Classificação dos seres vivos
Ao longo do
tempo, alguns sistemas de classificação foram propostos afim de promover a
organização das espécies e indicar o grau de parentesco evolutivo entre elas.
Segundo a definição do dicionário Aurélio,
taxinomia se refere ao ramo da biologia o qual busca classificar os organismos
em grupos, de acordo com sua estrutura, origem e outros parâmetros. Enquanto
sistemática é um termo utilizado para prestar referência ao estudo dos sistemas
e princípios de classificação e nomenclatura. Ambos possuem importância para
descrição e entendimento do objetivo dos autores dos sistemas propostos que
serão discutidos em breve.
Os sistemas de classificação que se baseiam
em relações de parentesco evolutivo entre os grupos de seres vivos são chamados
naturais, enquanto aqueles que não tomam como base tais conceitos são chamados
de artificiais.
O sistema mais antigo de classificação de seres vivos que se conhece
deve-se ao filósofo grego Aristóteles. Ele foi o primeiro a dividir os seres
vivos em grupos de acordo com suas características. Aristóteles inicialmente
dividiu em dois grandes reinos, os dos animais, que são móveis e vão atrás do
seu próprio alimento e o das plantas que são imóveis e que produzem o seu
próprio alimento. Posteriormente criou subgrupos de acordo com o meio de cada,
sendo seres aéreos, aquáticos e terrestres. Sua classificação serviu de
parâmetro para muitos que vieram posteriormente.
Sabemos que
existe uma grande variedade de seres vivos no planeta e cada um recebe um nome popular de
acordo com a região onde é encontrado. Porém, seria muito complicado fazer uma
troca de informações sobre determinada espécie entre pesquisadores do mundo,
uma vez que a espécie em questão possui uma denominação diferente em cada
região.
Pensando nisso, para o cientista sueco
Carl Linnaeus (17071778), que apresentou, em 1735, um livro chamado Systema Naturae, onde propôs uma forma de classificação dos seres vivos, assim
como regras para a nomenclatura biológica. Seu objetivo era organizar
sistematicamente tudo o que pudesse ser encontrado na natureza, dos minerais
até o homem. Afim de obter tal sistema, criou a classificação binomial latina,
ou seja, para cada elemento um nome composto em latim. Desta forma, qualquer
que seja o nome regional da onça pintada, a identificação científica do animal
passa a ser: Panthera onca.
Uma vez que os seres obtiveram uma
nomenclatura padrão, foi necessário arrumá-los em espécies, gêneros, classes,
filos etc.
Observe abaixo as regras básicas de
nomenclatura das espécies:
●
A
designação é feita em latim, pois sendo uma língua morta, mantémse imutável,
logo, não está sujeita a evolução.
●
Lineu
desenvolveu um sistema de
nomenclatura binominal, logo o nome da espécie consta
sempre de duas palavras: a primeira é um substantivo escrito com inicial
maiúscula e corresponde ao nome do gênero a que a espécie pertence; a segunda
palavra, escrita com inicial minúscula, designase por epíteto específico ou restritivo específico, sendo geralmente um adjetivo. Sendo assim, temos como exemplo o nome científico da abelha Apis mellifera.
O restritivo específico identifica uma espécie dentro do gênero a que pertence.
●
A
designação dos grupos superiores à espécie é uninominal, isto é, consta de uma
única palavra, que é um substantivo, escrita com inicial maiúscula.
●
Quando
uma espécie tem subespécies, utilizase uma nomenclatura trinominal
para as designar, isto é, escrevese o nome da espécie seguido de um terceiro
termo
designado por restritivo ou epíteto subespecífico . Exemplo: Papilio thoas brasiliensis;
●
O nome
da família dos animais
obtémse acrescentando a terminação –id æ à raiz do nome de uma dos gêneros.
Nas plantas, a terminação que caracteriza a família é –aceæ. Há, no
entanto, algumas excepções.
●
Os
nomes genéricos, específicos e subespecíficos devem ser escritos em tipo de
letra diferente da do texto corrente.
●
Quando
citar o autor, este deve vir logo após o nome da espécie, escrito com letras
normais e sem nenhuma pontuação entre a espécie e ele. Exemplo: Canis familiaris Lin. Isto significa que foi Linnaeus o responsável pela designação
cientifica para o cão.
●
Pode
citarse a data da publicação do nome da espécie, sendo essa data colocada a
seguir ao nome do autor, separada por uma vírgula. Exemplo: Apis mellifera Linnaeus, 1758.
Mesmo com as classificações e grupos divididos, é importante salientar
que, até o final do século passado, os biólogos agrupavam os seres vivos em
dois grandes reinos: Animal e Vegetal. Todavia, em 1899, o grande biólogo
alemão Ernst Haeckel (1834-1919) propôs a criação de dois novos reinos:
Protista e Monera.
Ernst Haeckel, realizou estudos microscópicos da enorme
variedade de organismos unicelulares, tendo concluído que as primeiras formas
de vida teriam sido muito simples, sem a complexidade estrutural que já observava
nos unicelulares que estudou. Chamou a esses organismos primitivos moneres,
tendo-os dividido em zoomoneres (bactérias) e phytomoneres (cianobactérias). O
desenvolvimento de células mais complexas, contendo núcleo, era, na sua
opinião, o resultado de diferenciação do citoplasma. Para acomodar estes moneres, bem como outros
organismos unicelulares, Haeckel criou um terceiro reino a que chamou Protista.
