quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Classificação dos Seres Vivos

                  

                Classificação dos seres vivos 


   Ao longo do tempo, alguns sistemas de classificação foram propostos afim de promover a organização das espécies e indicar o grau de parentesco evolutivo entre elas.
  Segundo a definição do dicionário Aurélio, taxinomia se refere ao ramo da biologia o qual busca classificar os organismos em grupos, de acordo com sua estrutura, origem e outros parâmetros. Enquanto sistemática é um termo utilizado para prestar referência ao estudo dos sistemas e princípios de classificação e nomenclatura. Ambos possuem importância para descrição e entendimento do objetivo dos autores dos sistemas propostos que serão discutidos em breve. 
  Os sistemas de classificação que se baseiam em relações de parentesco evolutivo entre os grupos de seres vivos são chamados naturais, enquanto aqueles que não tomam como base tais conceitos são chamados de artificiais.
  O sistema mais antigo de classificação de seres vivos que se conhece deve-se ao filósofo grego Aristóteles. Ele foi o primeiro a dividir os seres vivos em grupos de acordo com suas características. Aristóteles inicialmente dividiu em dois grandes reinos, os dos animais, que são móveis e vão atrás do seu próprio alimento e o das plantas que são imóveis e que produzem o seu próprio alimento. Posteriormente criou subgrupos de acordo com o meio de cada, sendo seres aéreos, aquáticos e terrestres. Sua classificação serviu de parâmetro para muitos que vieram posteriormente.
  Sabemos que existe uma grande variedade de seres vivos no planeta e cada um recebe um nome popular de acordo com a região onde é encontrado. Porém, seria muito complicado fazer uma troca de informações sobre determinada espécie entre pesquisadores do mundo, uma vez que a espécie em questão possui uma denominação diferente em cada região. 
   Pensando nisso, para o cientista sueco Carl Linnaeus (1707­1778), que apresentou, em 1735, um livro chamado Systema Naturae, onde propôs uma forma de classificação dos seres vivos, assim como regras para a nomenclatura biológica. Seu objetivo era organizar sistematicamente tudo o que pudesse ser encontrado na natureza, dos minerais até o homem. Afim de obter tal sistema, criou a classificação binomial latina, ou seja, para cada elemento um nome composto em latim. Desta forma, qualquer que seja o nome regional da onça pintada, a identificação científica do animal passa a ser: ​​Panthera onca

  Uma vez que os seres obtiveram uma nomenclatura padrão, foi necessário arrumá-los em espécies, gêneros, classes, filos etc.  



Observe abaixo as regras básicas de nomenclatura das espécies:
     A designação é feita em latim, pois sendo uma língua morta, mantém­se imutável, logo, não está sujeita a evolução. 
     Lineu desenvolveu um sistema de nomenclatura binominal, logo o nome da espécie consta sempre de duas palavras: a primeira é um substantivo escrito com inicial maiúscula e corresponde ao nome do gênero a que a espécie pertence; a segunda palavra, escrita com inicial minúscula, designa­se por epíteto específico ou restritivo específico, sendo geralmente um adjetivo. Sendo assim, temos como exemplo o nome científico da abelha ­ Apis mellifera. O restritivo específico identifica uma espécie dentro do gênero a que pertence.
     A designação dos grupos superiores à espécie é uninominal, isto é, consta de uma única palavra, que é um substantivo, escrita com inicial maiúscula.
     Quando uma espécie tem subespécies, utiliza­se uma nomenclatura trinominal para as designar, isto é, escreve­se o nome da espécie seguido de um terceiro termo
     ​             designado por restritivo ou epíteto subespecífico. Exemplo: Papilio thoas brasiliensis;
     O nome da família dos animais obtém­se acrescentando a terminação –idæ à raiz do nome de uma dos gêneros. Nas plantas, a terminação que caracteriza a família é –aceæ. Há, no entanto, algumas excepções.
     Os nomes genéricos, específicos e subespecíficos devem ser escritos em tipo de letra diferente da do texto corrente.
     Quando citar o autor, este deve vir logo após o nome da espécie, escrito com letras normais e sem nenhuma pontuação entre a espécie e ele. Exemplo: Canis familiaris Lin. Isto significa que foi Linnaeus o responsável pela designação cientifica para o cão.
     Pode citar­se a data da publicação do nome da espécie, sendo essa data colocada a seguir ao nome do autor, separada por uma vírgula. Exemplo: Apis mellifera Linnaeus, 1758. 

