Semana
passada
ocorreu o II Simpósio de Biotecnologia do IFRJ. Dentro de sua
programação havia diversas palestras interessantes dos mais
diversos temas. No primeiro dia, o auditório da instituição
recebeu palestrantes que trouxeram temas como empresas juniores na
área biomédica, empreendedorismo e inovação em biotecnologia, o
genoma de Rhodnius
prolixus
e o uso da biotecnologia e ferramentas moleculares na transformação
da biomassa em produtos de alto valor. No dia seguinte, novos temas
foram abordados, dentre eles, o Projeto Refauna, apresentado pelo Dr.
Maron Galliez do IFRJ.
O
Projeto Refauna é uma iniciativa científica de ecologia e
conservação desenvolvido pelo IFRJ, UFRJ e UFRuralRJ, em parceria
com a Fiocruz e UERJ. Seu objetivo geral é restaurar a Mata
Atlântica, sua fauna de mamíferos e as interações ecológicas.
Nas
últimas décadas a ação humana nos ecossistemas naturas estão
afetando cada vez mais espécie da fauna e flora do planeta. Se a
taxa de extinção de mamíferos e aves era, historicamente, de uma
espécie perdida por cada 500 a 1000 anos, as profundas intervenções
das diferentes atividades humanas têm acelerado esse ritmo.
As
principais causas para a extinção das espécies são as profundas
alterações, ou mesmo a destruição dos habitats. A destruição
dos habitats tem se intensificado, principalmente, devido à
crescente erosão e desertificação dos solos; à poluição da
água, do solo e da atmosfera por substâncias químicas; ao derrame
de poluentes nos mares; ao consumo de alguns animais e plantas e à
introdução de espécies exóticas pelo homem.
Com
menor diversidade de espécies, a vida na Terra torna-se mais sujeita
a alterações ambientais. Em contrapartida, quanto mais rica é a
diversidade biológica, maior é a oportunidade para descobertas no
âmbito da medicina, da alimentação, do desenvolvimento econômico.
Sabe-se
que o que resta das florestas e animais nativos do Rio de Janeiro é
algo preocupante, não sendo à toa a proteção das matas por
Unidades de Conservação, como o Parque Estadual dos Três Picos e a
Reserva Ecológica Guapiaçu (REGUA). Ainda assim, diversos animais
que habitavam nestes locais não são mais encontrados nos mesmos,
dentre eles, a anta, que foi extinta do estado do Rio de Janeiro há
cerca de 100 anos, sendo o maior mamífero terrestre da América do
Sul, podendo pesar até 300kg.
O
projeto atualmente trabalha na reintrodução de cutias e bugios no
Parque Nacional da Floresta da Tijuca; e da anta na Reserva
Ecológica Guapiaçu e no Parque Estatual dos Três Picos. O
interesse é realocar novamente animais de volta para florestas que
estes um dia habitaram, porém desapareceram das mesmas devido à
caça ou outras atividades humanas.
Oque
e o projeto exatamente ?
Apenas
13% do país tem projetos de conservações, sendo apenas 4% destes
de proteção integral, ou seja, efetiva realmente. A caça de
animais de grande porte é a prevalente no Brasil, e sabe-se que
animais mantêm o florestamento por conta dos movimentos de enterrar,
carregar sementes e afins.
O
clima e o homem principalmente carregaram-se pelo desmatamento desde
15 mil anos atrás, apesar de se intensificar nas últimas décadas.
Metade da fauna carioca encontra-se em extinção e para solucionar
isso se tem os estudos e projetos de biologia da conservação, ou
reintrodução. Há projetos como esses na Austrália, estados
unidos, Europa e Ásia.
No
projeto Refauna, cerca de 50 animais para cada unidade de conservação
são necessários, o que é insuficientemente fornecido pelos
cativeiros, diminuindo a capacidade de atuação do projeto. Ainda há
processo de discussão com as áreas de reflorestamento para que haja
mesmo a reintrodução, sendo necessário o consentimento do
governador do local, vizinhos e donos de terra próximos.
Esse
projeto teve inicio com a reintrodução de cutias, um dispersor de
sementes, na área de preservação da Floresta da Tijuca, no Rio de
Janeiro. Esses animais foram trazidos do Campo de Santana, foram
tratados no Riozoo por veterinários, biólogos e toda uma equipe a
fim de verificar as doenças e contaminações do animal.
Posteriormente, foram introduzidos aos poucos na zona de
reflorestamento, por intermédio de uma cerca, onde os mantinham
alimentados, e aos poucos havia adaptações com o ambiente.
Bons
resultados foram obtidos a partir desse primeiro experimento, e a
reintrodução de macacos também foi avaliada e testada, tendo
problemas com a sociabilidade desses animais; uns foram adotados
pelos vizinhos da região, outros viviam nas estradas, fatores que
trouxeram complicações a reintrodução dessa espécie.
O
projeto ainda visa uma expansão, tendo objetivo em reintroduzir toda
a fauna em alguns anos. Questões de fornecimento dos animais, verba,
acordo com as áreas de florestamento e até mesmo regras da
legislação são fatores que freiam esse processo, mas ainda assim
os orientadores do projeto mantêm esperanças no alcance do
objetivo, o que seria uma ótima perspectiva para todos: população,
natureza, até mesmo governo.
Atual projeto
Reintrodução das antas na REGUA
(Reserva Ecológica de Guapiaçu)
Para a reintrodução de qualquer
animal é preciso uma triagem prévia do mesmo para saber se o animal
possui, principalmente, alguma doença. A adaptação do animal ao
habitat natural é um processo lento e difícil obter sucesso, uma
vez que o animal precisa ficar em um cercado fechado, com todos os
recursos necessários para a sobrevivência, dentre eles podemos
citar: ração, água e abrigo.
Na REGUA, ocorre o processo de
reintrodução das antas. Um animal que pode chegar a 300kg e que
necessita de 8kg de ração por dia. O animal fica um determinado
tempo nesse cercado e, após esse tempo de adaptação, o cercado é
aberto para que o animal possa conquistar novos lugares e começar a
ir em busca do necessário para sobrevivência.
Após
todo esse processo de adaptação, a reintrodução da espécie é
considerada satisfatória quando o animal consegue sobreviver fora da
área cercada, buscando pelo seu próprio alimento e fazendo
reprodução.
A
principal informaçao passada nesta palestra e que temos que dar
valor a nossa fauna, aos nossos animais, pois sempre somos
influenciados a adorar a fauna africana,
aos elefantes, girafas e afins, enguanto as antas, onça pintada são
nossos animais de origem, e sim, eles são bons e importantes para o
nosso ecossistema.
Segue abaixo o link do facebook para mais infromaçoes sobre o projeto
https://www.facebook.com/refauna/?fref=ts
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