Neste reino colocou todos os seres que não apresentavam tecidos diferenciados,
incluindo seres unicelulares e coloniais.
Além disso, Ernerst Heinrich Philipp August
Haeckel que também era naturalista, médico, artista e filósofo na Alemanha do
século 19, descreveu e nomeou milhares de novas espécies e criou muitos dos
termos ainda usados em biologia, incluindo filogenia, ecologia e protista.
Haeckel encantou-se com as ideais de Darwin e foi
o grande promotor e propagandista da teoria da evolução por descendência e
modificação na qual possui uma obra escrita, chamada Natürliche
Schöpfungsgeschichte. Nesse livro, são encontradas algumas das ideias centrais
do pensamento haeckeliano, como a Lei Biogênica Fundamental. Da mesma forma
estão presentes ilustrações que viriam a se tornar importantes na discussão
sobre os processos evolutivos, como as que efetuam comparações entre embriões
de vertebrados.
O termo Lei Biogenética Fundamental foi
introduzido por Haeckel para denominar sua ideia de recapitulação, ou seja,
durante o desenvolvimento embrionário, denominado "ontogenia", o
organismo em desenvolvimento passa por estágios que recapitulam as etapas
evolutivas pelas quais passaram as espécies ancestrais ao organismo em questão.
Esse processo foi chamado de "filogenia". Em resumo, "a
ontogenia recapitula a filogenia".
Assim, para Heackel, a semelhança observada entre
embriões de espécies distintas nos estágios iniciais do desenvolvimento seriam
indicativos de uma ancestralidade comum e ao longo do tempo esses organismos
iriam se diferenciando durante o desenvolvimento embrionário. Logo abaixo,
pode-se observar um dos desenhos feitos pelo biólogo para explicar as suas
ideias.
Em 1969, Robert Whittalker (1924 – 1980), nascido nos Estados Unidos,
propôs inicialmente uma classificação dos seres vivos em cinco reinos,
acrescentando um reino (Fungi) assim na proposta utilizada anteriormente de
quatro reinos.
A base para a classificação de Whittalker é a
ecologia, desse modo, fatores como nível de organização celular – diferencia os
procariotos dos eucariotos e os unicelulares dos pluricelulares; modo de
nutrição – modo como o organismo obtém o alimento; interações nos ecossistemas
– respeitantes às relações alimentares que o organismo estabelece com os
restantes dos organismos no ecossistema.
Em 1979,
houve uma alteração realizada pelo próprio ecologista, onde as algas passam a
habitar o reino protista apenas, e não mais o plantae em conjunto. Tendo em
vista a boa classificação, essa foi a proposta mais aceita até os dias atuais,
apenas uma contribuição significante foi realizada após a época.
Algumas décadas depois, essencialmente com base na comparação de sequências de
RNA ribossômico, Woese e seus colegas concluíram que os procariontes não eram
um grupo coeso do ponto de vista evolutivo, mas antes composto por dois
subgrupos principais, cada um dos quais difere entre si e dos eucariontes. Esta
diversidade evolutiva se reflete no genoma e, por sua vez, na bioquímica e na
ecologia.
Assim, a partir dos estudos de
Carl Woese, a classificação dos seres vivos começou a se basear por aspectos
evolutivo (filogenética).Carl Woese ficou conhecido por propor a substituição da divisão do mundo vivo em dois grandes
domínios (procariontes e eucariontes) por uma subdivisão em três domínios:
mantiveram os tradicionais eucariontes como o domínio Eucarya, mas em vez dos
tradicionais procariontes surgem os domínios Archaea e Bacteria, ao mesmo nível
que os Eucarya. A sua classificação reflete a ideia de que a árvore da Vida
tem três e não apenas dois ramos.
Classificação dos seres vivos atualmente
Referências Bibliográficas
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Sérgio; GEWANDSZNAJDER, Fernando. Biologia Hoje:
Citologia, reprodução e desenvolvimento, histologia e origem da vida. 1. ed.
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contribuições de Enrst Haeckel (1834- 1919) e sua utilização nos livros
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Disponível em
<ile:///C:/Users/fast/Downloads/Dissert_corrigida_Marcelo%20(1).pdf>.
Acesso em 04 de setembro de 2016.
Grupo: Bacillus
O modo que o texto foi escrito sem colocar os nomes dos pesquisadores em tópicos ficou muito bom, porque os parágrafos ficaram bem interligados. As definições dos termos no segundo parágrafo foram muito bem colocadas para introduzir o tema. Os exemplos, as comparações e as fotos foram fundamentais para o melhor entendimento dos estudos e classificações de cada pesquisador. Ótimo!
ResponderExcluirFenolftaleína
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirO assunto foi abordado de uma forma clara e objetiva, ampliando- se assim os conhecimentos específicos sobre como foi feita a classificação de reinos ao longo dos anos, até o dia de hoje.
ResponderExcluir-Equipe Rocket