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