   Mesmo com as classificações e grupos divididos, é importante salientar que, até o final do século passado, os biólogos agrupavam os seres vivos em dois grandes reinos: Animal e Vegetal. Todavia, em 1899, o grande biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs a criação de dois novos reinos: Protista e Monera.
  Ernst Haeckel, realizou estudos microscópicos da enorme variedade de organismos unicelulares, tendo concluído que as primeiras formas de vida teriam sido muito simples, sem a complexidade estrutural que já observava nos unicelulares que estudou. Chamou a esses organismos primitivos moneres, tendo-os dividido em zoomoneres (bactérias) e phytomoneres (cianobactérias). O desenvolvimento de células mais complexas, contendo núcleo, era, na sua opinião, o resultado de diferenciação do citoplasma. Para acomodar estes moneres, bem como outros organismos unicelulares, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista. Neste reino colocou todos os seres que não apresentavam tecidos diferenciados, incluindo seres unicelulares e coloniais.
   Além disso, Ernerst Heinrich Philipp August Haeckel que também era naturalista, médico, artista e filósofo na Alemanha do século 19, descreveu e nomeou milhares de novas espécies e criou muitos dos termos ainda usados em biologia, incluindo filogenia, ecologia e protista.
  Haeckel encantou-se com as ideais de Darwin e foi o grande promotor e propagandista da teoria da evolução por descendência e modificação na qual possui uma obra escrita, chamada Natürliche Schöpfungsgeschichte. Nesse livro, são encontradas algumas das ideias centrais do pensamento haeckeliano, como a Lei Biogênica Fundamental. Da mesma forma estão presentes ilustrações que viriam a se tornar importantes na discussão sobre os processos evolutivos, como as que efetuam comparações entre embriões de vertebrados.
  O termo Lei Biogenética Fundamental foi introduzido por Haeckel para denominar sua ideia de recapitulação, ou seja, durante o desenvolvimento embrionário, denominado "ontogenia", o organismo em desenvolvimento passa por estágios que recapitulam as etapas evolutivas pelas quais passaram as espécies ancestrais ao organismo em questão. Esse processo foi chamado de "filogenia". Em resumo, "a ontogenia recapitula a filogenia".
   Assim, para Heackel, a semelhança observada entre embriões de espécies distintas nos estágios iniciais do desenvolvimento seriam indicativos de uma ancestralidade comum e ao longo do tempo esses organismos iriam se diferenciando durante o desenvolvimento embrionário. Logo abaixo, pode-se observar um dos desenhos feitos pelo biólogo para explicar as suas ideias. 





  Em 1969, Robert Whittalker (1924 – 1980), nascido nos Estados Unidos, propôs inicialmente uma classificação dos seres vivos em cinco reinos, acrescentando um reino (Fungi) assim na proposta utilizada anteriormente de quatro reinos.
  A base para a classificação de Whittalker é a ecologia, desse modo, fatores como nível de organização celular – diferencia os procariotos dos eucariotos e os unicelulares dos pluricelulares; modo de nutrição – modo como o organismo obtém o alimento; interações nos ecossistemas – respeitantes às relações alimentares que o organismo estabelece com os restantes dos organismos no ecossistema.  



  Em 1979, houve uma alteração realizada pelo próprio ecologista, onde as algas passam a habitar o reino protista apenas, e não mais o plantae em conjunto. Tendo em vista a boa classificação, essa foi a proposta mais aceita até os dias atuais, apenas uma contribuição significante foi realizada após a época.
  
  Algumas décadas depois, essencialmente com base na comparação de sequências de RNA ribossômico, Woese e seus colegas concluíram que os procariontes não eram um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes composto por dois subgrupos principais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. Esta diversidade evolutiva se reflete no genoma e, por sua vez, na bioquímica e na ecologia.
  Assim, a partir dos estudos de Carl Woese, a classificação dos seres vivos começou a se basear por aspectos evolutivo (filogenética).Carl Woese ficou conhecido por propor a substituição da divisão do mundo vivo em dois grandes domínios (procariontes e eucariontes) por uma subdivisão em três domínios: mantiveram os tradicionais eucariontes como o domínio Eucarya, mas em vez dos tradicionais procariontes surgem os domínios Archaea e Bacteria, ao mesmo nível que os Eucarya. A sua classificação reflete a ideia de que a árvore da Vida tem três e não apenas dois ramos.





Classificação dos seres vivos atualmente






                                         Referências Bibliográficas


LINHARES, Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. ​Biologia Hoje:​ Citologia, reprodução e desenvolvimento, histologia e origem da vida. 1. ed. São Paulo: Ática, 2012.

LOPES, Sônia. ​Bio​. São Paulo: Saraiva, 2011.

OLIVEIRA, Patrícia. Disponível em
<​://www.notapositiva.com/resumos/biologia/11taxonomia.htm>​ . Acesso em 03 de setembro de 2016.

​          SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. "Nomenclatura binomial"; Brasil Escola​   . Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/biologia/nomenclatura­binomial.htm>. Acesso em 03 de setembro de 2016.
        VIKTOR, Marcelo. História da Biologia e ensino: contribuições de Enrst Haeckel (1834- 1919) e sua utilização nos livros didáticos aprovados pelo PLND 2012- Ensino Médio. São Paulo. Ed: 2013. Disponível em <ile:///C:/Users/fast/Downloads/Dissert_corrigida_Marcelo%20(1).pdf>. Acesso em 04 de setembro de 2016. 




Grupo: Bacillus

3 comentários:

  1. O modo que o texto foi escrito sem colocar os nomes dos pesquisadores em tópicos ficou muito bom, porque os parágrafos ficaram bem interligados. As definições dos termos no segundo parágrafo foram muito bem colocadas para introduzir o tema. Os exemplos, as comparações e as fotos foram fundamentais para o melhor entendimento dos estudos e classificações de cada pesquisador. Ótimo!

    Fenolftaleína

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. O assunto foi abordado de uma forma clara e objetiva, ampliando- se assim os conhecimentos específicos sobre como foi feita a classificação de reinos ao longo dos anos, até o dia de hoje.

    -Equipe Rocket

    ResponderExcluir